Em cerimônia no Palácio do Planalto, Sidônio Palmeira assume pasta que é responsável pela comunicação do governo
Essa será a primeira experiência de gestão pública do publicitário baiano que já chegou a presidir a ABAP. Em sua primeira fala como ministro, Sidônio afirmou que o seu desafio como gestor será promover uma integração da informação dos diferentes órgãos de governo e valorizar a imprensa regional.
Por Humberto Azevedo
Em cerimônia realizada na manhã desta terça-feira, 14 de janeiro, no Palácio do Planalto, tomou posse como novo ministro responsável pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) o publicitário baiano Sidônio Palmeira. O novo ministro assume a pasta no lugar do agora ex-ministro Paulo Pimenta (PT), deputado federal pelo Rio Grande do Sul (RS).
Essa será a primeira experiência de gestão pública do publicitário baiano que já chegou a presidir a Associação Brasileira de Agências de Propaganda (ABAP). Em sua primeira fala como ministro, Sidônio afirmou que o seu desafio como gestor será promover uma maior integração da informação dos diferentes órgãos de governo e valorizar a imprensa regional.
O baiano, que foi responsável pelas campanhas eleitorais vitoriosas que elegeram três governadores petistas na Bahia – e organizou a campanha eleitoral do presidente Lula em 2022, também salientou a defesa da liberdade de expressão, o combate à desinformação e ao discurso de ódio.
Em entrevista coletiva aos jornalistas, Sidônio afirmou ainda que suspenderá a licitação de quase R$ 200 milhões para fazer uma nova licitação que tenha como foco a publicidade governamental no ambiente cibernético e digital. A atual licitação, que acabou sendo autorizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na última semana, se arrastou por mais de um ano entre suspeitas e equívocos
“Já sei o que vou fazer. Vamos valorizar a imprensa regional”, falou em conversa rápida com alguns jornalistas após tomar posse e se direcionar à coletiva. “Vou fazer uma nova licitação. Ainda neste semestre”, garantiu Sidônio com a sinalização de privilegiar menos as plataformas digitais e mais a imprensa como estratégia de combater as notícias falsas e a desinformação – que ele qualificou como um momento dos mais perigosos para a humanidade.
“Esse movimento aprofunda o negacionismo, a xenofobia e as violências raciais e de gênero. Promove um revisionismo histórico sob regência do charlatanismo político, que promete prosperidade imediata e pavimenta a cultura do ódio, do cancelamento e do individualismo. A informação dos serviços não chega à ponta. A população não consegue ver o governo em suas virtudes. Como profissional de marketing, trago também uma outra visão da publicidade, como prestadora de serviços, que informa e contribui para melhorar a vida das pessoas. As mães e os pais precisam saber que chegou vacina no posto. O garoto que está na escola precisa saber que existe o Pé-de-Meia. A jovem precisa saber que o governo fornece absorvente para proteger a dignidade dela”, disse durante a cerimônia em que tomou posse
DESPEDIDA
Na mesma cerimônia, o agora ex-ministro e deputado federal licenciado Paulo Pimenta agradeceu ao presidente Lula o período em que comandou a pasta. Ele listou todos os avanços da comunicação nos dois primeiros anos do governo, como a divulgação de dados regionalizados.
“Chegamos aqui, enfrentamos o 8 de janeiro na primeira semana do governo. Tenho certeza que nós vamos entregar uma Secom em condições muito melhores do que aquelas que nós encontramos, até porque o ministério não existia. Foi totalmente reconstruído e totalmente reorganizado”, disse Pimenta.
“Recuperamos uma relação de respeito no ambiente republicano com as agências que trabalham com o governo e com a população. Democratizamos o acesso às mídias do governo, às rádios comunitárias, aos pequenos sites, às rádios. Hoje, o Brasil inteiro se enxerga e faz parte da política nacional do Brasil”, acrescentou.
O ex-ministro elogiou a escolha pelo nome de Sidônio Palmeira para substituí-lo e afirmou ter “absoluta convicção” de que a nova equipe que estará à frente da Secom saberá “cumprir com maestria” a missão de divulgar as ações de governo para a população e também de enfrentar alguns dos maiores desafios da atualidade, no Brasil e no mundo, quando o assunto é comunicação: o uso das plataformas digitais e a “luta incessante contra a mentira e contra as fake news”.