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Para produzir a carne de frango halal, que é exportada para o mercado saudita, empresas brasileiras tiveram de adaptar suas fábricas e efetivos. As aves, por exemplo, devem ser abatidas com o peito voltado para a Meca e os sangradores têm de ser muçulmanos praticantes. (Foto: Marcelo Min / Divulgação)

Mais exportada do mundo, carne brasileira halal está cada vez mais no prato dos países do BRICS

A carne processada de acordo com o abate halal é a única forma permitida para que os muçulmanos devotos do Islã consumam o produto.

 

Uma das maiores economias do continente africano, o Egito é o mais novo importador de carnes e miúdos de búfalo brasileiros. Mas, por se tratar de um país com 90% da população muçulmana, que só comem alimentos que respeitam a Lei Islâmica (Shariah), o abate envolve um ritual conhecido como halal.

O Brasil já é o maior exportador de carne halal do mundo, e sua primazia tende a aumentar, comentou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Agropecuária, Luis Rua, em entrevista à Sputnik Brasil.

 

“Com a possibilidade da carne de búfalo, o Brasil se coloca como um importante parceiro na segurança alimentar dos países de maioria muçulmana e que pedem que todo o abate, toda a forma de se produzir, seja feito de acordo com os ritos do islamismo”, disse ele.

 

O ritual exige que qualquer tipo de carne só pode ser consumida se o abate incluir alguns requisitos, como a declamação das palavras religiosas e a drenagem do sangue do animal por três minutos. Outro requisito do abate halal é minimizar o sofrimento do animal, e que seja executado preferencialmente por um muçulmano. Se não houver, deve ser feito por um judeu ou cristão. O supervisor do abate precisa ser seguidor do Islã.

 

“Halal em árabe quer dizer permitido. Então o Brasil cumpre com aquilo que apregoou a todos os ritos do islamismo. O Brasil, de fato, é o maior exportador de proteína halal do mundo, mesmo no Egito o Brasil já sendo um grande fornecedor da carne bovina”, comentou o representante do governo brasileiro.

 

Ambos integrantes do BRICS, os dois países têm incrementado a parceria ano a ano. Em 2023, o Brasil exportou para o Egito mais de US$ 1,7 bilhão (R$ 10,3 bilhões) em produtos e a carne representou 22% (US$ 384 milhões; R$ 2,33 trilhões) desse total, 130 mil toneladas.

 

NOVOS MERCADOS

 

O secretário destacou que, em 2024, foram abertos 208 mercados, e a entrada de novos integrantes ao BRICS deve potencializar essa expansão.

 

“O BRICS é, de fato, uma pauta prioritária para o nosso governo. Inclusive nesse ano de 2025 que se inicia em alguns dias, o Brasil será a liderança do BRICS, então todos os encontros — seja nas mais diversas áreas, nas mais diversas pastas — ocorrerão aqui no nosso país […] a gente espera concretizar muitos bons negócios com os parceiros comerciais que fazem parte do grupo”, destacou.

 

Segundo ele, a ampliação de cadeias regionais e produtos antes menos explorados, como castanhas, erva-mate e frutas típicas do Nordeste, também contribuiu para o incremento das exportações agropecuárias e agrícolas brasileiras.

 

“Nessas cadeias menos tradicionais, do ponto de vista da exportação, estamos ampliando em torno de 7% o volume exportado. A gente já tem aqui efeitos práticos dessas aberturas de novos mercados, ou seja, o produtor rural brasileiro cada vez mais tendo acesso a novos mercados no exterior e, também, eventualmente, com algumas muito boas ampliações”, celebrou o secretário.

 

O dirigente do MAPA adiantou ainda que, no início de fevereiro, a pasta iniciará reuniões preparatórias, em conjunto com o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, da cúpula do BRICS 2025, que será realizada no Brasil.

 

“Estamos preparando toda a pauta, discutida entre todos os membros de forma bastante democrática, para chegarmos de uma maneira muito coesa e trazendo resultados práticos. Primeiro, no encontro dos ministros de Agricultura, que está previsto, a princípio, para abril, e, depois, na cúpula dos líderes [do BRICS], possivelmente entre junho e julho”, completou.

 

BRASIL E RÚSSIA

 

O secretário lembrou também que o avanço da facilitação de comércio, como a desburocratização nas trocas comerciais com a Rússia, que já é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

 

“O Brasil também tem ampliado o número de estabelecimentos de proteína russos habilitados ao Brasil, assim como a Rússia tem aumentado o número de habilitações para estabelecimentos brasileiros para exportar para lá”, encerrou

 

Com informações da Sputnik Brasil.

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