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Entre janeiro de 2023 e abril de 2024, foram apreendidas 13.340 armas de fogo ilegais no país. (Foto: Divulgação / PF)

Apreensões de armas ilegais crescem 28% em 2023 frente a 2022

Segundo dados do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, número de apreensões de armas ilegais saltou de 8.466 para 10.935, resultado do reforço da fiscalização e das ações conjuntas da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e da Secretaria Nacional de Segurança Pública ligada ao MJSP; dados comparam o último ano do governo Bolsonaro e do primeiro ano do governo Lula III.

 

Entre janeiro de 2023 e abril de 2024, foram apreendidas 13.340 armas de fogo ilegais no país, em operações da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Somente no ano passado, foram 10.935 apreensões, um incremento de 28% em relação a 2022 (8.466). E, nos quatro primeiros meses deste ano, mais 2.405. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e estão disponíveis na plataforma de transparência do governo federal.

 

Os dados apresentados comparam os números de armas ilegais apreendidas durante o último ano do governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e do primeiro ano da terceira gestão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

O diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp (DIOP/Senasp), Rodney Silva, explica que os números registrados em 2023 e 2024 decorrem do aumento da fiscalização e das ações operacionais da PF, da PRF e das polícias militares e civis dos estados. Isso representa uma mudança expressiva em relação ao governo fascista de Jair Bolsonaro, que incentivava a população a se armar.

 

“O foco tem sido a prevenção das ocorrências de crimes mais graves, como mortes violentas intencionais, crimes passionais e o crime organizado, que se aproveita desse comércio ilegal de armas e, consequentemente, fortalece o tráfico de drogas, o tráfico de armas propriamente dito, tomadas de cidade e outros crimes violentos”, afirma Silva.

 

Ações como o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (ENFOC), que conta com aporte federal de R$ 900 milhões até 2026, e expansão dos Grupos de Investigações Sensíveis (GISE) e das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCO), ligados à Polícia Federal, impactaram diretamente os números de apreensões de armas de fogo no Brasil.

 

As operações do GISE foram expandidas em 2023 e passaram a operar em 21 estados. Já as operações protagonizadas pelo Ficco estão em todo o país. O MJSP destinou R$ 85 milhões para o funcionamento das unidades, especialmente para pagamento de diárias, aquisição de viaturas, materiais de apoio e equipamentos tecnológicos e de inteligência. 

 

De janeiro de 2023 a abril deste ano, 2.375 itens foram retirados de circulação no estado fluminense por PF, PRF e  Senasp.

 

Considerando somente 2023, foram 2,2 mil apreensões no Rio, um aumento de 301% em relação a 2022, quando 548 armas foram retiradas de circulação pelas forças federais. 

 

“O desafio da segurança pública no combate ao uso ilegal de arma de fogo perpassa pelo fortalecimento da atividade de inteligência de segurança pública, a integração das forças de segurança e também a participação da sociedade na construção coletiva de soluções alternativas em busca do entendimento sobre a resolução de conflitos”, ressalta Silva.

 

MUDANÇA

 

Uma das primeiras providências do presidente Lula após a posse foi a assinatura, em 1º de janeiro de 2023, do Decreto n.º 11.366, que suspendeu registros para a aquisição e transferência de armas e de munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradores (CAC’s) e particulares e reduziu de seis para três a quantidade de armas permitidas para cidadão comum.

 

A mesma medida também suspendeu a concessão de novos registros de clubes e de escolas de tiro e a concessão de novos registros de colecionadores, de atiradores e de caçadores, proibiu o transporte de armas municiadas, a prática de tiro desportivo por menores de 18 anos e reduziu de seis para três a quantidade de armas permitidas para o cidadão comum, entre outras.

 

A revogação da política armamentista do governo passado foi o cumprimento de uma das promessas de Lula. Na campanha presidencial, ele afirmava querer “o povo armado de livro, sabedoria e cultura”

 

Outra providência adotada por Lula foi a assinatura do Decreto nº 11.764, que restabeleceu as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.

 

EXPLOSÃO DE ARMAS

 

Nos quatro anos da presidência de Bolsonaro, as licenças para armas aumentaram quase sete vezes, com um total de 783,4 mil pessoas armadas. Além disso, o governo de extrema direita  autorizou, em média, a abertura de um clube de tiro por dia, totalizando 1.483 registros concedidos. Esses locais passaram a atuar como verdadeiros comitês do bolsonarismo e de estímulo à violência política.

 

Entre outras consequências danosas à população, o país registrou, nesse período, aumento de 1.200% do envolvimento de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) em crimes contra a mulher, como o feminicídio, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

 

Além disso,  grande parte desses CACs, após o início do governo Lula, foram investigados e presos por desviarem armas de grosso calibre para grupos criminosos. “A liberação de armas de fogo era para agradar ao crime organizado”, comentou o presidente Lula, durante uma transmissão na qual comentou os dados apresentados pelo MJSP.

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