COP30: após investimentos do governo federal, números do turismo em Belém disparam
Esta será a primeira vez do Brasil sediar o evento, que receberá milhares de pessoas em Belém neste ano. Capacitação de profissionais da área turística, reforma de pontos centrais da cidade e ampliação da rede hoteleira estão entre as ações já em andamento.
Por Humberto Azevedo
Os investimentos do governo federal da ordem de R$ 4,7 bilhões, entre recursos do Orçamento Geral da União (OGU), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Itaipu Binacional para que Belém (PA) possa receber em novembro a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), está fazendo com que o turismo na capital do estado se amplie como nunca visto. De acordo com estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), serão esperadas mais de 40 mil pessoas entre os dias 10 e 21 de novembro.
Dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) já dão conta da escalada da procura de Belém como destino internacional. Uma comparação entre janeiro a novembro de 2023 (antes do anúncio da cidade como sede da COP) e janeiro a novembro de 2024 indica um crescimento superior a 59% nas chegadas por via aérea na capital paraense. Enquanto, no período destes 11 meses, em 2023 foram 18.655 chegadas, em 2024 o número foi de 29.685, ano de movimentação recorde no Aeroporto Internacional Júlio Cezar Ribeiro. Nacionais do Suriname, França, Estados Unidos, Portugal e Holanda formam os principais grupos a terem desembarcado em Belém no último ano.
Capacitação aos profissionais do ramo, que se dedicarão a um público com características definidas, voltadas à sustentabilidade; atenção à rede hoteleira, com a construção de novos hotéis e restauração e modernização das instalações já existentes; e reforma de lugares centrais, como o Complexo Ver-o-Peso, maior feira livre da América Latina, e o Mercado de São Brás, que em dezembro de 2024 já foi reinaugurado, estão entre as ações na área turística. O Mercado foi a primeira obra entregue pelo governo federal e pela prefeitura de Belém no escopo de revitalizações com vistas à COP30.
“Estamos trabalhando para que o turista que vier a Belém possa conhecer nossa Floresta Amazônica e fique mais dias, tenha uma experiência que seja memorável e sustentável. O que está em disputa na COP30 é um novo modelo de desenvolvimento para a humanidade. Vamos mostrar, na prática, como o turismo é uma atividade que está conectada com os desafios postos, e pode promover sustentabilidade, gerando emprego e renda com impactos positivos para o meio ambiente e para as comunidades que recebem visitantes”, coloca Marcelo Freixo, presidente da Embratur.
QUALIFICAÇÃO PARA O TURISMO
Além da execução de obras, outros movimentos via governo federal já estão encaminhados em perspectiva da Conferência. Em junho do ano passado, o Ministério do Turismo, em parceria com a Embratur e a Caixa Econômica Federal, assinou um acordo de cooperação com previsão de R$ 6 milhões em investimentos para desenvolver o turismo de base comunitária em Belém e nas ilhas metropolitanas dos arredores da cidade.
O foco é na elaboração de projetos de experiência autêntica com participação ativa dos ribeirinhos, potencializando o que há de significativo na região. “Pela primeira vez na história nós vamos investir um valor tão significativo para desenvolver uma modelagem de turismo que aproxime as pessoas que mais precisam, de uma fonte de renda sustentável, e ainda proporcionar experiências turísticas memoráveis”, declarou o ministro do Turismo, Celso Sabino, na ocasião.
Em novembro, também em Belém, foi inaugurada a primeira Escola de Turismo do Brasil. A escolha da cidade para o projeto pioneiro do Ministério do Turismo foi motivada exatamente pela proximidade da COP em terras paraenses. Com aulas presenciais em Belém, Santarém, Vigia e Bragança e também com aulas na modalidade online, são 4,7 mil vagas nos cursos como os de “Gestão de Negócios para o Turismo”, “Educação Ambiental e Sustentabilidade”, “Governança para a Hospedagem Familiar” e “Condutor de Atrativos Turísticos”, além de idiomas como inglês e espanhol.
Com informações de assessorias.