Governo federal anuncia parceria com fundo administrado pela Arábia Saudita para pesquisa de produtos minerais do Brasil
O anúncio foi feito durante a abertura do “future minerals fórum”, realizado em Riade, na Arábia Saudita. Serão R$ 8 bilhões em investimentos sauditas.
Por Humberto Azevedo
O governo federal anunciou que a mineradora saudita Ma’aden, especializada em mapeamento geológico, pesquisa e aproveitamento mineral, fará investimentos de R$ 8 bilhões. A informação foi confirmada após a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na abertura do “future minerals fórum”, nesta terça-feira, 14 de janeiro, em Riade, na Arábia Saudita, e também depois de se reunir com o ministro da Indústria e Recursos Minerais daquele país, que já confirmou ser integrante pleno do BRICS, Bandar Alkhorayef.
Na oportunidade, o ministro destacou que o atual trabalho é uma consolidação de parcerias estratégicas com países do Oriente Médio para o desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias brasileiras voltadas ao processamento de minerais estratégicos, essenciais para a transição energética global. O mesmo trabalho, segundo ele, tem sido feito com os setores de petróleo e gás.
Durante a abertura do fórum, que reúne as principais empresas globais de mineração, o ministro brasileiro ressaltou a importância dos minerais para a transição energética e defendeu o fortalecimento da governança global em torno da pauta.
“A Ma’aden vai se instalar em São Paulo com um escritório pela primeira vez. Isso abre uma perspectiva de recursos muito vultuosos; falaram em algo em torno de R$ 8 bilhões para mapeamento geológico no Brasil. Nós sabemos que carecemos muito de conhecer melhor o nosso subsolo para pesquisa e para parcerias com o setor mineral brasileiro, a fim de que possamos fazer o aproveitamento sustentável e adequado do subsolo brasileiro, porque não há transição (energética) sem mineração”, afirmou Silveira comemorando durante coletiva de imprensa concedida após a participação dele na abertura do fórum.
“É fundamental que a gente fortaleça o multilateralismo, a ONU, fóruns como esse e a governança global. Estaremos juntos na COP 30, no Brasil, discutindo toda a cadeia para a transição energética e a mineração sustentável, economicamente viável e segura, garantindo suprimento dos minerais críticos para a nova economia, a que nós acreditamos que fora dela não há salvação, que é a economia verde. Acreditamos que, além da sustentabilidade, a transição energética é uma oportunidade ímpar para a economia, para que ela seja justa, inclusiva e equilibrada”, complementou o ministro de Minas e Energia.
AGREGAR VALOR
A instalação de indústrias locais para o refino e processamento de minerais pode agregar valor às exportações brasileiras, reduzir emissões de carbono no transporte e fortalecer a competitividade do país no cenário global. A participação brasileira no fórum deve contribuir para o fortalecimento da formulação de arcabouços técnicos para projetos de minerais críticos, principalmente na África e na Ásia, além da América Latina.
Há também grande interesse na cooperação técnica do Brasil em logística e desenvolvimento de projetos minerais, bem como na mobilização de mineradoras brasileiras para engajamento em iniciativas acerca do tema. A parceria entre os países visa não apenas ampliar a exploração sustentável de minerais estratégicos, mas também promover uma transição energética justa e inclusiva alinhada às práticas globais de sustentabilidade.
Com informações de assessoria.