“Essa medida nos preocupa muito, porque joga na vala comum todos os produtores”, afirma secretário de Agricultura do Acre sobre taxa aduaneira criada pela UE para commodities que não comprovarem uso sustentável
Para Edivan Maciel de Azevedo, iniciativa aprovada em junho pelo bloco europeu e que começa a valer já em janeiro de 2025 “é uma medida injusta” e “uma invasão da nossa soberania nacional”.
Por Humberto Azevedo
O secretário-adjunto de Agricultura do Acre, Edivan Maciel de Azevedo, afirmou nesta quarta-feira, 18 de setembro, que as regras mais rígidas da União Europeia sobre origem sustentável de commodities adotadas no último mês de junho e que começam a valer a partir de 1º de janeiro de 2025 é uma “medida nos preocupa muito, porque joga na vala comum todos os produtores”.
De acordo com matéria publicada pelo portal “RDMNews”, o mecanismo pode fazer o Brasil perder mercado – conforme análise realizada pelo “Boston Consulting Group” (BCG) sobre um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que elencou as principais regulações estabelecidas pelo bloco europeu com os seus respectivos impactos. A UE é o segundo maior destino das exportações brasileiras, representando 13,6% do total exportado em 2023, atrás apenas da China.
Para Edivan Maciel de Azevedo, a iniciativa adotada pelo bloco europeu “é uma medida injusta” e “uma invasão da nossa soberania nacional”.
“Essa medida que a União Europeia toma nos preocupa muito, porque joga na vala comum todos os produtores. Então, não é justo o que estão fazendo, tanto que o próprio governo brasileiro, recentemente, apresentou um ofício, uma solicitação, assinada pelo próprio ministro [Carlos] Fávaro e pelo ministro [Mauro Vieira do] Itamaraty, para que a União Europeia reveja isso, que possa adiar essa medida e que não penalize os produtores rurais, em especial da Amazônia”, falou Maciel Azevedo após se encontrar com o ministro da Agricultura na tarde desta quarta-feira, 18 de setembro, em Brasília.
“É uma medida injusta, nós já cumprimos uma lei extremamente rigorosa, que é o Código Florestal. É uma invasão da nossa soberania nacional. Então, nós estamos indignados com isso, o produtor precisa continuar tendo a oportunidade de mercado e ele não pode ser penalizado por um ato que a nossa lei, por exemplo, já nos protege disso”, complementou o secretário-adjunto de Agricultura do Acre.