Conflito em Israel: Petrobras vai mitigar volatilidade do petróleo
Da Redação
A atual política de preços da Petrobras vai mitigar um provável aumento da volatilidade de preços do petróleo e variações especulativas em razão do conflito em Israel e o Hamas, disse nesta segunda-feira (9) o CEO da companhia, Jean Paul Prates.
A estatal vai usar “fatores brasileiros” para manter os preços de combustíveis no mercado interno “mais ou menos estáveis”, disse Prates.
“Isso vai mostrar como está dando certo a política atual de preços da Petrobras, ela deve mitigar esses efeitos”, disse Prates em evento organizado pela Câmara de Comércio Noruega e Brasil, pelo Innovation Norway e pelo Consulado Geral da Noruega no Rio de Janeiro.
O presidente da Petrobras avaliou que a guerra instaurada no sábado (7) é um “evento grave” e disse que há no momento análises díspares sobre o futuro disso.
“Nas próximas semanas não deve haver solução”, disse Prates, acrescentando que, embora Israel não seja um grande produtor de petróleo, deve haver “muita especulação” sobre os efeitos do conflito sobre os grandes produtores.
Os preços do petróleo subiam perto de 4% nesta segunda-feira, à medida que os confrontos entre Israel e o Hamas provocavam temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio.
Alta do petróleo
A analista da corretora britânica Hargreaves Landsdown, Susannah Streeter, avalia que “com o governo israelita alertando para uma guerra longa e difícil, há preocupações de que retaliações profundas e incessantes em Gaza possam trazer o Irã para o conflito e ter um impacto no fluxo de energia na região”.
Os investidores de petróleo foram tomados pelos temores de que o conflito possa se alastrar pelo Oriente Médio.
Assim, na manhã de segunda-feira, os preços do petróleo nos EUA subiram acima dos 3%, ultrapassando US$ 85 (R$ 437,52) por barril, depois de reduzirem os ganhos durante a noite.
O petróleo Brent, referência global, também subiu quase 3%, sendo negociado a quase US$ 87 (R$ 447,82) o barril.
Margem equatorial
Durante o evento, Jean Paul Prates também defendeu que a exploração na Margem Equatorial poderia ser mais uma fonte de recursos do Fundo Amazônia, o que exigiria mudanças legislativas, e disse que outras petrolíferas podem ser parceiras da Petrobras na região.
O Ibama emitiu neste mês uma licença ambiental para que a Petrobras realize duas perfurações de poços de petróleo e gás em águas profundas da Bacia Potiguar, representando um avanço exploratório em uma área considerada ambientalmente sensível.
Questionado sobre o potencial de reservas de petróleo na Margem Equatorial, Prates disse que não poderia confirmar volumes estimados antes de realizar as perfurações.
No mês passado, o ministro Alexandre Silveira afirmou que estudos internos da Petrobras mostram que um único bloco na Margem Equatorial, na região amazônica do Amapá, pode conter reservas de mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo.
Fonte: CNN Brasil