EUA: brasileiros vão a consulados temendo a deportação e a separação dos filhos
O medo de separação familiar tem levado imigrantes brasileiros nos Estados Unidos a buscar em massa os consulados para garantir a documentação de seus filhos. A preocupação cresceu diante da possibilidade de pais serem presos e deportados, deixando para trás crianças que nasceram em solo americano. Com informações da Folha de S.Paulo.
O número de solicitações de registros civis e certidões de nascimento para crianças brasileiras nascidas nos EUA cresceu significativamente. Em janeiro, foram 500 pedidos. Em fevereiro, esse número subiu para 700. Em março, nos maiores consulados, o volume aumentou dez vezes, chegando a milhares de solicitações. A demanda por passaportes também dobrou.
A preocupação entre os imigrantes levou o tema a ser discutido em uma reunião recente de diplomatas brasileiros nos EUA. Segundo uma fonte familiarizada com o caso, o clima é de “total pânico”. Pela legislação americana, crianças nascidas no país têm cidadania americana e não podem ser deportadas, o que pode levar pais estrangeiros a serem obrigados a deixar os filhos sob custódia do Estado americano.

Os consulados têm registrado filas cada vez maiores, e documentos que antes eram emitidos em uma semana agora podem levar até dois meses para ficarem prontos. O medo de serem abordados pela polícia no transporte público também faz com que muitos brasileiros hesitem em ir ao consulado.
Para lidar com a situação, os diplomatas brasileiros estão criando consulados itinerantes, facilitando o acesso dos cidadãos à documentação essencial. Essa medida busca reduzir o impacto da crise e permitir que crianças possam acompanhar seus pais em caso de deportação.
Atualmente, estima-se que cerca de 30 mil brasileiros estejam condenados à deportação nos Estados Unidos.