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Bebê de 1 mês morre em UPA do Recanto das Emas, no DF; família denuncia negligência

Familiares relatam que Jasminy sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu; esse é segundo caso de morte de crianças na unidade em um mês. Iges-DF diz que não houve falha médica

Por g1 DF

Uma família denuncia a morte de um bebê de 1 mês por falta de atendimento apropriado na UPA do Recanto das Emas, no Distrito Federal, no dia 14 de abril. A morte é investigada pela Polícia Civil. O caso foi divulgado pelo portal Metrópoles e confirmado pelo g1.

Os familiares relatam que Jasminy sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu (veja detalhes abaixo). O Iges-DF, que é responsável pela administração das Upas de Brasília e também pelo contrato com a UTI Vida, afirma que “não houve falha médica, pois todas as medidas foram tomadas para a melhora do quadro” (veja nota na íntegra abaixo).

“Um pouco antes dela falecer, os médicos solicitaram uma vaga em um hospital mais adequado e não tinha vaga nem ambulância. Eles estavam tentando em quatro hospitais diferentes, mas não tinha nem vaga e nem ambulância disponível para poder levar ela”, conta a mãe da criança.

Em relação ao caso de Enzo Gabriel, o Iges-DF reconheceu a demora para o transporte e afirmou que o problema estava sendo tratado pela presidência do instituto. “É uma empresa contratada que faz esse trabalho [transporte de pacientes]”, disse o superintendente Francivaldo Soares.

Paradas cardíacas

Segundo relatos da mãe da bebê Jasminy, a família foi até a UPA em busca de atendimento e só conseguiu uma consulta quando uma amiga da família, que é enfermeira, foi até o local.

Em um primeiro momento, a criança foi diagnosticada com bronquiolite e foi mantida no oxigênio e no soro, sem qualquer realização de exame, de acordo com a família. Os responsáveis pela Jasminy questionaram a falta de exames, mas lhes foi respondido que a filha estava “em observação”.

Ainda de acordo com os relatos dos familiares, em seguida, horas depois, um funcionário da UPA constatou que a bebê estava com baixa saturação de oxigênio. Jasminy estaria com febre alta e em estado grave. A família conta que um raio X foi realizado, mas nenhum resultado foi apresentado a eles.

Após o exame, uma médica informou que a criança seria internada e intubada. A família diz ainda que os funcionários avisaram que procuravam uma vaga em outro hospital para Jasminy.

Durante o processo de intubação, a bebê sofreu a primeira parada cardíaca, em que conseguiu ser reanimada. No entanto, segundo relatos da mãe, Jasminy não resistiu à segunda parada cardíaca.

Os familiares dizem ainda que a médica perguntou se os responsáveis queriam passar um tempo com a filha já falecida. A mãe concordou e, por cerca de uma hora, eles ficaram com ela no colo até que um funcionário da UPA viesse buscar o corpo.

O que diz o Iges-DF

“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) apurou o fato ocorrido e informa que, de acordo com os dados no nosso sistema, não foram encontrados registros de busca de atendimento na data de 12/04/2024. No dia 13/04/2024, a família procurou a UPA por volta das 19:42, momento registrado da retirada da senha, no entanto, a família optou por não aguardar atendimento.

No dia 14/04/2024, procuraram novamente a unidade, tendo retirado a senha às 11:06 e fizeram a classificação de risco às 12:09. Por conta da dessaturação, a criança foi classificada na cor laranja e às 12:22 foi admitida para observação.

A principal hipótese diagnóstica para o caso era de bronquiolite viral aguda (BVA). É válido informar que o diagnóstico para BVA é clínico, portanto não há necessidade de exames laboratoriais para confirmação do diagnóstico.

A criança evoluiu com piora, apresentando febre, fazendo-se assim necessária a realização de exames laboratoriais.

Informamos ainda que o resultado do raio-x foi avaliado presencialmente pela médica, junto com a acompanhante. Diante da confirmação de uma pneumonia bacteriana nova medicação foi administrada e a paciente seguiu em observação.

Após sequenciada evolução de piora, o procedimento de intubação foi discutido com os pais da criança e só foi realizado após permissão dos mesmos. Tal medida é indicada em casos de insuficiência respiratória aguda com o objetivo melhorar o prognóstico do paciente. Dessa forma, não há nenhuma correlação com a parada cardiorrespiratória.

Reiteramos que não houve falha médica, pois todas as medidas foram tomadas para a melhora do quadro.

Ainda de acordo com nossa equipe, não foram solicitados documentos por parte da família. As causas identificadas do óbito foram infecção generalizada (SEPSE), pneumonia à esquerda, bronquiolite viral aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo, e encontram-se descritas na Declaração de Óbito, preenchida pela médica plantonista e entregue à família.

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