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Coronel Fernanda, escolhida por Lira para ser a coordenadora do grupo que acompanhará e investigará após quase 470 dias às ocorrências que acometeram os povos yanomamis no final de 2022 e que veio a público no início de 2023, discursa na tribuna do plenário Ulysses Guimarães. (Foto: Zeca Ribeiro / Agência Câmara)

Arthur Lira cria comissão externa da Câmara para acompanhar e investigar crise humanitária dos yanomamis só com bolsonaristas e parlamentares da região

A decisão do presidente da Casa foi duramente criticada pela presidente da comissão da Amazônia e dos Povos Originários, Célia Xacriabá; a coordenadora do colegiado será a deputada Coronel Fernanda.

 

Por Humberto Azevedo

 

O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL) criou nesta última terça-feira, 15, uma comissão externa da Casa para acompanhar e investigar a crise humanitária a qual vivem os povos yanomamis apenas com parlamentares bolsonaristas ligados à extrema-direita do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), acusado de promover um genocídio àquela nação indígena que vivem em sua reserva no estado de Roraima e que se colocam contrários a exploração de minérios localizados na região, ou também apenas com parlamentares oriundos das regiões Norte e Centro-Oeste.

 

A decisão de Lira foi duramente criticada pela presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários Tradicionais da Câmara, Célia Xacriabá (PSOL-MG). A parlamentar informou, por meio de sua assessoria, que requereu através do líder do seu partido – Pastor Henrique Vieira (RJ) – a inclusão do nome dela entre os membros do colegiado. Mas questionado sobre o assunto, o presidente da Casa e parlamentar alagoano mostrou-se satisfeito com sua decisão. Segundo ele, as vagas destinadas nestas comissões externas pertenceriam ao agrupamento político que requeira a sua criação.

 

“São comissões pedidas pela Casa, como a comissão externa do Rio Grande do Sul. É regimental. Mas aí é de quem pede, de quem forma”, limitou-se a responder Arthur Lira quando questionado sobre a reclamação de parlamentares sobre a inclusão apenas de deputados bolsonaristas.

 

“Depois de 468 dias [dos acontecimentos é] que [a Câmara] vem se instalar a comissão yanomami, quando [isso] foi a nossa primeira ação do nosso mandato no ano de 2023 em 1º de fevereiro. E nós que percorremos vários lugares e eu fui a primeira e única parlamentar a estar no território yanomami e nós ali quando protocolamos aquela importante ação para investigar o genocídio e a negligência nos anos anteriores sobre a situação dos yanomamis, que pode se considerar que foi um genocídio provocado, programado”, vociferou a parlamentar pessolista.

 

“E [parece que querem fazer o mesmo agora] quando se instalou uma comissão externa no Senado [apenas com senadores roraimenses] utilizada para perseguir e criminalizar o povo yanomami. Uma situação de extrema tristeza, onde várias crianças foram mortas e nós estamos aqui para manifestar que não existe [cabimento] instalar uma comissão externa, sobretudo, com pessoas que não tem compromisso com a questão indígena [e que são] majoritariamente, ou totalmente, somente pensada para um lado da extrema-direita, que sequer estão do lado dos povos indígenas”, reclamou mais ainda a parlamentar indígena das Minas Gerais.

 

INDICADOS

Os deputados indicados por Arthur Lira para compor a comissão externa da Câmara foram: Abilio Brunini (PL-MT), Capitão Alberto Neto (PL-AM), Coronel Assis (União Brasil-MT), Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Coronel Fernanda (PL-MT), Cristiane Lopes (União Brasil-RO), Fernando Máximo (União Brasil-RO), Gabriel Mota (Rep-RR), Gisela Simona (União Brasil-MT), José Medeiros (PL-MT), Lúcio Mosquini (MDB-RO), Nicoletti (União Brasil-RR), Pastor Diniz (União Brasil-RR), Silvia Cristina (PL-RO) e Silvia Waiãpi (PL-AP).

 

A deputada mato-grossense Coronel Fernanda foi a escolhida, pelo presidente da Câmara, para ser a coordenadora do colegiado.

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