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Segundo o ministro Carlos Fávaro, em 2023, as “exportações dos produtos agrícolas brasileiros com destino ao mercado chinês atingiram recorde”, somando R$ 350 bilhões em 2023. A cifra representa um aumento de R$ 55,37 bilhões em relação ao ano anterior, 2022. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

Acordos entre Brasil e China para a agropecuária podem elevar posição do país no ranking dos maiores exportadores mundiais

Relação entre os países resultou na abertura de cinco mercados, habilitação de 38 plantas frigoríficas e recorde de exportações em 2023.

 

Por Humberto Azevedo

 

De acordo com o ministro da Agricultura do governo brasileiro, o senador licenciado Carlos Fávaro do PSD de Mato Grosso (MT), os novos acordos firmados entre Brasil e China representará para a agropecuária possivelmente uma elevação da posição do país no ranking dos maiores exportadores mundiais. Dos 37 acordos, seis estão diretamente ligados ao setor do agronegócio e vários outros mantêm relação indireta com a agricultura e a pecuária brasileira.

 

Os acordos foram assinados na última quarta-feira, 20 de novembro, durante encontro bilateral entre os governos dos dois países, ocorrido em Brasília. O encontro entre os presidentes da China, Xi Jiping, com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, aconteceu um dia após a realização do encontro de cúpula dos 20 países mais ricos do mundo (G20), ocorrido no Brasil, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) até terça-feira, 19 de novembro.

 

Para o ministro Fávaro, o impacto das reuniões sino-brasileiras nos últimos dias vão além dos protocolos assinados no período. Junto à Administração Geral de Aduana da China (GACC), o governo federal – através do MAPA – assinou quatro protocolos de requisitos fitossanitários que representam a abertura do mercado chinês para uvas frescas, gergelim, sorgo e farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para alimentação animal.

 

NOVOS MERCADOS

 

Os novos mercados para os produtos brasileiros com destino à China se somam ao mercado aberto em junho deste ano, quando a China aprovou os requisitos sanitários para a importação de noz-pecã brasileira. O potencial comercial desses produtos pode chegar a R$ 2,9 bilhões por ano.

 

Mais que possibilitar o acesso de uma pauta diversificada de produtos brasileiros, cultivados em diferentes regiões do país, a um mercado de mais de 1,4 bilhão de habitantes, a abertura desses mercados estimula a produção agropecuária do país com potencial de alavancar o Brasil à primeira posição de exportador mundial, a exemplo do que aconteceu neste ano, quando o país ultrapassou os Estados Unidos na comercialização de algodão no mundo.

 

CAFÉ

 

Além disso, merece destaque o acordo articulado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) com a cafeteria chinesa Luckin Coffee, na última terça-feira, 19 de novembro, para a venda de 240 mil toneladas de café brasileiro entre os anos de 2025 a 2029, num contrato estimado em R$ 14,53 bilhões.

 

A iniciativa é fruto das reuniões realizadas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro e o presidente da Apex, Jorge Viana, na China, em junho deste ano, durante as reuniões da Comissão sino-brasileira de alto nível de concertação e cooperação (Cosban).

 

Na ocasião, foi fechado o primeiro acordo com a cafeteria para a comercialização de 120 mil toneladas de café a R$ 2,9 bilhões. Somente este contrato representa mais de seis vezes o valor do café exportado para a China em 2022, que foi de R$ 464,8 milhões.

 

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

 

Também foram firmados, durante a visita oficial do presidente chinês, o Memorando de Entendimento para o intercâmbio e colaboração sobre tecnologia e regulação de pesticidas entre o MAPA e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China e a Carta de Intenções com a Administração Estatal de Regulação de Mercados (SAMR) chinesa para promoção da cooperação técnica, científica e comercial no setor agrícola.

 

Para a promoção da agropecuária brasileira, ainda foi assinado o “memorando de entendimento” entre o Grupo de Mídia da China (CMG) e a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Desde o início da gestão, o ministro Carlos Fávaro realizou duas missões ministeriais na China e o país asiático é o único que conta com dois postos de adidos agrícolas.

 

BOAS RELAÇÕES

 

O ministro salienta que a boa relação fez o país saltar na habilitação de frigoríficos. Foram reabilitadas para exportação com destino à China 11 plantas e o Brasil conquistou mais 38 habilitações. O mercado chinês é o principal comprador da carne bovina in natura, sendo destino de 51,6% das exportações do produto brasileiro.

 

De acordo com Fávaro, o “resultado da retomada da boa relação diplomática entre os países, sob o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a já consolidada posição da China como principal parceiro comercial da agropecuária brasileira, ganhou um salto”.

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