Brasil assumirá liderança climática ambiciosa na COP-30, diz secretário da ONU
A afirmação é de Simon Stiell, secretário-executivo da ONU sobre Mudança do Clima. Ele participou de evento em Brasília com o presidente da COP-30, embaixador André Corrêa do Lago.
Por Humberto Azevedo
O secretário-executivo das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Simon Stiell, reforçou a importância do Brasil como “negociador-chave” nos assuntos climáticos. Ele fez uma palestra para diplomatas em formação no Instituto Rio Branco, em Brasília.
O evento contou com a presença do presidente da Conferência das Nações Unidas para o enfrentamento das mudanças climáticas (COP-30), embaixador André Corrêa do Lago e da diretora-geral do Instituto Rio Branco, Mitzi Valente da Costa.
Acompanhando as iniciativas do governo brasileiro para a COP-30 desde o início, Stiell reiterou a importância do “papel negociador” do Brasil. Schill disse que quando o presidente Lula anunciou o interesse em receber a COP-30, as Nações Unidas sabiam que, com sua visão, sua forte liderança e seu compromisso, o Brasil faria uma “liderança ambiciosa”.
Stiell destacou avanços significativos no setor energético. De acordo com o secretário da ONU, em 2024, pela primeira vez na história, o investimento global em energia limpa ultrapassou a marca de R$ 11,54 trihões (U$ 2 trilhões).
O secretário diz que a transição para a energia limpa representa uma escala colossal de oportunidades econômicas. Apesar dos grandes fluxos de capital para a economia verde, dois terços dos países do mundo ainda não conseguem acessar esses recursos para impulsionar ações climáticas em larga escala.
Para Stiell, essa barreira reforça a urgência de uma reforma da governança global, e esse é um dos temas que serão discutidos pela presidência brasileira do bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Arábes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã (BRICS) em meados deste ano.
Simon Stiell avalia que um país pode recuar, mas outros já estão se posicionando para “assumir a dianteira” e “colher os benefícios” da ação do clima. Nesta semana, Simon Steele lidera encontros com representantes da mineração. O objetivo destas reuniões é discutir com o governo brasileiro e as equipes envolvidas na preparação da COP-30.
O embaixador André Corrêa do Lago lembrou da Rio 92, conferência que marcou o compromisso global com a agenda climática. Essa conferência reconheceu que os países desenvolvidos são os principais responsáveis pelo agravamento da crise ambiental e que as nações em desenvolvimento necessitam de apoio financeiro, tecnológico, para garantir uma transição justa e sustentável.
O embaixador disse que o momento em que vivemos é “brilhante” para “testar os limites das possibilidades” que estão à nossa frente.
Com informações de assessoria.