Ministro Waldez Góes durante a cerimônia de assinatura do acordo com a China, que prevê transferência de tecnologia por meio de cooperação entre a Sino-Lac, empresa chinesa que conduz a plataforma integrada de serviços econômicos e comerciais Sino-Latina-Americana com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para atender a produção local. (Foto: Divulgação / Secom-MIDR)

Brasil e China firmam acordo para rota de biofertilizantes no Amapá

Nova rota marítima deverá impulsionar emprego e renda a partir do Porto de Santana, a 18 km de Macapá; assinatura do acordo entre o Brasil com a China contou com a presença do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional e ex-governador amapaense, Waldez Góes.

 

Por Humberto Azevedo

 

Com o objetivo de estabelecer cooperação estratégica de longo prazo, os governos do Brasil e da China assinaram na última segunda-feira, 4 de novembro, um acordo entre os dois países que estabelece uma rota marítima do Porto de Santana (AP) com o Porto de Gaolan, na China. 

 

A nova rota deverá impulsionar pelo menos 100 empregos diretos a partir do Porto de Santana, que está localizado a 18 quilômetros de Macapá, capital do Amapá. Não foi divulgada a estimativa de empregos indiretos que serão gerados a partir desta parceria. Apenas os dois governos acreditam que a iniciativa estimulará a ampliação de renda para a população próxima a área portuária.

 

A assinatura do acordo entre o Brasil com a China contou com a presença do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional e ex-governador amapaense, Waldez Góes (PDT), responsável pela pasta desde janeiro de 2023 por indicação do senador Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), tido como favorito para voltar a assumir a presidência do Congresso Nacional a partir de 1º de fevereiro de 2025.

 

Além de Waldez Góes, participaram pelo lado das autoridades do governo chinês, da assinatura do protocolo de intenções entre a Companhia Docas de Santana, em Santana (AP), e a Comissão Administrativa da Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Zhuhai, na China.

 

ESTRATÉGICO

 

O acordo abrangerá áreas como desenvolvimento de rotas marítimas, logística integrada, troca de tecnologias e formação de talentos. Para o ministro, a assinatura representa um passo significativo para fortalecer as relações comerciais entre os dois países e potencializa o desenvolvimento econômico da região Norte do país, permitindo que a Amazônia receba navios chineses. Góes avalia ainda a iniciativa como estratégica entre os dois países, começando com a importação de biofertilizantes.

 

A parceria define também as diretrizes para a criação de uma rota marítima direta entre a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau ao Porto de Santana, o que reduzirá em 14 dias o tempo de transporte em comparação com as rotas tradicionais. A iniciativa posiciona o porto amapaense como um “hub” – que são centros de vendas e logística que tem como finalidade facilitar investimentos e negócios pelas mais diversas empresas que buscam o local para inovações e conexões com outras empresas, além de oferecer o atendimento a vários serviços. 

 

O ministro sugeriu também que o porto de Santana fosse utilizado para facilitar essa importação, contribuindo para o desenvolvimento regional, uma vez que a importação terá o Amazonas como destino inicial. Além de facilitar a importação de biofertilizantes, o protocolo também estabelece o Porto de Santana das Docas como um foco central para a entrada e saída de produtos entre Brasil e China. O objetivo é ampliar, futuramente, o escoamento de matérias-primas agrícolas produzidas no Amapá e em outras regiões do Brasil para a China.

 

“Hoje foi um marco nas relações entre China e Brasil. Em uma cerimônia histórica, foi assinado o acordo de cooperação, selando o compromisso de impulsionar o comércio entre os dois países. Esse acordo abre portas para uma nova rota marítima entre o Porto de Gaolan, na China, e o Porto de Santana. Essa parceria promete modernizar a infraestrutura, encurtar distâncias e criar um ecossistema único de cooperação e desenvolvimento sustentável”, falou o ministro.

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