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Apesar do negacionismo das mudanças climáticas tentar frear a aprovação de medidas que ajudam a enfrentar as consequências do novo normal, a bancada ruralista vê como fundamental o aporte cada vez maior junto ao seguro rural para evitar prejuízo ocasionado pelas mudanças climáticas. (Foto: Divulgação / Ascom-FPA)

Bancada ruralista pede reforço de pelo menos R$ 1 bilhão em recursos para subvenção ao prêmio do seguro rural

Proposta que altera a destinação orçamentária para o programa foi encaminhada aos Ministérios da Casa Civil, Fazenda e Planejamento.

 

Por Humberto Azevedo

 

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida nos bastidores como “bancada ruralista”, em ofício assinado pelo presidente do agrupamento, deputado Pedro Lupion (PP-PR), encaminhou ao governo federal uma solicitação de urgência para inclusão de um pouco mais, pelo menos, de R$ 1 bilhão para os recursos destinados ao Seguro Rural.

 

Os parlamentares da frente ressaltam que o acréscimo deste valor significa encaminhar uma política de segurança da produção nacional para todos os produtores. De acordo com Lupion, a adição do valor se faz indispensável para a construção da política pública, com a devida manutenção ao longo do desempenho orçamentário, bem como para auxiliar a durabilidade dos programas e linhas de financiamento do crédito rural.

 

“A segurança do produtor é fator essencial para que ele possa assumir riscos na sua atividade, garantindo a produção, o abastecimento e contribuindo para a manutenção de preços justos dos alimentos e o acesso à comida para a população de baixa renda”, afirmou o deputado paranaense.

 

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 

Segundo aponta a FPA, a cobertura do seguro rural tem caído, mesmo diante de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e severos, como El Niño e La Niña, provocados pelas mudanças climáticas. Enquanto isso, programas como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que deveriam servir como rede de proteção, apresentam ineficiência e elevado custo. 

 

Em 2023, o Proagro teve uma sinistralidade de 428%, e custou dez vezes mais ao governo que o PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural), mas cobriu uma área menor.

 

Em 2024, por exemplo, o setor agropecuário solicitou R$ 2,1 bilhões, com aprovação, na Lei Orçamentária Anual (LOA), de R$ 964,5 milhões. Entretanto, após o contingenciamento, esse valor caiu para R$ 820,2 milhões, ou seja, menos de 60% do valor solicitado pelo agro brasileiro.

 

“A ausência de uma política robusta de mitigação de riscos tem agravado a inadimplência no crédito rural”, que triplicou em operações de mercado no último ano, o que torna o acesso ao financiamento ainda mais difícil para os produtores”, diz um trecho do ofício.

 

FUNDAMENTAL

 

Segundo Lupion, é necessário dar prioridade ao fortalecimento do seguro rural para alavancar a competitividade do setor agropecuário brasileiro.

 

“Se compararmos o modelo de seguro dos Estados Unidos com o nosso, vemos uma disparidade gigantesca em relação a cobertura, a obrigatoriedade, o tipo de seguro e os subsídios. Estamos muito atrás e não podemos transformar em secundário o que é fundamental para o desenvolvimento do agro e do Brasil”, concluiu o parlamentar.

 

Com informações de assessoria.

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