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O ex-chanceler e atual principal assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, vê declarações de Zelensky como tentativa em fragilizar a coesão nos países que formam os Brics - hoje o maior bloco econômico do mundo que ameaça a hegemonia dos EUA. (Foto: Eraldo Peres / AP Photo)

Celso Amorim rebate críticas de Zelensky e diz que o ‘Brasil respeita o sofrimento do povo ucraniano’

‘A paz só será encontrada pelo diálogo’, crava o assessor de relações exteriores do presidente Lula sobre o conflito na Ucrânia.

 

Por Sputnik e O Globo

 

O assessor-chefe da Assessoria Especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, rebateu as críticas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e afirmou que o governo brasileiro tem conversado sobre a guerra na Ucrânia com vários interlocutores, inclusive ocidentais. Segundo ele, todos reconhecem o papel que a China exerce nesse processo.

 

“Respeitamos o sofrimento do povo ucraniano. Queremos contribuir para uma paz alcançável. Isso só será possível se levarmos em consideração as preocupações das partes, o que pressupõe diálogo entre elas, preferencialmente com apoio de países que gozem de confiança de ambos”, disse Amorim.

 

Em declaração exclusiva à Sputnik Brasil, Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reiterou a postura do Brasil em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

 

Amorim negou que o Brasil se posicione do lado russo e enfatizou que a busca pela paz deve ser guiada pelo diálogo, ressaltando a neutralidade do país em questões de preferência ou alinhamento entre as nações envolvidas.

 

Ainda conforme o diplomata, “quem ler com atenção a declaração conjunta sino-brasileira verá que há recado para todos, inclusive para a Rússia, cuja ação militar sem autorização da ONU o governo brasileiro nunca deixou de criticar”. Na semana passada, Brasil e China lançaram uma proposta conjunta para negociações de paz, enfatizando a inclusão tanto da Rússia quanto da Ucrânia. Esta proposta foi consolidada após uma reunião em Pequim entre Celso Amorim e o chanceler chinês Wang Yi.

 

As declarações de Celso Amorim foram feitas após Zelensky insinuar que o Brasil estaria aliado à posição russa na Guerra na Ucrânia por razões comerciais. O mandatário ucraniano também demonstrou preocupação com a esperada ausência de Lula em uma conferência de paz convocada pela Suíça, este mês, para discutir a paz, para a qual a Rússia não foi convidada.

 

Ele frisou que a posição brasileira não envereda por uma escolha entre Rússia e Ucrânia, mas sim de um esforço genuíno para contribuir para a paz na região.

 

Amorim destacou a complexidade das circunstâncias que envolvem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e as preocupações de segurança da Rússia, questões que remontam a tempos anteriores ao comunismo e à dissolução da União Soviética. Segundo ele, esses fatores históricos devem ser considerados para uma compreensão mais ampla do conflito.

 

ESPECULAÇÕES DE ZELENSKY

 

A fala de Amorim à Sputnik Brasil vem em contraponto às declarações de Vladimir Zelensky à Folha de S.Paulo. Ele insinuou que o Brasil estaria alinhado mais à Rússia do que à Ucrânia.

 

A entrevista aconteceu em um encontro para jornalistas da América Latina na capital ucraniana, Kiev. A mídia foi convidada pelo Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.

 

“Não entendo, não entendo. Diga: por acaso, o presidente Lula, por acaso não quer ter essa aliança? Por acaso o Brasil está mais alinhado com a Rússia do que com a Ucrânia? […]”, indagou.

 

O encontro com os profissionais de imprensa aconteceu às vésperas da cúpula da suposta “fórmula da paz” proposta pela Ucrânia e organizada pela Suíça, nos dias 15 e 16 de junho.

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