“Eu tenho uma impressão de que agora no governo do presidente Lula chegou a vez da Amazônia”, afirma petista paraense
Em entrevista exclusiva à reportagem do Grupo RDM, o deputado federal Airton Faleiro fez esta observação alegando que a emancipação da população nordestina das tradicionais oligarquias daquela região, deve acontecer agora com o Norte do país: “o governo brasileiro está dando sinais claros (…) num programa nacional de desenvolvimento do país, onde a nossa região vai ter lugar de destaque”.
Por Humberto Azevedo
Em entrevista exclusiva à reportagem do Grupo RDM, o deputado federal Airton Faleiro (PT-PA) afirmou que tem a “impressão de que agora” na terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente do governo federal “chegou a vez da Amazônia”. A declaração do petista paraense ocorre a partir do momento em que observa um cenário parecido que aconteceu no Nordeste nos dois primeiros governos Lula, entre 2003 e 2010.
A fala de Faleiro aconteceu após ele acompanhar nesta última quinta-feira, 21 de novembro, o lançamento por parte do governo federal da Política Nacional de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária, que funcionará em parceria entre o Ministério dos Transportes, a Advocacia-Geral da União (AGU), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Tribunal de Contas da União (TCU). O referido programa tem como meta dobrar a malha rodoviária hoje situada em 30 mil quilômetros e gerar investimentos, até 2026, de R$ 110 bilhões.
“O governo brasileiro está dando sinais claros com esses investimentos e essas obras, que nós vamos estar integrando a Amazônia ainda mais num programa nacional de desenvolvimento do país, onde a nossa região vai ter lugar de destaque. Não apenas como corredor de exportação, não apenas como interligação nacional e internacional, mas com atendimento de políticas que atendem as necessidades dos povos da Amazônia”, falou Faleiro à reportagem do Grupo RDM.
Abaixo, segue a pequena entrevista que o deputado Faleiro concedeu aos veículos de imprensa do grupo RDM.
RDM: Qual a importância desse anúncio do acordo aqui, TCU, Governo Federal, Ministério do Transporte, pode ser estendido aos demais Ministérios de Infraestrutura?
Airton Faleiro: Olha, eu vou falar na condição de parlamentar, que tem uma interlocução direto com as demandas da sociedade, em especial nas rodovias federais. Esse anúncio aqui nos passa a segurança de que, digamos assim, as obras vão acontecer, de que o que vai prevalecer não é uma briga jurídica, uma briga política entre o sistema de controle e fiscalização, com as empresas ou com o governo. Esse entendimento de buscar consenso em contratos parados, em obras que são muito necessárias para a população, é maravilhoso, porque isso nos passa a esperança de que nós vamos sair da paralisia das obras para a realização das obras e o foco aqui foi em atender o que faz bem para o cidadão e para a cidadã brasileira. Eu saio daqui bastante animado.
RDM: Ontem teve um encontro bilateral gigantesco entre o Brasil e China, Barabula e o presidente Xi Jinping, e o Brasil anunciou a sua adesão plena à Rota da Seda. Pontualmente aderiu à Rota da Seda, mas de maneira plena. O que falta para acontecer essa adesão? Se é que vai acontecer ou não?
Airton Faleiro: Vejamos, nós primeiro temos que comemorar o sucesso que foi o G20, o que foi essa reunião bilateral do Brasil com a China. Muitos contratos, muitos convênios, muitos acordos assinados. No que tange a Rota da Seda, o que aconteceu é de que a China tem uma proposição e o Brasil não tem uma concordância com a totalidade do que a China propôs. Eu não tenho nenhuma dúvida de que o Brasil assinará, mas também colocando e preservando as questões, que o Brasil tem discordância. Mas eu acho que o balanço é muito positivo do que aconteceu.
RDM: O sr. é um deputado da Amazônia, da região Norte do país, e esses acordos assinados entre Brasil e China e também esse anúncio de hoje, qual é a importância disso para a região norte, para a Amazônia?
Airton Faleiro: Olha, eu tenho uma impressão de que agora no governo do presidente Lula chegou a vez da Amazônia. Isso já ocorreu no Nordeste Brasileiro. Nos outros governos, Lula e da Dilma, o Nordeste Brasileiro passou a ser visto como uma região que historicamente ficou secundarizada das políticas públicas, dos investimentos, e ele entrou como uma região prioritária para corrigir as desigualdades. Na Amazônia, nós ainda nos ressentimos de que a gente continuava sendo secundarizado, continuava sendo, digamos assim, marginalizado das grandes ações e obras e dos grandes programas do governo federal. Agora não, o nosso sentimento é diferente. Não é porque agora a COP30 vai acontecer lá, mas isso também. Levar a COP30 para a Amazônia é valorizar o debate global sobre a importância da Amazônia. E nós vamos aproveitar desse debate e o governo brasileiro está dando sinais claros com esses investimentos e essas obras, que nós vamos estar integrando a Amazônia ainda mais num programa nacional de desenvolvimento do país, onde a nossa região vai ter lugar de destaque. Não apenas como corredor de exportação, não apenas como interligação nacional e internacional, mas com atendimento de políticas que atendem as necessidades dos povos da Amazônia. Então esses acordos nos passam muita esperança nesse sentido. Vamos cuidar da Amazônia, vamos cuidar da infraestrutura, mas vamos cuidar da socioeconomia da Amazônia.