Diálogo de Petersberg prepara terreno para implementações na COP-30
Reunião em Berlim, com 40 ministros do clima, antecipa discussões para a conferência que será realizada em Belém no final do ano.
O presidente da 30ª edição da Conferência sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (COP-30), embaixador André Corrêa do Lago, declarou nesta terça-feira, 25 de fevereiro, que o evento será o momento de implementação de estratégias sustentáveis, durante o 16º “Diálogo Climático” de Petersberg, que acontece em Berlim, na Alemanha, entre esta terça quarta-feira, 26 de março.
Os debates do Diálogo Climático” de Petersberg são preparatórios para a COP-30, que acontecerá em novembro em Belém do Pará. Os debates ajudarão a traçar as perspectivas dos povos das florestas que irão orientar as estratégias das tomadas de decisão da conferência das Nações Unidas (ONU).
“Nós debatemos, discutimos e negociamos. Agora, é hora da implementação. (…) Esse diálogo serviu, por duas décadas, como fórum político vital para promover o progresso da agenda climática global”, afirma o embaixador Corrêa do Lago.
Na perspectiva brasileira, a COP-30 deve-se tornar um ponto de virada. Ele ressaltou que nesta edição, os debates têm como peculiaridade o alcance de resultados na COP-30 que será a primeira COP “convocada após o ano que o mundo excedeu o limite de temperatura de 1,5ºC, estabelecido pelo Acordo de Paris”.
“Nós debatemos, discutimos e negociamos. Agora, é hora da implementação. O mundo está observando, o mundo está esperando”, indicou Corrêa do Lago.
ENGAJAMENTO
Corrêa do Lago reforçou que, diante da crise global compartilhada, o multilateralismo e a governança global são ferramentas essenciais na luta contra a mudança do clima. Nesse sentido, defendeu a urgência pelo engajamento para resultados concretos na implementação dos acordos climáticos. Corrêa do Lago chamou a atenção para o papel que “os povos da floresta” desempenham no alcance dos objetivos do Acordo de Paris. E acrescentou que, na COP30, essas comunidades não serão apenas ouvidas, mas suas perspectivas irão orientar as políticas e estratégias das tomadas de decisão.
“Conversas abertas e construtivas, guiadas pelo espírito do ‘mutirão’, tão essencial para enfrentar desafios tão complexos como a mudança do clima, com suas dimensões sociais, econômicas e ambientais tão profundamente interligadas”, disse o embaixador.
Esse diálogo é uma das poucas reuniões internacionais de ministros do clima. Ele reúne representantes dos países mais vulneráveis à crise do clima, incluindo pequenos estados insulares e os países industrializados e os países economicamente menos desenvolvidos, bem como as principais nações industrializadas do G20 em uma única mesa.
Em 2025, o diálogo busca identificar oportunidades de cooperação internacional e uma mudança acelerada para tornar as economias carbono zero. Outro objetivo é aumentar a confiança nos esforços climáticos e multilaterais, adiciona o ministério. A próxima parada para as discussões será em Bonn, também na Alemanha, em junho, onde esses temas continuam na mesa de negociações, para serem concretizados COP-30, no Brasil.
“Os povos indígenas, as comunidades tradicionais e os quilombolas são guardiões da terra e atores fundamentais em nossa luta contra a mudança do clima. Seus conhecimentos, tradições e modos de vida são inestimáveis em nossa jornada compartilhada rumo à sustentabilidade”, declarou o embaixador.
Com informações de assessoria.