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Geraldo Magela em debates nas comissões temáticas da Câmara durante o seu último ano de mandato, em 2014. (Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Câmara)

Geraldo Magela, que planeja voltar à cena política de Brasília em 2026, acredita que TSE será eficaz para evitar novos Pablos Marçais

Ex-deputado federal pelo PT conversou com a reportagem do grupo RDM no último 18 de de outubro quando prestigiou a posse dos novos desembargadores do TRE-DF André Puppin e Guilherme Pupe.

 

Por Humberto Azevedo

 

O ex-deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Geraldo Magela (DF), que planeja voltar à cena política de Brasília em 2026, acredita que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) será eficaz contra a aparição de candidatos que tentarem repetir a fórmula utilizada pelo candidato do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Pablo Marçal, à prefeitura de São Paulo (SP).

 

A afirmação do petista brasiliense aconteceu no último 18 de de outubro, quando compareceu para prestigiar a posse dos novos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da capital da República, André Puppin e Guilherme Pupe. A declaração foi exclusiva para a reportagem do grupo Rede de Mídias (RDM), que edita os noticiosos “RDM on line” e “RDM News”, além de uma série de revistas voltadas para a agropecuária e o desenvolvimento regional.

 

O petista brasiliense na tribuna de honra do plenário Ulysses Guimarães para proferir um de seus discursos, em 2013. (Foto: Zeca Ribeiro / Agência Câmara)

Deputado federal nas legislaturas 51, 53 e 54 – entre os anos de 1999 a 2002, e 2007 a 2014, Magela afirmou que “se ocorrer uma tentativa de pessoas como Pablo Marçal voltarem a fazer do processo eleitoral um processo de atacar a democracia” e “até a própria eleição, o TSE vai ser muito eficaz no combate a esse tipo de postura”. Segundo ele, nada aconteceu ainda ao ex-coach que só não foi ao 2º turno da capital paulista por uma diferença de menos de 30 mil votos, porque os julgamentos das ações contra a candidatura do PRTB só serão analisadas pela instância máxima da justiça eleitoral, após serem julgados pelos juízos eleitorais de primeira instância e, posteriormente, pelo TRE paulista.

 

Na oportunidade, Magela teceu comentários ainda sobre como avalia a terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e das eleições municipais de 2024. Abaixo, segue a íntegra da entrevista que o ex-parlamentar concedeu com exclusividade ao grupo RDM.

 

Grupo RDM: Qual é a sua avaliação que você faz desses quase dois anos do governo Lula III?

Geraldo Magela: Eu avalio que é um governo de reconstrução. Nós tínhamos uma situação anterior no governo de muita divergência, de muita polêmica e de desconstrução de muitos programas. E o presidente Lula voltou com o objetivo principal a união do país e a reconstrução de um governo. Então, eu considero que, dentro dessa perspectiva, é positivo. É natural que, se você olhar o que precisa fazer, ainda tem muito o que fazer.

 

Grupo RDM: E o resultado das eleições municipais? Brasília não tem eleições municipais, mas o senhor é de Brasília, do DF, mas o senhor também como agente político do PT, da direção nacional, como o senhor vê o resultado do PT e da esquerda, no modo geral, nessas eleições?

Geraldo Magela participando de um seminário realizado no auditório Freitas Nobre nas dependências da Câmara para abordar a questão de políticas públicas de saúde, em 2011. (Foto: Diógenis Santos / Agência Câmara)

Geraldo Magela: Eu preciso primeiro contextualizar a eleição municipal. A eleição municipal, ela traduz muito uma disputa local. Às vezes o eleitor vota no processo de uma eleição municipal pensando no buraco na rua, na falta de emprego na cidade, na falta de médicos, na falta de transporte. Então, não é um debate nacional. Eu não acho que o debate na eleição municipal se traduz entre eleitores de esquerda e eleitores de direita. São votos muito municipalistas. Então, nesse aspecto, eu considero que a eleição não teve nenhuma grande novidade. Mudaram os agentes partidários, mudaram os partidos. Antigamente quem ganhava era o PFL, agora é o PSD. Antigamente quem ganhava muitos municípios era o MDB, agora é o PL, ou União, ou PP. E sob o ponto de vista do PT, o PT é vitorioso. Nós aumentamos o número de prefeituras ganhas e aumentamos o número de vereadores e vereadoras eleitos. Então, sob esse aspecto, é positivo. Agora, eu tenho muito claro que esta eleição não interfere de jeito nenhum na eleição presidencial. A eleição presidencial, ela se dá no debate de projetos do país, para o país. E a eleição municipal é a eleição do buraco na rua. Então, assim, não há, na minha avaliação, relação entre as duas eleições.

 

Grupo RDM: A gente está aqui no evento do TRE, que é membro da justiça eleitoral, não é? E como que o senhor viu, por exemplo, essa eleição que teve o fator Pablo Marçal na eleição de São Paulo, que teve cadeirada, que teve todo aquele rolo, que o Brasil inteiro assistiu. Muita gente fazendo críticas à postura da Cármen Lúcia de que foi um pouco menos, não o ideal, como foi a do Alexandre de Moraes, em 2022. O senhor compactua com isso, com essas críticas? Faltou, realmente, mais ação da justiça eleitoral para evitar que esses fenômenos aconteçam novamente?

Geraldo Magela: Não, aí eu acho que há, de novo, um equívoco de quem faz esse tipo de avaliação, de confundir o papel da justiça eleitoral municipal, que julga a eleição municipal, e o papel do TSE que interfere ou julga a eleição presidencial. Em 2022, o TSE estava julgando a eleição nacional, a eleição presidencial. Então, a postura do TSE era de decidir questões daquela eleição. No caso da eleição municipal, quem decide é o juiz lá da comarca, é o juiz lá do município. Então, não tinha como o TSE intervir ou interferir na eleição de São Paulo, porque a eleição de São Paulo é julgada pelo juiz eleitoral do município de São Paulo, e depois vai para o TRE e só depois é que vem para o TSE. Então, não há que se fazer comparação da ação da justiça eleitoral do TSE na eleição de 2022 presidencial e a eleição da justiça eleitoral nos municípios numa eleição municipal. De novo, são coisas diferentes. Então, eu acho que é importante a gente identificar o que é para a eleição uma figura como a do Pablo Marçal. Ele não veio para disputar a eleição, ele veio para confrontar o sistema eleitoral brasileiro. Foi isso que aconteceu.

 

Grupo RDM: Isso pode ser repetido, pode acontecer em 2026 e a justiça eleitoral vai estar precavida para evitar que isso se repita no cenário nacional?

Magela sobe a tribuna de honra do plenário Ulysses Guimarães para proferir um de seus discursos, em 2012. (Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara)

Geraldo Magela: Eu tenho muita confiança que se ocorrer uma tentativa de pessoas como Pablo Marçal voltarem a fazer do processo eleitoral um processo de atacar a democracia, atacar até a própria eleição, o TSE vai ser muito eficaz no combate a esse tipo de postura. Essa é a minha convicção. Eu posso estar equivocado. Mas eu acredito que uma postura como a que adotou o candidato Marçal numa eleição presidencial, a chance de dar certo é muito pequena.

 

Grupo RDM: A gente está aqui em um evento do TRE para a posse dos dois novos advogados, André e Guilherme, como novos desembargadores do tribunal. Uma palavrinha sobre a presença deles em que vão ficar até as eleições aqui, em Brasília, em 2026.

Geraldo Magela: É um processo natural. A justiça eleitoral é composta por representantes da advocacia, por representantes do Ministério Público, ela é uma justiça democrática, ela representa o conjunto da sociedade. Então, na verdade, é um processo natural de renovação das cadeiras que eu, particularmente, confio muito nessa justiça. Eu acredito que o modelo que o Brasil tem de justiça eleitoral e a sua forma de composição é muito adequado para garantir o processo democrático nas eleições.

 

Grupo RDM: O senhor está aqui representando o PT-DF? Qual o seu cargo atual?

Geraldo Magela: Sem cargo, só como cidadão e futuro candidato. 

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