Durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto em homenagem ao Dia da Amazônia no dia 5 de setembro de 2023, Paulo Rocha, se reencontrou com o velho amigo de lutas políticas e partidárias Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

ENTREVISTA DA SEMANA | RUMOS AMAZÔNICOS

“Sabemos da responsabilidade do papel da floresta Amazônica no equilíbrio do clima para o planeta Terra”, afirma superintendente da Sudam

 

De acordo com ex-senador paraense, que comanda a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, “nós temos saídas para poder transformar as áreas degradadas em floresta produtiva”

 

Por Humberto Azevedo

 

 

“O maior desafio foi que, como toda característica do governo passado, se desestruturou o Estado brasileiro que a gente já tinha construído”

 

A entrevista desta semana dos canais RDM é com o ex-senador e ex-deputado federal pelo estado do Pará, Paulo Rocha (PT), que comanda desde janeiro de 2023 a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) – autarquia vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

 

“E aí passamos todo esse tempo recuperando, reestruturando porque eles deixaram totalmente tudo esvaziado, desestruturado”

 

Paulo Rocha conversou com a reportagem dos canais RDM no último dia 6 de dezembro, durante o seminário que o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores organizou, em Brasília, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) localizado no setor de clubes da capital federal, para fazer um balanço dos dois primeiros anos da terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente da máquina pública federal.

 

“Agora nós já começamos a entrar no processo de planejamento e resolvemos fazer o planejamento pelas micro-regiões mais empobrecidas”

 

O seminário serviu também para que os filiados à legenda pudessem fazer avaliações e oferecer sugestões de que estratégias o partido, fundado em 1980, deve tomar tendo como base o resultado das eleições municipais de 2024, em que saltou de 179 prefeituras para 252 e elegeu 3130 vereadores. Em 2020, o PT tinha eleito 2668 vereadores em todo o país.

 

“A ideia é [por] todo mundo, governos federal, estadual, municipal, universidades, pesquisadores, empresários, trabalhadores, para a gente conceber essa ideia do desenvolvimento sustentável”

 

Na conversa, quando questionado sobre o estudo da agência aeroespacial do governo dos Estados Unidos da América (NASA), divulgado em junho, em que aponta que boa parte dos territórios localizados na Amazônia e no Cerrado correm risco de se tornarem desertos em 50 anos, caso o modo de produção não seja alterado, o superintendente da Sudam afirmou que todos “sabemos da responsabilidade do papel da floresta Amazônica no equilíbrio do clima para o planeta Terra”, mas que paralelamente a esse desafio “nós temos saídas para poder transformar as áreas degradadas em floresta produtiva”.

 

“Nós vamos retomar agora, no início do ano [de 2025], esses desafios de planejar, organizar e direcionar para financiar empreendimentos dentro daquela concepção de desenvolvimento sustentável”

 

“Eu sou de uma posição de que, na questão ambiental, nós sabemos, o Brasil sabe, e nós, na Amazônia, sabemos da responsabilidade do papel da floresta Amazônica no equilíbrio do clima para o planeta Terra. [Mas] nós temos saídas para poder transformar as áreas degradadas em floresta produtiva, mandar o pessoal plantar açaí, castanha, copaíba, andiroba, cacau, isso se transforma em floresta produtiva, mantém mais floresta em pé e tira da floresta o sustento”, apontou.

 

“Os chamados arranjos produtivos locais, enfim, é um processo que nós estamos felizmente organizando e eu acho que vai ser uma saída para o debate do desenvolvimento sustentável da Amazônia”

 

 

TERRA ARRASADA

 

“A Amazônia padece de um problema sério, que sempre foi o desenvolvimento ser pensado de fora para dentro. Por isso que tem essas diferenças regionais”

 

Paulo Rocha comentou, ainda, que assim quando assumiu o comando da Sudam, o seu maior desafio foi recuperar a autarquia, que estava completamente desestruturada e esvaziada. Segundo ele, esse cenário decorre da “característica” do governo federal passado – na gestão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) – que “desestruturou o Estado brasileiro que a gente tinha construído”.

 

“Lá só tem alguma coisa de desenvolvimento a partir dos grandes projetos, projetos agropecuários, projetos minerais. Onde não tem esses projetos, não tem desenvolvimento”

 

BRASIL-CHINA

 

“Nós queremos dialogar com quem quer que venha para a COP. Olha, nós da Amazônia estamos pensando assim, se querem nos ajudar, querem investir, tem que ser a partir desta concepção de desenvolvimento que nós estamos pensando aqui, a partir de uma realidade e da vocação de cada região”

 

Indagado sobre a parceria sino-brasileira para os rumos da Amazônia, Paulo Rocha afirma que os chineses “estão atrás” de oportunidades na região amazônica e que isso poderá significar uma importante ajuda “na nossa região” para “produzir” alimentos tanto para consumo interno, quanto doméstico e externo.

 

“Quem está nos procurando muito lá são os chineses, que estão afim de investir na Amazônia, não só para aproveitar os nossos minérios”

 

“E é isso que nós queremos, a vocação da Amazônia é exatamente essa, é ser uma grande produtora de alimento para o mundo”, arrematou o superintendente da Sudam que afirmou, ainda, “do potencial” que a região amazônica possui também por ter uma “grande indústria de remédios naturais”.

 

“Como também eles têm muito interesse na questão da alimentação, porque se nós já temos problema de alimentar 215 milhões de brasileiros, imagina a China, que tem 1 bilhão e 400 milhões de chineses”

 

“Como o mundo está fugindo dos remédios puramente químicos, a Amazônia tem condições de produzir a partir dos seus fármacos, das suas essências [o que pode] transformar a região em uma grande produção de remédios naturais”, avalia.

“Essa relação Brasil-China começou, principalmente, se consolidou no primeiro governo Lula. O Lula levou para lá, na época, 324 empresários, exatamente para vender para os chineses o potencial do nosso país”

 

 

ÍNTEGRA DA ENTREVISTA

 

“Tudo que a China precisa, o país teria condições de produzir em abundância para eles. Então essa aproximação já vem ao longo do tempo e é fundamental a gente ter essas parcerias”

 

Abaixo, segue a íntegra da entrevista concedida pelo ex-senador Paulo Rocha, atual superintendente da Sudam, concedida com exclusividade para os canais RDM. Boa leitura!

“A gente persegue a ideia, além dessa questão do desenvolvimento sustentável, persegue a ideia da gente verticalizar a nossa riqueza lá mesmo, ou seja, chamando uma cadeia produtiva para verticalizar os nossos materiais, as nossas matérias-primas”

 

 

RDM: Deputado, senador, superintendente Paulo Rocha, o senhor está no comando da Sudam já desde o início do governo Lula III, e quais têm sido os maiores desafios da sua gestão desde o início de 2023?

Cumprindo agenda de articulação de políticas junto ao MDIC, Paulo Rocha, em reunião com o vice-presidente da República e também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), no dia 8 de março. No encontro foram abordados temas como o desenvolvimento sustentável e includente da Amazônia. (Foto: Divulgação / Secom-Sudam)

Paulo Rocha: Olha, o maior desafio foi que, como toda característica do governo passado, se desestruturou o Estado brasileiro que a gente já tinha construído, e aí passamos todo esse tempo recuperando, reestruturando porque eles deixaram totalmente tudo esvaziado, desestruturado, enfim, e agora nós já começamos a entrar no processo de planejamento e resolvemos fazer o planejamento pelas micro-regiões mais empobrecidas, no caso lá do Pará, a região do Marajó, em que a ideia é ir em cada estado fazer esses planejamentos a partir das áreas mais empobrecidas, onde a gente põe todo mundo, governo federal, governo estadual, governo municipal, as universidades, pesquisadores, empresários, os trabalhadores, para a gente conceber essa ideia do desenvolvimento sustentável. Então, está saindo, infelizmente não agora, nós demos uma parada por causa das eleições municipais e nós sabemos que para falar em sustentabilidade tem que ser a partir da vocação local, portanto os prefeitos têm um papel importante nesse processo, então, nós vamos retomar agora, no início do ano [de 2025], esses desafios de planejar, organizar e direcionar para financiar empreendimentos dentro daquela concepção de desenvolvimento sustentável, principalmente a partir dos chamados arranjos produtivos locais, enfim, é um processo que nós estamos felizmente organizando e eu acho que vai ser uma saída para o debate do desenvolvimento sustentável da Amazônia. E, naturalmente, a gente está preparando também isso para que a gente estabeleça um diálogo com o chamado da COP-30, que vai ser realizada lá, e nós já queremos ter exemplos concretos da proposta que nós estamos articulando e pensado por todos.

 

 

“O nosso açaí lá do Pará, da região, então estamos verticalizando, em que está se tirando tudo do açaí, além da polpa, está se fazendo até vinho tinto, vinho da polpa do açaí”

 

RDM: Dentro do desenvolvimento sustentável, Belém do Pará, a capital paraense, uma das capitais do Norte do Brasil, uma das capitais da Amazônia, vai sediar a 30ª edição da Conferência de Mudanças Climáticas (COP-30), das Nações Unidas (ONU), no final do ano que vem. Como o senhor está vendo essa realização da COP-30 e o papel da Sudam nisso também, junto com o governo estadual, e também junto com o governo federal?

Paulo Rocha e seu diretor de Administração da Sudam, Wilson Ferreira, e assessor Vagner Costa, em reunião com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, em que abordaram os planos de desenvolvimento includente e sustentável para os mais de 23 milhões de habitantes da Amazônia legal, buscando oferecer igualdade de oportunidade para todos. (Foto: Divulgação / Secom-TCU)

Paulo Rocha: É isso que eu estou falando. A Amazônia padece de um problema sério, que sempre foi o desenvolvimento ser pensado de fora para dentro. Por isso que tem essas diferenças regionais. Lá só tem alguma coisa de desenvolvimento a partir dos grandes projetos, projetos agropecuários, projetos minerais. Onde não tem esses projetos, não tem desenvolvimento. Por isso que nós queremos dialogar com quem quer que venha para a COP. Nós queremos dialogar. Olha, nós da Amazônia estamos pensando assim, se querem nos ajudar, querem investir aqui, tem que ser a partir desta concepção de desenvolvimento que nós estamos pensando aqui, a partir de uma realidade e da vocação de cada região.

 

 

“Do caroço do açaí já está se fazendo carvão, pode produzir energia até a partir da biomassa saída da carbonização do caroço, tem também o café do caroço do açaí, tem até chocolate do caroço do açaí”

 

RDM: E o senhor tem percebido isso junto aos países, às empresas estrangeiras, que queiram fazer essa contribuição, essa participação, o senhor tem visto isso, essa sinergia, digamos assim?

Em reunião com o então ministro da Justiça e Segurança Pública, atual integrante da Suprema Corte, Flávio Dino, e com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, Paulo Rocha, foi informado de que os Ministérios iniciariam a partir de setembro de 2023 a instalação de duas plataformas de segurança pública nos estados do Amapá, Amazonas e no Pará. (Foto: Divulgação / Secom-MJSP)

Paulo Rocha: Não, porque a gente não teve esse contato. Quem está nos procurando muito lá são os chineses, que estão afim de investir na Amazônia, não só para aproveitar os nossos minérios, mas como também eles têm muito interesse na questão da alimentação, porque se nós já temos problema de alimentar 215 milhões de brasileiros, imagina a China, que tem 1 bilhão e 400 milhões de chineses. Então, naturalmente, eles estão atrás também de ajudar a produzir aqui na nossa região para alimentação. E é isso que nós queremos, a vocação da Amazônia é exatamente essa, é ser uma grande produtora de alimento para o mundo, além do potencial também de ter uma grande indústria de remédios naturais, porque como o mundo está fugindo dos remédios puramente químicos, a Amazônia tem condições de produzir a partir dos seus fármacos, das suas essências, enfim, que é a riqueza da nossa biodiversidade, nós podemos transformar a região em uma grande produção de remédios naturais.

 

“Ou seja, o potencial a partir das nossas florestas é também não só produzir, mas verticalizar ali para agregar valores”

 

RDM: Com relação aos investimentos chineses, no último dia 20 de novembro, o presidente da China, Xi Jinping, esteve no Brasil, assinou vários acordos comerciais com o governo brasileiro, 37 ao todo, sendo seis diretamente em agropecuária e muitas outras parcerias culturais, de ordem econômica e etc. Como o senhor viu essa vinda dele, essa assinatura desses acordos?

Aporte de R$ 100 milhões do Fundo Geral de Turismo ao estado para contratação de financiamentos por empreendedores turísticos locais assinado em 10 de maio deste ano, na sede da Sudam. Na cerimônia, a Sudam assinou um protocolo de intenções com o Banpará, possibilitando o banco se tornar um agente operador do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA). O protocolo de intenções foi assinado pelo superintendente da Sudam, Paulo Rocha, e pela presidente do Banpará, Ruth Mello, além dos diretores de administração da Sudam, Wilson Ferreira, de gestão de fundos, incentivos e de atração de investimentos da autarquia, Jorge Frota, de promoção do desenvolvimento sustentável do órgão, Aharon Alcolumbre, e de planejamento e articulação de políticas, Jorgiene Oliveira, além do ministro do Turismo, Celso Sabino. O recurso possibilitou a abertura da linha especial de crédito aos empreendedores com vistas à preparação para a COP 30. (Foto: Divulgação / Secom-Sudam)

Paulo Rocha: Essa relação Brasil-China começou, principalmente, se consolidou no primeiro governo Lula. O Lula levou para lá, na época, 324 empresários, exatamente para vender para os chineses o potencial do nosso país, e como eles chamam lá, o nosso país pode ser uma complementaridade para atender as necessidades deles. Ou seja, tudo que eles precisam, o país teria condições de produzir em abundância para eles. Então essa aproximação já vem ao longo do tempo e a vinda do Xi Jinping aqui, começando com o Lula, vai consolidando isso, e é fundamental a gente ter essas parcerias. Também no primeiro governo Lula, o Lula foi para a Arábia Saudita também para ampliar o processo dessa relação, e, inclusive, eles passaram a ser os grandes compradores de boi na Amazônia, infelizmente boi vivo, porque eles exigem que seja boi vivo, mas a gente persegue a ideia, além dessa questão do desenvolvimento sustentável, persegue a ideia da gente verticalizar a nossa riqueza lá mesmo, ou seja, chamando uma cadeia produtiva para verticalizar os nossos materiais, as nossas matérias-primas, é o caso do exemplo do nosso açaí lá do Pará, da região, então estamos verticalizando, em que está se tirando tudo do açaí, além da polpa, está se fazendo até vinho tinto, vinho da polpa do açaí. Do caroço já está se fazendo carvão, pode produzir energia até a partir da biomassa saída da carbonização do caroço, tem também o café do caroço do açaí, tem até chocolate do caroço do açaí, ou seja, o potencial a partir das nossas florestas é também não só produzir, mas verticalizar ali para agregar valores, e, aliás, uma coisa, inclusive, interessante, eu estou sendo procurado pelos setores da área de grãos, nesse interesse de verticalizar na nossa região, o que é bom, uma visão que eles estão evoluindo para que a gente verticalize lá, por exemplo, o pessoal do Mato Grosso, lá no Pará, o pessoal ali do Sul do Maranhão, está nos procurando para poder financiar a extração do etanol do milho. Isso é importante para nós, que não só verticaliza, mas como é uma transição da chamada energia limpa, assim como também o esmagamento da soja, porque aí produz farelo, produz ração, e chama outra cadeia para produzir pequenos animais, como a piscicultura, avicultura – galinhas, pato, suinocultura, etc. Esse é o debate que nós estamos provocando, e nós estamos percebendo que setores empresariais importantes estão nesse diálogo fundamental.

 

“A Rota da Seda é uma rota colocada por eles e o que nós queremos é que seja uma rota Brasil-China direto”

 

RDM: Com relação ainda à China, muitos estão no debate da Rota da Seda, o Brasil ainda não aderiu plenamente, aderiu parcialmente à Rota e o Cinturão comercial da Seda. Como que o senhor vê esse debate e a importância da Amazônia neste debate?

Paulo Rocha: A Rota da Seda é uma rota, imposta não, colocada por eles, e o que nós queremos é que seja uma rota Brasil-China direto, como a vinda do Xi Jinping aqui consolidou isso, está consolidando isso, uma linha direta, Brasil-China.

 

“Como diz o Lula, tudo bem, querem que a gente mantenha a floresta em pé, e o que é que a gente vai fazer com 29, 30 milhões de brasileiros que lá vivem, que lá eles precisam comer, precisam vestir, precisam ter educação…”

 

RDM: Agora, voltando à questão do cooperativismo e do meio ambiente, a agência espacial dos Estados Unidos da América (NASA), em junho, divulgou um estudo, apontando que se os meios de produção não forem alterados dentro da Amazônia, a Amazônia vai se tornar um deserto daqui a 50 anos, nos anos 2070. Como o senhor viu isso à época?

Em agenda de julho de 2023, Paulo Rocha recebeu das mãos do engenheiro da Eletrobras, Dilson Trindade, um projeto de mudança de matriz energética com prioridade para geração de energia solar específico para região de ilhas. Na oportunidade, dialogaram também sobre o projeto de exploração de petróleo na margem equatorial, localizada no Norte e Nordeste do país, entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte (Foz do Amazonas, Pará, Maranhão, Barreirinha, Ceará e Potiguar), em que se encontra um forte potencial petrolífero que está sendo pesquisado pela Petrobras. Paulo Rocha também falou da experiência da geração de energia em Barcarena (PA) a partir do caroço de açaí, em que foi realizado um projeto de eletrificação rural a partir do poder calorífico produzido com o caroço da fruta. (Foto: Divulgação / Secom-Sudam)

Paulo Rocha: Olha, eu sou de uma posição de que, na questão ambiental, nós sabemos, o Brasil sabe, e nós, na Amazônia, sabemos da responsabilidade do papel da floresta Amazônica no equilíbrio do clima para o planeta Terra, mas nós temos saídas para poder transformar as áreas degradadas em floresta produtiva, mandar o pessoal plantar açaí, castanha, copaíba, andiroba, cacau, isso se transforma em floresta produtiva, mantém mais floresta em pé e tira da floresta o sustento, o desenvolvimento humano da nossa região. Como diz o Lula, tudo bem, querem que a gente mantenha a floresta em pé, e o que é que a gente vai fazer com 29, 30 milhões de brasileiros que lá vivem, que lá eles precisam comer, precisam vestir, precisam ter educação, escolas decentes para poder produzir, para dar ensino para a nossa juventude, uma rede de saúde para poder dar assistência a nossa família, investimento na infraestrutura para assegurar o desenvolvimento, como a gente vai fazer, se querem que a floresta seja imaculada aqui no seu território? Então, é uma combinação de produzir com respeito à questão ambiental.

 

 

“Nós temos que, nas áreas degradadas, construir florestas produtivas, repito, floresta produtiva, plantar açaí, cacau, castanha, copaíba, andiroba, todas essas que produz, não precisa derrubar, produz e gera renda”

 

RDM: Inclusive, a questão do dinheiro, por exemplo, o Lula várias vezes encontrou grandes líderes europeus, até presidentes dos Estados Unidos, dizendo que o mundo desenvolvido precisam financiar, e eles falaram que viria um financiamento para manter a floresta em pé, só que a realidade é muito diferente, os depósitos são minúsculos.

Paulo Rocha: Não tem nada a ver manter a floresta em pé, nós temos que, nas áreas degradadas, construir florestas produtivas, repito, floresta produtiva, plantar açaí, cacau, castanha, copaíba, andiroba, todas essas que produz, não precisa derrubar, produz e gera renda para o pequeno produtor e chama uma cadeia produtiva em torno disso.

 

RDM: Agora, para encerrar, o senhor foi deputado, senador, agora está na presidência da Sudam. Em 2026, o senhor está avaliando voltar para a vida política partidária?

Paulo Rocha: Não, partidária não. Não saí da vida política, estou cumprindo uma tarefa importante lá, mas eu acho que todos os estados têm que aproveitar do potencial eleitoral de cada liderança para a gente eleger senadores e deputados federais para socorrer aqui o nosso governo no parlamento brasileiro que hoje, está aí, capturou o orçamento. Então, nós precisamos eleger bancadas, não só do PT, mas dos partidos progressistas e aliados para a gente poder fazer essa concertação aqui no parlamento brasileiro.

 

RDM: E como o senhor vê essa discussão em torno da reforma ministerial? Vai haver reforma ministerial? O senhor tem conversado com o presidente Lula sobre isso?

Paulo Rocha: Essa parte não nos pertence.

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