Em meio a protestos com mais de 100 mortes, Bangladesh desliga a sua internet
Da Redação
Após uma onda de protestos que resultou na morte de mais de 100 pessoas em Bangladesh, o governo revisou seu sistema de cotas para empregos públicos.
Na sexta-feira (19), foram registradas 50 mortes relacionadas aos confrontos. Os protestos, que começaram de maneira pacífica em campus universitários, rapidamente se transformaram em um movimento nacional contra o sistema de cotas que reserva um terço das vagas no setor público para parentes de veteranos da guerra de independência contra o Paquistão.
O sistema de cotas, que havia sido abolido em 2018 pelo governo da Primeira-Ministra Sheikh Hasina, foi reinstaurado por um tribunal no mês passado. Os manifestantes argumentam que a política é discriminatória e exige que o recrutamento seja baseado no mérito. Na sexta-feira, os protestos escalaram com atos de vandalismo, incluindo o incêndio de uma prisão e a destruição parcial da sede da emissora estatal BTV.
Em resposta à violência, o governo impôs um bloqueio de comunicação sem precedentes, desligando a internet, restringindo os serviços de telefonia e decretando um toque de recolher nacional.
A Suprema Corte de Bangladesh decidiu revisar o sistema de cotas, determinando que 93% dos empregos no setor público sejam preenchidos por mérito, com 5% reservados para parentes dos veteranos da guerra e 2% para minorias étnicas ou pessoas com deficiência.