Estradas do Paraná receberão R$ 6,4 bilhões para obras de modernização
Investimento em 605 km de rodovias integra o Novo PAC e beneficiará cerca de 2,4 milhões de pessoas e 27 cidades, além de toda a cadeia agrícola industrial impulsionada pelo Porto de Paranaguá. Pedágio será reduzido, em média, 31%.
Por Humberto Azevedo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou no final da manhã desta quarta-feira, 29 de janeiro, o anúncio de financiamento de R$ 6,4 bilhões para obras que vão qualificar e modernizar 605 quilômetros de estradas no Paraná. O financiamento é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que apoiará a concessionária EPR Litoral Pioneiro, responsável por administrar as rodovias que conectam o litoral paranaense e as regiões de Campos Gerais e Norte do Paraná.
Serão R$ 829 milhões em financiamento direto e R$ 5,55 bilhões em emissão de debêntures. A operação financeira foi assessorada pelo Bradesco BBI. A ação integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As principais intervenções previstas são a duplicação de mais de 350 quilômetros de pistas duplicadas, 138 quilômetros de faixas adicionais e 73 quilômetros de vias marginais. A tarifa de pedágio média será de 31% inferior em relação à praticada nas concessões anteriores.
Ao longo dos 30 anos de concessão, os investimentos estimados a acontecer são da ordem R$ 16 bilhões, sendo R$ 10,5 bilhões em expansão e melhorias e R$ 5,5 bilhões em manutenção. O segmento inclui, além das federais BR-153, BR-277 e BR-369, diversos trechos de rodovias estaduais e atende 27 cidades paranaenses, incluindo a capital paranaense, Curitiba. Os trechos são uma das principais rotas de escoamento de produtos agropecuários, onde mais de 20 milhões de veículos circulam por ano.
A malha rodoviária concedida contará com quatro praças de pedágio em operação e outras duas em implantação. O trecho operado é um importante corredor logístico do Paraná, que conecta a região metropolitana de Curitiba ao litoral e ao Porto de Paranaguá, com importante papel no transporte da produção agrícola. O contrato de concessão prevê um amplo pacote de melhorias na infraestrutura rodoviária. Além de abranger desde a recuperação, manutenção e conservação das vias até a ampliação de capacidade e modernização de trechos estratégicos.
A concessionária oferecerá serviços essenciais de atendimento aos usuários, com socorro médico e mecânico 24 horas. Um dos destaques do contrato é a implantação de um sistema de operações especiais no Porto de Paranaguá, que inclui a remodelação de pistas e conexões para garantir mais fluidez e segurança nos períodos de maior movimentação. Serão 105 mil empregos diretos e indiretos ao longo da concessão, sendo 43 mil durante os primeiros cinco anos.
GARANTIAS
Para o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o fundamental no desenho desta operação foi assegurar que haveria um “transporte eficiente e sustentável”. Pois, garante ele, isso é uma das prioridades do Novo PAC.
“Esse anúncio representa a união de esforços que estamos promovendo, captando investimentos privados e garantindo apoio público a iniciativas de infraestrutura. O projeto permitirá a redução de custos logísticos e o benefício direto à população, que continuará pagando menos pedágio que concessões anteriores”, afirmou Rui Costa.
MAIS FLUIDEZ
As intervenções previstas trarão melhorias significativas na trafegabilidade e segurança da Serra do Mar (BR-277). A criação de faixas adicionais e as obras de adequação garantirão mais fluidez ao tráfego, reduzindo os tempos de viagem e minimizando os riscos de acidentes.
Ao todo estão previstas a construção de mais de 350 quilômetros de pistas duplicadas, 138 quilômetros de faixas adicionais e 73 quilômetros de vias marginais. O diretor-presidente do Grupo EPR, José Carlos Cassaniga, registrou que, segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), a redução de acidentes estimada com as obras que serão implementadas será de 40% até o final do contrato.
“A concessão moderniza o corredor logístico do Porto de Paranaguá e promove o desenvolvimento do litoral e das regiões de Campos Gerais e Norte Pioneiro. Essa operação é um marco que reforça o compromisso em entregar resultados com eficiência, segurança e responsabilidade”, comentou o diretor-presidente da EPR – José Carlos Cassaniga.
“Vale destacar também que os motoristas de veículos leves serão beneficiados pelo desconto para o usuário frequente, o DUF, que pode deixar a tarifa até 75% mais barata. Com transparência, eficiência e uma visão de longo prazo, queremos contribuir com um legado de obras que não apenas interligam regiões, mas também promovem crescimento econômico, geração de empregos, segurança e qualidade de vida. Os investimentos hoje anunciados vão salvar vidas”, pontuou.
PAPEL DO BNDES
O presidente BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que o banco financiou 85% de todo o investimento nas estradas de todo o país. O financiamento permitirá a criação de 105 mil empregos diretos e indiretos ao longo de 30 anos, sendo 45 mil durante os primeiros cinco anos, e vai aumentar a arrecadação dos municípios, permitindo que os recursos sejam reinvestidos em mais educação, saúde e segurança, impactando positivamente toda a comunidade.
O contrato de concessão prevê um amplo pacote de melhorias na infraestrutura rodoviária. Abrange desde recuperação, manutenção e conservação das vias até a ampliação de capacidade e modernização de trechos estratégicos.
“Nunca antes na história do BNDES o banco liberou tantos recursos para o transporte rodoviário. Em 2024, nós aprovamos R$23 bilhões. É o maior volume em 72 anos. É um recorde histórico, mais um grande recorde do governo do presidente Lula”. (…) Com essa ação, o governo federal, por meio do BNDES, está viabilizando um projeto que contribui para superar gargalos em infraestrutura e mobilidade, promove a conectividade inclusiva, reduz a geração de efluentes e evita emissões de gases de efeito estufa, além de garantir uma das principais vias de escoamento da safra do Paraná”, afirmou Mercadante.
“Esse trecho até o porto de Paranaguá precisa de uma estrutura melhor. Nós vamos ter três pistas, vamos modernizar toda a estrutura, vai ter LED, vai ter Wi-Fi, vai ter câmara de vigilância, vão ter postos de atendimento aos caminhoneiros. Então essa nova estrutura vai aumentar a produtividade, vai aumentar a eficiência, vai aumentar a competitividade de um porto que desagua não só a produção de grãos do Paraná, mas também do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso e de Goiás. Esse modelo de financiamento que nós estamos fazendo é muito inovador”, resumiu Aloizio Mercadante.
IMPACTO ESTRATÉGICO
Também presente no anúncio, o ministro dos Portos e Aeroportos – deputado federal licenciado Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE), assinalou que “essa rodovia tem um impacto estratégico no escoamento de grãos do Porto do Paranaguá”.
“Hoje é um dia muito importante para o estado do Paraná, mas sobretudo para o Brasil. Nós tivemos, no ano de 2023 e 2024, uma movimentação de quase 40 milhões de toneladas. E não tenho dúvida que, com essa obra pronta, a gente vai ampliar cada vez mais o escoamento da produção pelo porto. Nós estamos vivendo um excelente momento no setor portuário brasileiro”, falou Silvio Costa Filho.
“No ano de 2025, nós tivemos um crescimento de mais de 5% nos portos do Brasil. Um crescimento em mais de 7% nos portos públicos do Brasil. E mais do que isso, tivemos o maior volume de movimentação de contêineres da história do país”, encerrou o ministro dos Portos e Aeroportos.
Com informações de assessoria.