ENTREVISTA DA SEMANA | GOVERNADOR DE RONDÔNIA
“Se o Brasil ficar totalmente seco, quer dizer que os outros países também vão ficar muito antes de nós”, afirma Marcos Rocha
De acordo com o governador rondoniense, anfitrião do 28 fórum dos governadores da Amazônia Legal, realizado em Porto Velho (RO) entre os dias 8 e 9 de agosto, o Brasil “detém 12% da água superficial do planeta” e “28% de águas subterrâneas do planeta”. Ele não acredita que esteja certo o estudo da NASA de que a Amazônia possa ficar sem água e inabitável em 50 anos se não forem alterados os atuais meios de produção e os níveis de desmatamento na região.
Por Humberto Azevedo, enviado especial a Porto Velho.
“A Amazônia tem o seu bioma, nós temos aqui muita gente trabalhando em todas as áreas e nós, como em qualquer outro lugar do Brasil, a gente quer o quê? Desenvolver.”
O governador de Rondônia (RO), Marcos Rocha (União Brasil), afirmou durante o 28 fórum dos governadores da Amazônia Legal, realizado na capital rondoniense Porto Velho entre os dias 8 e 9 de agosto, que não acredita que o estudo e levantamento realizado pela Agência Espacial do governo dos Estados Unidos da América (NASA) esteja certo e que a Amazônia possa ficar sem água e inabitável em 50 anos se não forem alterados os atuais modos de produção e controlados os atuais índices de perda de floresta na região.
“A mesma crise que a gente vive aqui em Rondônia, os outros estados estão vivendo.”
De acordo com o gestor rondoniense, anfitrião do encontro dos governadores amazônicos, o Brasil “detém 12% da água superficial do planeta” e “28% das águas subterrâneas do planeta”. Segundo ele, “se o Brasil ficar totalmente seco, (…) os outros países (…) vão ficar muito antes de nós”, comentou.
“Então, quando a gente se une, a gente consegue colher informações de outros estados para poder adotar as mesmas providências aqui.”
“Eu não acredito e eu vou ser sincero aqui para todos, nós detemos, o Brasil detém 12% da água superficial do planeta. 12%! Então, o Brasil tem 28% das águas subterrâneas do planeta. Então, aí, a gente vai fazer a conta, 40%. Então, espera aí, se o Brasil ficar totalmente seco, quer dizer que os outros países também. E vão ficar muito antes de nós.
DESENVOLVIMENTO
Essa declaração de Marcos Rocha aconteceu durante em uma das entrevistas coletivas concedidas aos veículos de imprensa que cobriram o evento, que é realizado em parceria com o Consórcio interestadual da Amazônia Legal formado pelos estados nove estados que integram a região: Acre (AC), Amapá (AP), Amazonas (AM), Mato Grosso (MT), Maranhão (MA), Pará, Rondônia (RO), Roraima (RR) e Tocantins (TO).
“E providências que nós tomamos aqui também podem ser adotados pelos outros estados.”
Nas entrevistas em que o portal RDMNews esteve presente e publica na íntegra, abaixo, ao qual além da reportagem, o “ceo” do grupo RDM – João Pedro Marques – também participou, o governador Marcos Rocha ressaltou também que o foco do fórum dos governadores amazônidas e do Consórcio da Amazônia Legal é alcançar o pleno desenvolvimento nas atividades econômicas, oferecendo qualidade de vida aos quase 30 milhões de brasileiros que vivem na região, sempre perseguindo um modo sustentável para preservar os ecossistemas e mantendo a floresta em pé.
“Ou seja, é a união de esforços para a gente poder proteger a nossa região amazônica e impedir que dados catastróficos como foram relatados, por exemplo, pela NASA.”
“A gente quer o quê? Desenvolver. (…) A gente tem trabalhado muito para poder fazer com que a nossa região seja projetada. (…) Nós temos observado o fenômeno da redução das águas, da crise hídrica que os governos da Amazônia tanto têm falado e o governo federal também. (…) Essa união de esforços dos governadores vai fazer com que a gente consiga fazer a diferença”, completou.
Segue as entrevistas, na íntegra. Boa leitura!
“Eu vejo que todos nós passamos pela educação, passamos pelas escolas, e eu sempre quis valorizar os professores. Não por eu ser também professor, mas porque eu queria valorizar os professores.”
Imprensa: Qual a importância da realização deste 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal? Serão debatidos como conciliar o desenvolvimento da região amazônica com a preservação ambiental? Este é o sentido deste encontro?
Marcos Rocha: Exatamente, a Amazônia tem o seu bioma, nós temos aqui muita gente trabalhando em todas as áreas e nós, como em qualquer outro lugar do Brasil, a gente quer o quê? Desenvolver. E os governadores, nós temos um Consórcio. Esse Consórcio é composto pelos nove governadores dos nove estados que compõem a Amazônia Legal e a gente tem trabalhado muito para poder fazer com que a nossa região seja projetada. Eu sempre falo aqui para vocês, especificamente do estado de Rondônia, nesta data de hoje [8 de agosto], eu estou falando de um conjunto de estados que compõem a Amazônia Legal e que tem problemas similares e que tem também soluções para esses problemas. Soluções que podem ser alcançadas em conjunto e que ao mesmo tempo tem pessoas maravilhosas, dedicadas e que precisam do apoio dos governos. Então, essas Câmaras Setoriais que acontecerão aqui, nós vamos falar de governança, de fundiária, agricultura e economia verde, também infraestrutura e transporte – algo que a gente tanto fala, meio ambiente e desenvolvimento sustentável e a gente precisa disso. Nós temos observado o fenômeno da redução das águas, da crise hídrica que os governos da Amazônia tanto tem falado e o governo federal também e segurança pública. A gente tem várias parcerias, inclusive, com a segurança pública. De forma que uma segurança de cada estado atenda ao outro lado. Então, esse convênio que nós temos para fazer as investigações e até as capturas de foragidos. Então, é essa a união de esforços dos governadores que vai fazer com que a gente consiga fazer a diferença. Lembrando, quais são os estados? Rondônia, que está sediando o encontro, o Acre, o Amapá, o Amazonas, Mato Grosso, também o Maranhão, Pará, Roraima e Tocantins. Hoje com os secretários destes estados, estarão aqui nas Câmaras Setoriais, e também amanhã com todos os governadores reunidos. Ao meu lado aqui também o Marcello Brito, em que ele é o secretário-executivo do Consórcio e também o nosso vice-governador, o Sérgio Gonçalves que também participará de todo o evento.
“A mesma coisa na segurança. Nós compramos carros [viaturas] blindados, nós compramos equipamentos novos, nós capacitamos praticamente 100% das nossas forças policiais, contratamos um novo efetivo.”
Imprensa: Como o Sr. avalia os desafios do meio ambiente que o estado tem enfrentado, a questão da fumaça, a crise climática, as queimadas urbanas e rurais, o que o estado tem feito hoje, quais medidas estão sendo feitas para enfrentar esta situação?
Marcos Rocha: Isso a gente tem que entender que essa fumaça, por exemplo, que está sobre Porto Velho, ela não é feita somente em Porto Velho. Ela vem também de outros estados e até de fora do Brasil. Também vem da Bolívia. E como Porto Velho é mais baixo, então, acaba a fumaça ficando sobre Porto Velho. Isso é algo que a gente enfrenta quase todos os anos. O ano passado, felizmente, nós não tivemos essa nuvem de fumaça. Mas a gente sabe que existem as queimadas legais e ilegais. As queimadas legais, logicamente, são permitidas por lei e as ilegais, a Sedam [Secretaria de Desenvolvimento Ambiental] tem combatido com multas, com ações de polícia também para poder evitar. O fato é que essas queimadas, é bom que eu diga aqui nas redes, ela traz problema também de saúde, para as nossas crianças, idosos, enfim para todas as pessoas e nós temos que tomar providências e estas providências estão sendo adotadas, através da Polícia Ambiental, também através do Corpo de Bombeiros e também da nossa secretaria de Desenvolvimento do Meio Ambiente.
“O nosso gado é boi verde, boi criado no pasto. A carne maravilhosa. O nosso tambaqui, que nós temos fomentado e apoiado, através da nossa secretaria de Agricultura, para que os nossos produtores tenham todo o apoio.”
Imprensa: O fórum vai servir também para que os estados atuem de maneira conjunta para enfrentar estes desafios ambientais, da crise hídrica, da fumaça, das queimadas?
Marcos Rocha: Com certeza. A mesma crise que a gente vive aqui em Rondônia, os outros estados estão vivendo. Então, quando a gente se une, a gente consegue colher informações de outros estados para poder adotar as mesmas providências aqui e providências que nós tomamos aqui também podem ser adotados pelos outros estados. Ou seja, é a união de esforços para a gente poder proteger a nossa região amazônica e impedir que dados catastróficos como foram relatados, por exemplo, pela NASA [Agência Espacial dos Estados Unidos da América], que a gente venha a impedir que eles aconteçam. Eu não acredito e eu vou ser sincero aqui para todos, nós detemos, o Brasil detém 12% da água superficial do planeta. 12%! Então, o Brasil tem 28% de águas subterrâneas do planeta. Então, aí, a gente vai fazer a conta, 40%. Então, espera aí, se o Brasil ficar totalmente seco, quer dizer que os outros países também. E vão ficar muito antes de nós. Então, a gente tem que entender que nós temos água e nós precisamos só cuidar dessa água. Nós precisamos ter, de verdade, a consciência de que nós precisamos proteger. Quando for tomar banho, [evitar o] desperdício. Na piscina, na lavagem do carro, são pequenas ações que fazem a diferença. Mas, além disso, a gente tem que entender também que existe um ciclo. Se a gente conversar com pessoas de 49 anos atrás, que é o meu caso, não vai ter essa experiência. Mas quando você conversa com pessoas de mais de 50 anos, que estavam jovens nessa época, ribeirinhos, eles vão dizer que conseguiram atravessar o rio madeira a pé. Então, esse problema já acontecia lá atrás, é um ciclo que nós não vivemos – mas outros viveram. Então, mas naquela época o número de pessoas na Amazônia era muito menor. Hoje nós temos muita gente. Então, a gente tem que tomar um cuidado maior para proteger e conseguir passar por esse período. A ANA, Agência Nacional das Águas, disse que nos próximos 16 anos nós vamos ter uma crise hídrica, no Brasil, e também na região Norte. Principalmente na região Norte. Então, nós temos que ter cuidados para passar por esse momento em paz. E aqui é um momento de discussão. Aqui é um momento de nós levantarmos soluções para podermos enfrentar essa crise.
“João Pedro, lá de Brasília. Olha, só, eu fico muito feliz. Rondônia vem avançando. Como eu disse aqui anteriormente, Rondônia é ‘triplo A’ em capacidade de pagamento. A gente não tem atrasos.”
Imprensa: Nós viemos de Brasília para lançar a revista Amazônia Legal, que abrange os nove estados, para dar suporte ao Consórcio. Nós ouvimos o sr. falar muito dos problemas, mas Rondônia tem muitas soluções. Como por exemplo vocês chegaram a ser o terceiro maior produtor de proteína animal do país. Primeiro é Mato Grosso, segundo é o Pará e terceiro é Rondônia.
Marcos Rocha: Produtor de quê?
Imprensa: De proteína animal.
Marcos Rocha: Sim, proteína animal.
Imprensa: Nós queríamos que o sr. falasse um pouco destas ações positivas do estado de Rondônia. Porque de problemas estamos cheios, não é?
Marcos Rocha: Vamos lá. Eu fico muito feliz com a sua fala. Qual é o seu nome mesmo?
Imprensa: João Pedro Marques, do grupo RDM.
Marcos Rocha: João Pedro, lá de Brasília. Olha, só, eu fico muito feliz. Rondônia vem avançando. Como eu disse aqui anteriormente, Rondônia é ‘triplo A’ em capacidade de pagamento. A gente não tem atrasos. Nós temos professores, que acabei de dar aumento salarial para os professores de Rondônia, então, nós temos aqui professores ganhando bem, quase comparativo com [a média] do Brasil. Antigamente, [um] diretor de escola, ele tinha uma gratificação. Quando eu entrei no governo, o salário do professor era R$ 2,6 mil. Agora nós temos professores que ganham de R$ 8 mil a R$ 12 mil, fora a gratificação, que aqui em Rondônia, dependendo do tamanho da escola, vai até R$ 6 mil. E isso reflete em quê? Por que a gente fez isso? Porque eu vejo que todos nós passamos pela educação, passamos pelas escolas, e eu sempre quis valorizar os professores. Não por eu ser também professor, mas porque eu queria valorizar os professores. A mesma coisa na segurança. Nós compramos carros [viaturas] blindados, nós compramos equipamentos novos, nós capacitamos praticamente 100% das nossas forças policiais, contratamos um novo efetivo. Enfim, a gente vem atuando em todas as áreas. E na área econômica, nós criamos vários projetos importantes, através da nossa secretaria de Desenvolvimento, que é a Sedec [Secretaria de Desenvolvimento Econômico], por sinal, comandada pelo nosso vice-governador. Criamos o Proampe-RO [Programa de apoio às pequenas e microempresas e empreendedores de pequenos negócios do estado de Rondônia], onde nós temos muitas empresas, que foram criadas e mantidas pelo Proampe. São milhões de reais em recursos do governo do estado e depois tivemos a parceria com o banco, que vem aí fomentando a economia. Juros baixíssimos e R$ 150 milhões de empréstimos a baixos juros. E isso deu uma força para a nossa economia. O nosso gado é boi verde, boi criado no pasto. A carne maravilhosa. O nosso tambaqui, que nós temos fomentado e apoiado, através da nossa secretaria de Agricultura, para que os nossos produtores tenham todo o apoio. Criamos um projeto que atende o produtor porteira adentro. A gente sempre atendeu fora da porteira da propriedade. Agora, a gente atende dentro da propriedade com recursos do governo do estado e de acordo com a necessidade de cada produtor. Eu tive a alegria de ir numa pequena chácara, de um hectare, e nesse um hectare, ele tinha peixe, cacau, mandioca, leite, suínos, mamão, rosa do deserto e eu andei naquela pequena propriedade e ele disse para mim: ‘governador, antigamente, os nossos filhos queriam ir embora. Hoje, os nossos filhos querem ficar na terra porque está dando dinheiro. Então, aquilo que a gente aprendia na escola, do êxodo rural, não está acontecendo mais, em Rondônia. Então, todas essas são medidas importantes que foram adotadas para que a gente pudesse alcançar o desenvolvimento, através da assistência social também, é bom dizer, nós temos aí dez mil vagas anualmente oferecida, de acordo com a necessidade de cada região a toda a população que está no CADÚnico e, desta forma, nós conseguimos ter também em Rondônia e esse é um dado importante, o menor índice de desemprego do Brasil. É de Rondônia. Sabiam disso? Mais uma informação. O menor índice de desemprego do Brasil é de Rondônia. Rondônia hoje tem a sexta melhor educação do Brasil e logo, logo, a gente avança.
“Criamos um projeto que atende o produtor porteira adentro. A gente sempre atendeu fora da porteira da propriedade. Agora, a gente atende dentro da propriedade com recursos do governo do estado e de acordo com a necessidade de cada produtor.”
Imprensa: Isso precisa ser destacado, não?
Marcos Rocha: Sim, concordo, na verdade, todos nós, exatamente. Olha, só! O que o Brasil produz? E o que nós produzimos? A maioria dos estados? Comida! Comida que o mundo inteiro precisa. Então, a gente tem que entender que nós temos um grande poder nas mãos. Um poder para alimentar o mundo inteiro. E com alimentação de alta qualidade. Uma vez, eu fui a um país, não preciso dizer qual, ele estava dizendo que o nosso peixe brasileiro não é aceito por lá por causa das embarcações que poluem os rios. Aí eu peguei um ‘folder’ e mostrei a essas autoridades, que Rondônia produz em tanques. Então, como a gente polui rios? Se a água sai dos tanques mais limpa do que entrou. [Em que] tudo é muito bem tratado, bem cuidado. Né? Então, eles não sabiam o que falar. Na verdade, é um protecionismo que se usa para poder dizer que não [se] compra por conta disso. Mas o objetivo, na verdade, é outro. É o protecionismo. A bioeconomia é importante. E é nela que a gente tem que trabalhar forte também. E mostrar ao mundo inteiro, que nós temos um grande poder aqui, e não podemos nos render a ninguém não. Não precisamos nos render. Nós somos fortes, capazes, temos indústrias, produzimos alimentos e quem quiser investir aqui na nossa região, em Rondônia, vai ser muito bem recebido. Agora o que o nosso jornalista falou aqui é verdade: já pensou lá, as pessoas foram lá para os jogos e saíram doentes, com infecção grave, não é verdade? E, agora, vem aqui nos nossos rios, aproveitar as praias, não é isso? Aproveitar as praias dos nossos rios para fazer pesca esportiva e poder comer uma peixada e uma carne maravilhosa que você não encontra no mundo inteiro a nossa picanha brasileira, não é verdade? Então, é isso, gente.
“Eu tive a alegria de ir numa pequena chácara, de um hectare, e nesse um hectare, ele tinha peixe, cacau, mandioca, leite, suínos, mamão, rosa do deserto.”
Imprensa: O sr. poderia falar um pouquinho de regularização fundiária, tanto urbana, quanto rural, que o estado de Rondônia está promovendo?
Marcos Rocha: A gente tem trabalhado muito e é algo que Rondônia tem uma preocupação muito grande. Para que nós possamos continuar produzindo e melhor, a gente esbarra em uma situação, que é a documentação da terra. Os nossos produtores precisam de documentos para que eles consigam pegar financiamento e poder produzir mais. Sem o documento, isso fica muito difícil. Então, a gente vem trabalhando, através da secretaria de Patrimônio e Regularização Fundiária, em que está a frente o David Inácio, trabalhando muito bem, com toda a equipe, e amanhã [9 de agosto] vamos fazer uma entrega muito boa, eu vi alguns produtores daqui de Porto Velho sorrindo, me abraçando, e dizendo que era tudo que nós sonhávamos e está acontecendo. Mas muitas das terras de Rondônia pertencem a União e eu fiz várias reuniões com o governo federal, com a pasta específica, pedindo as glebas federais. Falei com o vice-presidente [Geraldo] Alckmin, ele disse que estaria me ajudando nesta situação. Ele veio aqui recentemente e também com o ministro para que nós pudéssemos trazer estas glebas para Rondônia, assim como aconteceu em Roraima, no Amapá também. A gente também precisa trazer as glebas. Porque isso promove desenvolvimento. Então, nós já temos exemplos anteriores que podem ser aproveitados para o estado de Rondônia. E a regularização fundiária vai fazer o quê? Olha, só! Se Rondônia, hoje, cresceu tanto e muita gente ainda sem a documentação devida. Imagina com a documentação o que vai acontecer. Vai ser maravilhoso. Para quem? Para os produtores, para o estado, mas para o Brasil também. Para o Brasil que vai poder fazer mais e com qualidade. E tem uma outra característica. Quando você tem a documentação da terra, você vai ter queimada ilegal? Vai ter violência no campo por invasão? Não. Então, são dois problemas que serão solucionados, problemas sérios com a documentação. E o governo do estado pode ajudar nisso. E trabalhar junto com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] nisso. E a gente tem feito isso. E vai dar certo. Só para ter uma ideia, eu coloquei servidores contratados pelo estado para trabalhar dentro do Incra. Eles estão lá. Primeiramente foram 35, hoje nós temos 22 dentro do Incra e outros trabalhando com o Incra dentro do governo do estado. Então, isso é maravilhoso para todos nós.
“E eu andei naquela pequena propriedade e ele disse para mim: ‘governador, antigamente, os nossos filhos queriam ir embora. Hoje, os nossos filhos querem ficar na terra porque está dando dinheiro.”
Imprensa: Qual avaliação o sr. faz deste encontro, após a vinda dos governadores do Acre, de Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e Roraima?
Marcos Rocha: Hoje foi um dia de muita alegria. Hoje, nós recebemos os governadores dos estados amazônicos e aqui nós discutimos várias questões, desde a agricultura, economia verde, segurança pública foi também tratada aqui e assinamos protocolos – onde vamos abrir toda essa região para que as nossas polícias consigam trabalhar em conjunto em casos de perseguição e investigação. As polícias estaduais aqui destes nossos estados amazônicos estarão trabalhando juntamente, como já trabalham, mas agora de uma forma mais firme. Meio ambiente também nós tratamos e sabemos que precisamos ter o cuidado com o meio ambiente, mas sem esquecer da nossa população. Sabendo que aqui moram 30 milhões de pessoas e as pessoas precisam ser respeitadas, ao mesmo tempo em que nós precisamos também respeitar o meio ambiente. Nós governadores também conversamos muito sobre a questão fundiária. Nós temos os mesmos problemas e a necessidade de termos o documento da terra. Alguns estados, já conquistaram isso, que é o caso de Roraima e também o Amapá, mas Rondônia e demais estados precisam avançar nisso. E para isso existem discussões, reuniões, que precisamos fazer junto ao governo federal – já temos trabalhado nisso, mas agora faremos também, através do Consórcio. Além disso, nós falamos sobre infraestrutura que também tem haver com o transporte. Dentre as necessidades que a gente destaca, nós temos aí a BR-319 que foi citada várias vezes durante a reunião. Uma infraestrutura necessária não só para Rondônia e para o Amazonas, mas também para o Acre, Mato Grosso e para todos os estados amazônicos. O importante é que nós estamos trabalhando em conjunto e essa união dos governadores, através do fórum dá mais força para que nós possamos, então, juntos com os nossos senadores e deputados federais conquistar o desenvolvimento da nossa região.
“Então, aquilo que a gente aprendia na escola, do êxodo rural, não está acontecendo mais, em Rondônia. Então, todas essas são medidas importantes que foram adotadas para que a gente pudesse alcançar o desenvolvimento.”
Imprensa: Quais setores vão ser priorizados?
Marcos Rocha: É o que nós conversamos. A infraestrutura, segurança pública, enfim, nós trabalhamos sobre várias áreas que o nosso povo necessita e a gente, agora, em união, ainda mais fortes, e eu como governador de Rondônia, tendo recebido essas autoridades, que são meus amigos, aqui no estado de Rondônia. Eu fico extremamente feliz e sabendo que juntos nós somos mais fortes e também mais eficazes.
Imprensa: O sr. gostaria de fazer alguma consideração final?
Marcos Rocha: Agradecer aqui o trabalho de todos vocês durante todo o período da reunião, desde ontem [8 de agosto], vocês têm feito a diferença no nosso estado. Parabéns a imprensa do nosso estado de Rondônia, eu sempre falo isso e falo com o coração, vocês sabem, e dizendo, nós estamos aqui para lutar pelo nosso estado. Nós estamos aqui para lutar pela nossa região. Essa união dos governadores é que tem feito a diferença. Logicamente, junto com nossos deputados, com as nossas autoridades. Então, vamos juntos e vamos informar cada vez mais a nossa região e os nossos estados. Muito obrigado! Parabéns para vocês.