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Setores aéreo e farmacêutico puxaram o avanço e a expansão econômica da Nova Indústria Brasil (NIB). (Foto: Divulgação / Embraer)

Alta tecnologia lidera recuperação da indústria e cresce 6,6%

Produção de aeronaves, medicamentos e eletrônicos impulsiona a primeira expansão do setor em cinco anos; exportações avançam 11,5%.

 

Por Humberto Azevedo

 

Em 2024, a indústria de alta tecnologia do Brasil experimentou uma significativa recuperação, apresentando um crescimento de 6,6% após cinco anos de declínio. O desempenho superou o da indústria de transformação (3,8%) e se aproximou do setor de média-alta tecnologia (6,9%). O resultado reflete o impacto da retomada da política industrial pelo governo Lula, com incentivos à inovação e ao desenvolvimento tecnológico.

 

A ascensão do setor foi impulsionada pelo crescimento da fabricação de aeronaves, produtos farmoquímicos, farmacêuticos e de informática, eletrônicos e ópticos. O segmento de média-alta tecnologia também registrou avanço, puxado pela produção de automóveis, materiais médicos e odontológicos, armas, máquinas e equipamentos.

 

REINDUSTRIALIZAÇÃO

 

O movimento foi acompanhado por uma expressiva expansão nas exportações do setor. Em 2024, as vendas externas de bens de alta tecnologia aumentaram 11,5%, tornando-se o segmento industrial de maior crescimento na balança comercial. Os números confirmam a reindustrialização brasileira e a mudança no perfil das exportações, com maior participação de produtos de alto valor agregado. A fatia desses bens na indústria de transformação subiu de 3,8% em 2023 para 4,2% em 2024.

 

O setor aeronáutico foi um dos motores desse crescimento. As exportações de aeronaves e partes saltaram 22,7%, passando de R$ 20,95 bilhões (US$ 3,6 bilhões) em 2023 para R$ 255,6 bilhões (US$ 4,4 bilhões) em 2024. Os principais destinos foram Estados Unidos (+36,2%) e União Europeia (+20,7%), consolidando o Brasil como referência global no segmento.

 

Instrumentos de medição e verificação, como equipamentos de navegação aérea e reguladores de vazão, também registraram alta expressiva de 15,8% nas exportações. Equipamentos de comunicação e medicamentos seguiram a tendência, com crescimento de 10,5% e 2,6%, respectivamente.

 

INOVAÇÃO

 

A expansão da produção e das exportações reflete o fortalecimento da política industrial, que voltou a priorizar inovação tecnológica e investimentos estratégicos. O governo federal tem apostado na reindustrialização verde e digital, apoiando setores estratégicos como aeroespacial, farmacêutico e de tecnologia da informação.

 

O programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado em 2023, reforçou essa visão ao estabelecer metas para o aumento da produtividade e da competitividade do setor industrial. A retomada de incentivos à pesquisa e desenvolvimento (P&D) também tem estimulado o setor privado.

 

Empresas que atuam na fabricação de bens de alta tecnologia ampliaram investimentos para atender à crescente demanda do mercado externo, o que também gera impactos positivos no mercado de trabalho.

 

Recentemente, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou que “a boa performance do Brasil nesse segmento de alta intensidade tecnológica mostra uma evolução das exportações brasileiras, com maior valor agregado”.

 

MÉDIA TECNOLOGIA

 

O setor de média-alta tecnologia também apresentou um desempenho positivo, com crescimento de 6,9% em 2024. A produção de automóveis teve papel central nesse resultado, com aumento de 2,9% nas vendas de veículos para o exterior, destacando Argentina (+54%), Colômbia (+16,8%), Uruguai (+8,6%) e Paraguai (+10,5%).

 

Outros setores que ampliaram incluem os de equipamentos médicos e odontológicos, armas e máquinas industriais.

 

NOVO CICLO

 

O crescimento da indústria de alta e média-alta tecnologia marca um novo momento para o setor. Após anos de desindustrialização e perda de competitividade, o país volta a consolidar sua presença no mercado global, focado na exportação de produtos de maior valor agregado.

 

Os investimentos em inovação, as políticas de incentivo e a ampliação da presença brasileira em mercados estratégicos têm sido fundamentais para essa transformação. O avanço em 2024 demonstra que o Brasil está retomando seu protagonismo na produção e exportação de bens sofisticados, abrindo caminho para um novo ciclo de crescimento sustentável.

 

Com informações de assessorias.

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