Bebês e crianças de até 2 anos são os mais vulneráveis, pois possuem vias aéreas mais estreitas e um sistema imunológico ainda em desenvolvimento. (Foto: Tony Winston/ Agência Saúde-DF)

Como se prevenir de bronquiolite, a doença que mais afeta bebês e crianças pequenas

Infecção respiratória é a principal causa de internação infantil e pode levar a complicações graves.

 

Por Humberto Azevedo

 

O período entre março e julho registra maior incidência de doenças respiratórias no Distrito Federal. Nesse cenário, a bronquiolite – uma infecção viral que acomete principalmente bebês e crianças de até dois anos – merece atenção especial. A prevenção é fundamental para reduzir o risco de contaminação.

 

A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções respiratórias contaminadas, como espirros, tosse, superfícies infectadas e mãos não higienizadas. O principal agente causador é o vírus sincicial respiratório (VSR), mas outros vírus, como adenovírus, rinovírus e influenza, também podem desencadear a infecção.

 

Medidas essenciais incluem a higiene frequente das mãos, a vacinação contra a influenza, a aplicação do palivizumabe e a redução da exposição a aglomerações e ambientes fechados. Como se trata de uma doença que afeta principalmente os mais novos, evitar visitas a recém-nascidos também é uma recomendação importante.

 

“Bebês e crianças de até dois anos são os mais vulneráveis porque possuem vias aéreas mais estreitas e um sistema imunológico ainda em desenvolvimento. Isso facilita a obstrução dos bronquíolos e torna a recuperação mais difícil”, explica Danielle Sampaio Lima, responsável técnica de emergências pediátricas da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF).

 

A especialista também recomenda manter a amamentação enquanto o bebê estiver doente, pois o leite materno fortalece o sistema imunológico da criança. A bronquiolite causa inflamação nos bronquíolos – pequenas vias aéreas dos pulmões – e acúmulo de muco, dificultando a respiração.

 

INTERNAÇÕES

 

Dados do portal Infosaúde indicam que as síndromes gripais são as principais causas de internação infantil. Entre janeiro de 2024 e o início de março deste ano, quase 20 mil internações foram registradas na rede hospitalar do DF.

 

Cuidados passam por medidas de higiene, como lavagem frequente, distanciamento de aglomerações e ambientes fechados e vacinação em dia. (Foto: Breno Esaki/ Agência Saúde-DF)

 

Desse total, 6,1 mil internações foram de bebês menores de um ano, sendo que mais de mil precisaram de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas ou Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin).

 

“A internação é necessária quando há sinais de insuficiência respiratória grave, desidratação ou baixa oxigenação. Bebês com menos de três meses ou com doenças preexistentes também podem precisar de internação”, explica Lima.

 

ENFRENTAMENTO

 

Dois medicamentos ajudam na prevenção de doenças respiratórias. O palivizumabe, um anticorpo de alto custo, previne infecções pelo VSR, principal causador da bronquiolite em bebês.

 

A SES-DF já iniciou, em fevereiro, a campanha de aplicação do medicamento em crianças menores de dois anos com cardiopatia congênita ou adquirida em tratamento, ou com displasia broncopulmonar. Além disso, bebês com até um ano de idade, que nasceram com até 28 semanas e seis dias de gestação, também são elegíveis para receber o palivizumabe.

 

A partir desta terça-feira (25), a vacina contra a gripe (influenza) estará disponível em mais de cem salas de vacinação para os grupos prioritários, incluindo crianças de seis meses a cinco anos e 11 meses.

 

Para reforçar os plantões em busca de expandir o atendimento nas UPAs, o governo do Distrito Federal (GDF) também tem ampliado o atendimento pediátrico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), gerenciadas pelo Instituto de gestão estratégica de saúde (Iges-DF).

 

Com informações de assessoria.

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