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Eleições nos EUA: retorno de Trump à presidência preocupa lideranças financeiras

O tema foi abordado nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, realizadas recentemente.
Da Redação

Os eleitores estadunidenses vão escolher, na próxima terça-feira (5), o futuro presidente dos EUA. De um lado, o ex-vice-presidente Donald Trump concorre pelo partido Republicano. De outro, Kamala Harris, atual vice-presidente representante do Democrata. As pesquisas mostram uma disputa bastante acirrada e uma possível volta do empresário Trump à Casa Branca já começa a preocupar lideranças devido às implicações econômicas.

O tema foi abordado nas reuniões anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, realizadas recentemente. Na agenda oficial estavam crescimento baixo, alto endividamento e a escalada das guerras, mas o tema eleições estadunidenses despontou, segundo reportagem da agência de notícias Reuters publicada no g1.

A entrada de Kamala na disputa presidencial após desistência do presidente Joe Biden trouxe animação aos eleitores, mas o avanço recente de Trump trouxe apreensão.

Entre as preocupações com a potencial vitória de Trump está uma reviravolta no sistema financeiro global, com aumentos de tarifas, trilhões de dólares a mais em emissão de dívidas e uma reversão do trabalho de combate à mudança climática em favor de mais produção de energia a partir de combustíveis fósseis.

“Todos pareciam preocupados com a grande incerteza sobre quem se tornará o próximo presidente e quais políticas serão adotadas pelo novo presidente”, disse o chefe do Banco do Japão, Kazuo Ueda, segundo a Reuters.

Outro banqueiro central, falando sob condição de anonimato, descreveu as preocupações de forma mais direta: “Está começando a parecer que Trump vai ganhar”.

Os Estados Unidos são a maior economia do mundo e, diante de sua importância, o que acontece lá preocupa as outras economias. Com Trump à frente da Casa Branca, há um horizonte de incerteza, principalmente em um momento em que os bancos centrais iniciam uma trajetória de baixa nos juros e o mundo enfrenta o mais importante dos enfrentamentos, que são as mudanças climáticas.

Relação dos EUA com China e União Europeia preocupa se Trump vencer. Porém, mercado financeiro vê ganhos com vitória

Que Trump tem uma narrativa anti-China não é novidade. Foi assim no mandato dele na Casa Branca (2017-2021). Entre as promessas de campanha dele agora está impor uma tarifa de 10% sobre as importações de todos os países e 60% sobre as importações da China.

A medida atingiria as cadeias de oferta em todo o mundo, provavelmente provocando retaliações e aumentando os custos.

O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, declarou recentemente que só haveria perdedores em uma guerra comercial entre os EUA e a União Europeia.

Entre as estratégias de Trump para persuadir os eleitores a votarem nele estão várias isenções fiscais, desde a extensão de todos os cortes de impostos individuais de 2017 até a isenção de renda de gorjetas, pagamento de horas extras e benefícios de aposentadoria da Previdência Social.

Pelas contas de analistas, as promessas de Trump acrescentariam pelo menos mais US$ 7,5 trilhões (R$ 42,9 trilhões) em novas dívidas dos EUA ao longo de uma década, além dos US$ 22 trilhões (R$ 125,7 trilhões) em crescimento da dívida estimados anteriormente pelo Escritório de Orçamento do Congresso até 2034.

Por outro lado, os mercados financeiros estão vendo um retorno das negociações sob o fator Trump em ativos, como bitcoins e peso mexicano.

O dólar registrou seu maior ganho mensal em mais de dois anos e meio, e há quem atribua a valorização às perspectivas melhores para a vitória de Trump nos mercados de apostas.

Vitória de Kamala

Já uma vitória de Kamala está sendo vista pelas autoridades financeiras como uma continuação da reaproximação vista nos últimos quatro anos da gestão Biden na cooperação multilateral de vários temas relevantes, como o clima, impostos corporativos, alívio da dívida e reformas dos bancos de desenvolvimento. A avaliação é que os planos dela também aumentem a dívida, mas muito menos do que os de Trump.

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