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China prepara estímulos econômicos que podem beneficiar Brasil, mas efeito pode ser limitado

Mercado financeiro aguarda reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo chinês, que ocorre esta semana

 

 

Os próximos dias serão decisivos para a economia mundial. De 4 a 8 de novembro, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China se reúne para anunciar uma série de estímulos para impulsionar o crescimento da segunda maior economia do planeta.

Para o professor de economia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) Paulo Dutra Constantin, entender a hierarquia política chinesa é essencial para captar a dimensão global dessas decisões.

“O Partido Comunista Chinês é o centro do poder, enquanto o Congresso Nacional do Povo define as políticas econômicas e sociais”, afirma.

Efeitos na economia global: o que muda?

Em setembro, o Banco Central chinês deu início a uma série de estímulos, com uma injeção de liquidez de 1 trilhão de yuans (o equivalente a mais de R$ 800 bilhões) e cortes nas taxas de juros. As medidas de apoio monetário foram as mais agressivas desde a pandemia da Covid-19. Segundo o economista, embora esses estímulos forneçam fôlego temporário, não são suficientes para sustentar um crescimento acelerado no longo prazo.

Impactos para o Brasil e o agro

Constantin avalia que, no curto prazo, os incentivos fiscais podem elevar a demanda por commodities, beneficiando a economia brasileira. Ele alerta, porém, que “com o aumento da inflação na China, medidas restritivas serão aplicadas, reduzindo o consumo, principalmente de minerais”.

As commodities agrícolas, por sua vez, deverão ser menos afetadas por serem essenciais à alimentação.

“Essa desaceleração é inevitável. O Brasil precisa diversificar seus parceiros comerciais e investir em infraestrutura e produtividade para reduzir a dependência chinesa, criando uma base econômica mais equilibrada”, conclui.

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