Governo federal abre escritório, em Porto Alegre, para garantir mais agilidade nas ações de socorro ao RS
Ministério da Justiça disponibiliza homens da Força de Segurança Nacional e anuncia liberação de recursos ao estado.
Por Humberto Azevedo, com informações de assessoria.
O governo federal, que desde a semana passada já conta com uma sala de situação no Palácio do Planalto para tratar das ações de apoio ao Rio Grande do Sul (RS), inaugurou oficialmente nesta segunda-feira (6), seu escritório de monitoramento em Porto Alegre – capital do estado. O espaço, com sede na Caixa Econômica Federal (CEF), permitirá mais agilidade na tomada de decisões, além de uma articulação das equipes federais com as esferas estadual e municipal no socorro às famílias e no processo de reconstrução do estado.
O evento que oficializou a abertura do escritório da gestão federal na capital gaúcha contou com a participação da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, além de diversos secretários e outras autoridades, como a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana (ex-deputada federal pela Rede Sustentabilidade por Roraima), e o secretário nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração, Wolney Wolff.
“A pessoa que está lá na ponta, ela precisa da água para agora, ela precisa do alimento, ela precisa do abrigo, ela precisa da condição de sobrevivência. Isso não é pra amanhã. Isso é pra hoje. E é por isso que nós estamos aqui fazendo essa instalação. Para não perder tempo e a partir de agora já operar de forma ainda mais forte e de forma ainda mais organizada”, comentou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.
“Não adianta só ter o recurso se nós não tivermos a agilidade, a organização e a capacidade de trabalho para fazer com que esse recurso chegue o mais rapidamente da ponta. Essa é a grande tarefa do momento: fazer chegar com rapidez esse recurso”, prosseguiu o ministro da Secom.
PASSO DETERMINANTE
Para Waldez Góes, o escritório em Porto Alegre é mais um passo determinante no processo de apoio do Governo Federal ao estado. “Além de toda a articulação nossa entre os ministros, as equipes dos ministros, assessores do presidente Lula, ter um ambiente físico onde isso se encontre, onde cada um que vem de Brasília para tratar da resposta se enxergue nesse ambiente físico é fundamental”, frisou o ministro filiado ao PDT-AP, mas da cota do União Brasil do presidente da comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
“Escritório do Governo Federal em Porto Alegre instalado! Junto ao ministro Waldez, à ministra Nísia Trindade, ao presidente da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] Edegar Pretto e [demais] autoridades, instalamos oficialmente o escritório permanente do governo federal em Porto Alegre”, escreveu o ministro palaciano Paulo Pimento na rede social X (antigo twitter).
ATENÇÃO PERMANENTE
Ao exaltar a importância do escritório de monitoramento na capital gaúcha, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, lembrou que a pasta ao qual ela comanda está atenta não apenas àqueles que necessitam de apoio emergencial, mas a todos os que precisam de atenção permanente.
“No caso da saúde, além das pessoas desabrigadas, que para nós é uma grande comoção, nós também temos que ter o olhar daqueles que precisam de atenção permanente: as pessoas hospitalizadas que hoje estão vivendo toda essa realidade de muitas privações de luz, de água… Tudo isso está sendo trabalhado de uma forma muito atenta pelo Governo Federal”, assegurou a ministra.
UM BILHÃO EM EMENDAS
Paulo Pimenta reforçou que outra frente importante de apoio que chega ao Rio Grande do Sul são os recursos advindos de emendas parlamentares. Ele lembrou que, nesta segunda-feira, o Governo Federal anunciou a liberação imediata de R$ 580 milhões em emendas parlamentares individuais, com aplicação direta em 448 municípios do Rio Grande do Sul. Desse total, R$ 538 milhões são destinados à área de saúde.
Durante a inauguração do escritório, houve o anúncio de que outros R$ 448 milhões vindos da mesma fonte deverão ser liberados nos próximos dias. A expectativa é de que a Comissão Mista do Orçamento no Congresso Nacional se reúna nesta terça-feira (7) e que possivelmente, na quarta-feira (8), seja votada a liberação de mais esse apoio por meio das emendas especiais.
“Hoje à tarde estará sendo feito todo o encaminhamento para pagamento de 534 milhões de emendas individuais de parlamentares, gaúchos e gaúchas, e até a quarta-feira serão mais de R$ 80 milhões de emendas de bancada. São praticamente um bilhão de reais que serão pagos em emendas esta semana (incluindo os outros R$ 448 milhões)”, reforçou Paulo Pimenta.
FORÇA DE SEGURANÇA
O ministro da Secom anunciou ainda que conversou por telefone com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e foi informado de que 117 integrantes da Força Nacional de Segurança já estão no estado. O Ministério da Justiça também anunciou a liberação dos recursos já repassados ao Rio Grande do Sul para que sejam utilizados no enfrentamento à tragédia.
Atualmente, o RS possui cerca de R$ 80 milhões em conta derivados dos repasses feitos entre 2019 e 2023, que poderão ser utilizados para uso no enfrentamento da calamidade pública.
SAQUES E FAKE NEWS
Paulo Pimenta lamentou o fato de que, em meio à tragédia, casos de saques e roubos tenham sido reportados e, mais uma vez, destacou a necessidade das pessoas estarem atentas às notícias falsas (fake news), que continuam sendo difundidas e que confundem a sociedade.
“É muito importante a presença da Força Nacional de Segurança. Lamentavelmente, tivemos alguns episódios de saques. Até barco foi roubado essa madrugada, jet ski, casas foram saqueadas. Isso é algo deplorável e que precisa ser denunciado. Assim como deve ser denunciada também essa rede inescrupulosa de fake news, mentindo de forma descarada, se aproveitando do momento da tragédia para divulgar informações absurdas”, condenou Paulo Pimenta.
O chefe da Secom aproveitou a ocasião para desmentir a informação de que um posto da polícia e da Receita Federal estivesse impedindo que donativos de outros estados chegassem ao Rio Grande do Sul. “Isso é mentira. Infelizmente, a gente tem que pedir que as pessoas busquem informação em órgãos confiáveis para poder se proteger dessa disseminação indiscriminada de fake news e de mentiras numa hora como essa”, concluiu.