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Ao incorporar investimentos privados com justiça tarifária por meio da nova política de concessões, o Ministério dos Transportes assegura recursos para fortalecimento do sistema rodoviário do país. (Foto: Márcio Ferreira / Secom-MTransp)

Ministério dos Transportes obtém R$ 10,23 bilhões para resolver problemas históricos da BR-364 no primeiro leilão viário de Rondônia

Vencedor do leilão, o consórcio “4UM / Opportunity” assumirá a administração da rodovia; As obras terão início ainda este ano e pedágio começa a ser cobrado somente em 2026.

 

Por Humberto Azevedo

 

Com o compromisso de investir R$ 10,23 bilhões em duplicações, terceiras faixas, passarelas, novos acessos a portos e obras de conservação, o consórcio “4UM / Opportunity” venceu o leilão da BR-364, que corta o estado de Rondônia (RO), nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, na sede da Bolsa de Valores em São paulo (SP). O certame foi o primeiro de uma rodovia federal em Rondônia e a décima concessão promovida pelo Ministério dos Transportes na atual gestão. 

 

O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou a importância do leilão da BR-364 no trecho de Rondônia para a segurança de quem trafega na rodovia. Na última década foram executados pela União R$ 2,64 bilhões na infraestrutura viária. Com os aportes oriundos das concessões, os recursos privados passam a se somar aos públicos, acelerando a curva de melhoria das estradas brasileiras. Somente nos dois últimos anos o Ministério dos Transportes já fechou em contratos de outorgas mais de R$ 110 bilhões.

 

“Quando a gente constrói um leilão como este a gente garante novos investimentos no agro, mais competitividade para o nosso produto e, sobretudo, mais segurança para quem trafega na rodovia com mais justiça social. Estou muito seguro do caminho que tomamos para a construção de um país mais competitivo e com benefícios sociais diretos para a população”, afirmou o ministro.

 

Renan Filho destacou o décimo leilão realizado pela atual gestão do Ministério dos Transportes. (Foto: Márcio Ferreira / Secom-MTransp)

 

“Fizemos 10 leilões com oito vencedores diferentes em pouco mais de dois anos. Isso é muito significativo e vem com a chegada de novos entrantes. Demonstra transparência, igualdade e a atratividade dos nossos projetos. No ano passado, o Brasil produziu 150 milhões de toneladas de soja. Crescemos 8% em relação ao ano anterior. Esse percentual equivale a toda a produção de soja da Índia. Esse crescimento sem investimento em infraestrutura é inimaginável”, complementou Renan Filho. 

 

VENCEDOR

 

De acordo com o projeto que foi à leilão, o Consórcio “4UM / Opportunity” vai administrar a BR-364 no trecho que corta o estado rondoniense pelos próximos 30 anos. A concessão se estende por 686,7 quilômetros da rodovia, entre os municípios de Porto Velho, capital do estado, e Vilhena, na divisa com o estado do Mato Grosso (MT). Dentre as melhorias que deverão ser implementadas pela concessionária estão a duplicação de 107,57 quilômetros de estradas, construção de 190,597 quilômetros de faixas adicionais e 17,7 quilômetros de marginais. 

 

Também estão previstas 24 passarelas para passagens de pedestres, 90 pontos de paradas de ônibus e 24 passagens de fauna, além de três Pontos de Parada de Descanso (PPDs), que irão ofertar acomodações seguras para que caminhoneiros e demais profissionais do transporte de cargas possam fazer pausas para descanso, inclusive durante a noite.

 

Integram o grupo o “4UM”, fundo de investimentos – que possui sede no Paraná e reúne ações das empresas MLC, Aterpa e Senpar e o grupo “Opportunity”, controlador da “Monte Rodovia”. A “4UM” é especializada em investimentos de longo prazo. Em 2024, a empresa venceu também o leilão da BR-381 no trecho localizado em Minas Gerais (MG).

 

Para o ano de 2025 estão previstos 15 leilões que irão somar R$ 161 bilhões para ações de adequação e melhoria da segurança viária, além do efeito renda gerado pelo aumento de empregos diretos e indiretos. (Foto: Márcio Ferreira / Secom-MTransp)

 

Já o Grupo Opportunity é responsável pelas concessionárias Bahia Norte (CBN), Rota do Atlântico (CRA) e Rota dos Coqueiros (CRC), todas na região Nordeste, além de operar o Porto de Santos, em São Paulo. 

 

Em seu discurso na B3, o gestor do grupo “4UM / Opportunity”, Leonardo Boguszewski, reforçou o compromisso com as melhorias contratadas e falou da importância econômica do Norte para o Brasil.

 

“Todas as melhorias contratadas, a gente assume aqui o compromisso de tornar realidade para a região. Eu estou aqui pela segunda vez com sentimento de alegria por contribuir com o desenvolvimento do país por meio de um investimento tão importante em uma região tão importante”, afirmou.

 

APOIO DO BNDES

 

A BR-364 liga Rondônia ao restante do Brasil, além de ser praticamente a única conexão aos estados do Acre e do Amazonas. (Foto: Márcio Ferreira / Secom-MTransp)

 

Presente ao leilão, o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa, ressaltou o compromisso da instituição com a agenda de outorgas rodoviárias. 

 

“Essa concessão irá ajudar bastante na economia no escoamento da safra, mas é muito importante também para melhorar a segurança da população. Este é mais um projeto da agenda de investimentos do governo Lula que conta não apenas com investimentos federais, mas também com concessões”, explicou.

 

PEDÁGIO

 

Essas iniciativas se somam ao aumento de aportes públicos na infraestrutura, seja em recursos orçamentários, seja em ações desenvolvidas dentro do Novo PAC. (Foto: Márcio Ferreira / Secom-MTransp)

 

O valor do desconto apresentado pelo grupo foi de 0,05% sobre a Tarifa Básica de Pedágio. Com isso a tarifa ficará em R$ 0,19 por quilômetro de pedágio. As obras e serviços de melhoria da BR-364 em Rondônia deverão começar imediatamente após a assinatura do contrato de concessão. No entanto, os usuários só irão começar a pagar o pedágio depois que a rodovia atender a parâmetros de segurança e conforto ao rolamento definidos pelo Programa de Exploração da Rodovia. 

 

Dentre as ações previstas para serem executadas de imediato, estão: colocação de sinalização vertical e horizontal; intervenções no pavimento, drenagem e terraplenos; roçada e reformulação da faixa de domínio da rodovia; instalação de serviços de socorro médico e mecânico; colocação de equipamentos de proteção e segurança na margem de domínio; serviços de inspeção de tráfego e combate a incêndio; serviços de apreensão e retirada de objetos e animais da pista e faixa de domínio; conforme o cronograma pré-estabelecido no projeto do Ministério dos Transportes, essas ações irão ocorrer ao longo de um ano. Isso significa que o primeiro pedágio deverá ser cobrado somente a partir do último trimestre de 2026.

 

ARCO NORTE

 

Dos 15 projetos que irão a leilão, 13 também têm recursos do Novo PAC. (Foto: Márcio Ferreira / Secom-MTransp)

 

A BR-364 integra o Arco Norte, que abrange os portos e eixos dos estados de Rondônia, Amapá, Amazonas, Pará e Maranhão. Esta rodovia é considerada estratégica do ponto de vista econômico, pois responde pelo escoamento de toda a produção agropecuária de Rondônia e parte do Centro-Oeste, ao se conectar com a hidrovia do Madeira, de onde segue para o exterior pelos portos do Norte.

 

Diante da alta demanda, a BR-364 em Rondônia possui um intenso fluxo de caminhões pesados. Isso faz com que, mesmo em bons padrões de conservação, atualmente mantidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), a ausência de duplicações resulte em trânsito lento, desgaste acelerado do pavimento e risco aos moradores e demais pessoas que trafegam e vivem às margens da rodovia. 

 

Outro aspecto que marca a BR-364 tem relação com o isolamento rodoviário do Norte do país. Ela liga Rondônia ao restante do Brasil, além de ser praticamente a única conexão do Acre e Amazonas com os demais estados brasileiros. 

 

Com informações de assessoria.

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