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Com investimentos de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão de participação do FDA, o empreendimento terá capacidade instalada para gerar 590 MW de energia. (Foto: Divulgação / Eneva)

Fundo de Desenvolvimento da Amazônia financia implantação de usina termelétrica movida a gás natural

A controladora da empresa requerente da concessão de crédito apoiará projetos sociais e ambientais em benefício da população amazonense.

 

Por Humberto Azevedo

 

O Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) financiará a implantação da usina termelétrica Azulão II, no município de Silves (AM). O projeto foi apresentado pela empresa Sparta 300 SPE SA e aprovado pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

 

Com investimentos de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão de participação do FDA, o empreendimento terá capacidade instalada para gerar 590 MW de energia. De acordo com o secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR, Eduardo Tavares, a implementação de uma usina movida a gás natural é mais um exemplo concreto do compromisso do governo federal com a agenda da transição energética.

 

“O FDA é uma política transversal que se soma a uma série de iniciativas do Governo Federal empreendidas de Norte a Sul do Brasil para garantir geração de emprego e renda de forma inclusiva, com vistas à sustentabilidade e à resiliência climática”, afirmou o secretário.

 

Tavares destacou a relevância do FDA, que também passará a contar com captações internacionais.

 

“No ano passado, aprovamos uma carta-consulta com o objetivo de captar recursos junto ao banco dos BRICS para os fundos de desenvolvimento. Estamos com tratativas avançadas para garantir que empreendimentos como esse, que geram renda de forma inclusiva e sustentável, sejam cada vez mais replicados nas diferentes regiões do País”, completou.

 

IMPACTO

 

O gás natural exerce papel fundamental na transição energética à medida que o processamento desse combustível reduz drasticamente a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), comparado ao diesel e à gasolina.

 

Com 100% da operação instalada na região Norte, desde a produção e extração de gás natural à geração de energia, o projeto Azulão II integrará o Complexo Azulão 950. Estima-se que 5170 postos de trabalho serão criados direta ou indiretamente em decorrência das obras do complexo.

 

De acordo com informações do agente operador do projeto, o recolhimento de tributos ao longo de toda a existência do projeto Azulão 950 será de até R$ 12,5 bilhões. Além disso, a exploração do gás natural viabilizará o pagamento de R$ 650 milhões de royalties.

 

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

 

O superintendente da Sudam, Paulo Rocha, enfatizou que o empreendimento está alinhado com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), bem como ao Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA), em relação à valorização social decorrente do investimento público.

 

A população do estado do Amazonas e, sobretudo, dos municípios de Silves e Itapiranga será beneficiada por projetos sociais e ambientais financiados pela empresa Eneva SA., controladora da Sparta 300 SPE SA.

 

Entre as iniciativas, haverá o investimento de R$ 10 milhões na construção de uma escola de formação técnica em Silves. O espaço será integralmente administrado pelo Governo do Amazonas, por meio do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), autarquia pública vinculada à Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc).

 

“É um projeto que atende à questão econômica, mas leva em consideração a viabilidade socioambiental e o desenvolvimento humano das populações que habitam a região”, ressaltou o ex-deputado e ex-senador pelo PT do estado do Pará – Paulo Rocha.

 

DEMAIS APOIOS

 

As demais iniciativas que a Eneva apoiará são os projetos para reflorestar 400 hectares no Amazonas (investimento de R$ 11 milhões); a promoção e capacitação de mulheres em vulnerabilidade socioeconômica nos municípios de Silves e Itapiranga para empreender (investimento anual de R$ 700 mil); o desenvolvimento de escolas públicas de ensino fundamental II e ensino médio nos municípios de Silves e Itapiranga (investimento de R$ 1 milhão); o apoio à redução do analfabetismo de jovens e adultos com a doação de material escolar e o reforço da alimentação nas escolas (investimento de R$ 100 mil por ano); ações socioeducativas com cursos e atividades de apoio para crianças e jovens em vulnerabilidade socioeconômica – este projeto possui mais de 1.200 pessoas envolvidas (investimento de R$ 600 mil).

 

Além do apoio à educação no trânsito da região através de ações de teatro, recreação e pintura em uma mini cidade interativa que contará com três mil alunos participantes e sete escolas parceiras (investimento de R$ 480 mil); apoio à produção da agricultura familiar e manejo agroflorestal com famílias agricultoras da região de Silves e Itapiranga em parceria com a Empresa Brasileira de apoio à Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com investimento de R$ 2 milhões; implementação de hortas orgânicas em escolas públicas apoiando 490 participantes divididas em 11 hortas plantadas e seis toneladas de produção orgânica; disponibilização do conhecimento por meio de ações junto às comunidades sobre a realidade ambiental local e regional.

 

COMPLEXO AZULÃO

 

Em 2018, a Eneva adquiriu o Campo de Azulão, localizado no município de Silves, no estado do Amazonas. Em janeiro de 2019, o volume de reservas (2P) de gás natural certificadas pela consultoria independente Gaffney, Cline & Associates (GCA) era de 3,6 bilhões de metros cúbicos. Com a evolução da campanha exploratória, houve um incremento significativo de reservas de gás no campo, de forma que em 30 de abril de 2022, a GCA já havia certificado um volume de reservas (2P) de gás de 14,8 bilhões de metros cúbicos. Além disso, nessa mesma data, foram certificadas também reservas (2P) de condensado no montante de 4,7 milhões de barris. 

 

Nas adjacências do Campo de Azulão, a Eneva adquiriu três blocos (AMT-62, AM-T-84 e AM-T-85) no 2º ciclo da Oferta Permanente da ANP, em dezembro de 2020. Os blocos possuem 3.210 km de sísmicas existentes 2D e 1.375 km² de sísmicas existentes 3D. Na data de 30 de abril de 2022, foram certificados os seguintes recursos contingentes (2C) nos blocos AM-T-84/AM-T-85 (PAD Anebá): 5,4 bilhões de metros cúbicos de gás natural, 4,0 milhões de barris de condensado e 7,0 milhões de barris de óleo. Ao longo de 2022 e 2023, a Eneva continuará trabalhando na campanha de avaliação da descoberta de Anebá, com a perfuração e testes de poços.

 

AZULÃO-JAGUATIRICA

 

A primeira forma de monetização das reservas de gás do Campo de Azulão foi o Projeto Integrado Azulão-Jaguatirica, que consiste na extração, produção, tratamento e liquefação de gás natural no Campo de Azulão, com transporte do GNL (gás natural liquefeito) em tanques criogênicos até a UTE Jaguatirica II, localizada em Boa Vista, no estado de Roraima.  Em área adjacente à usina ocorre a tancagem do GNL  e regaseificação para a utilização do gás na geração termelétrica.

 

A UTE Jaguatirica II, de capacidade instalada de 141 MW, sagrou-se vitoriosa no Leilão para Suprimento a Boa Vista e localidades conectadas, de 2019, da ANEEL. O contrato estabelecido no leilão prevê compromisso de entrega de potência de 117 MW, totalmente flexível, pelo prazo de 15 anos, a partir da operação comercial da usina, concluída em maio de 2022.

 

GERAÇÃO TERMELÉTRICA

 

As demais formas de monetização das reservas de gás do Campo do Azulão serão os dois projetos termelétricos que a Companhia irá construir no próprio campo: 

 

–  UTE Azulão I, de 360 MW de capacidade instalada, a ser construída em ciclo aberto. A usina foi contratada no primeiro Leilão de Reserva de Capacidade da ANEEL, em dezembro de 2021. O contrato estabelecido no leilão prevê que a usina terá o compromisso de venda de potência de 295 MW, pelo prazo de 15 anos, a partir do início da operação comercial da usina, que está programada para 1º de julho de 2026.

 

–  UTE Azulão II, de 590 MW de capacidade instalada, a ser construída em ciclo combinado. A usina foi contratada no 2º Leilão de Reserva de Capacidade na forma de energia da ANEEL, em setembro de 2022. O contrato estabelecido no leilão prevê que a usina terá potência contratada de 520,8 MWm, com inflexibilidade contratual de 70%, pelo prazo de 15 anos, a partir do início da operação comercial da usina, que está programada para 31 de dezembro de 2026.

 

As usinas termelétricas Azulão I e II, que em conjunto terão 950 MW de capacidade instalada e estarão conectadas ao Subsistema Norte do Sistema Interligado Nacional, marcam o início da construção do Complexo de Geração do Azulão na bacia do Amazonas.  Os projetos fazem parte da estratégia da ENEVA de replicar o modelo de negócios R2W (Reservoir-to-Wire), implementado com sucesso na Bacia do Parnaíba.

 

Com informações de assessoria.

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