“A questão ambiental, ela é fundamental, principalmente para uma região que vai sediar uma COP”, afirma Vanderlei Castro
O governador tocantinense também destacou que seu estado vem reduzindo a incidência de queimadas, que não só prejudicam o meio ambiente, mas que é um grave problema de saúde pública.
Por Humberto Azevedo, enviado especial a Porto Velho, com colaboração de Carolina Costa.
O governador do Tocantins (TO), Vanderlei Barbosa Castro (Republicanos), afirmou no último dia 9 de agosto, durante o encerramento do 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal – realizado na capital de Rondônia (RO), Porto Velho – que “a questão ambiental, ela é fundamental, principalmente para uma região que vai sediar” uma Conferência sobre às Mudanças Climáticas (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU).
O evento da ONU, citado por Barbosa Castro, engloba uma ampla discussão sobre a temática ambiental com cientistas, empresários, gestores públicos e privados e pesquisadores com objetivo de encontrar formas de adaptação às consequências impostas pelo aquecimento global e que interferem diretamente nas várias formas de vida que coabitam o planeta Terra.
O fórum de governadores da Amazônia Legal engloba, além dos sete estados da região Norte do país – como Acre (AC), Amapá (AP), Amazonas (AM), Pará (PA), Rondônia (RO), Roraima (RR) e TO – tem ainda a participação de estados do Centro-Oeste como Mato Grosso (MT) e do Nordeste, Maranhão (MA). O encontro é realizado em parceria com o Consórcio interestadual dos estados amazônicos.
“Nós sabemos que temos uma pauta extensa que nós rediscutimos de maneira interna e que elas terão muito mais andamento e chances de dar certo com a nossa discussão conjunta em Brasília, principalmente. E tratamos de assuntos bem relevantes relacionados ao meio ambiente. Nós sabemos que temos que cumprir a legislação ambiental, que temos que ter cuidado das nossas nascentes, com as nossas matas ciliares”, comentou.
FOCOS DE INCÊNDIO
Na ocasião, o governador tocantinense também destacou que seu estado vem reduzindo a incidência de queimadas, que – segundo ele – não prejudicam só o meio ambiente, mas é um grave problema de saúde pública.
“Nós somos um estado que predominantemente o nosso território é coberto pelo bioma cerrado. Apenas 11% é bioma amazônico, mas esse mesmo cerrado nessa época do ano vai chegando aqui em Rondônia, nós vimos o que acontece nessa época do ano, [governador de RO] Coronel Marcos Rocha, com as queimadas”, complementou.
“Temos reduzido essa incidência de focos de queimadas no nosso estado, nessa época além da questão ambiental, vem também a questão de saúde, as queimadas e a poeira nessa época produz doenças respiratórias”, completou.
DISCURSO
Abaixo, segue a íntegra do pronunciamento proferido no 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal pelo governador de TO, Vanderlei Barbosa Castro.
“Boa tarde a todos e todas, cumprimento o Coronel Marcos Rocha, governador de Rondônia, cumprimento os demais colegas governadores, Mauro Mendes, o Gladson Cameli lá do Acre, o amigo Antonio Denarium, [Carlos] Brandão, os representantes dos governos, tanto do Pará, quanto do Amazonas, a minha esposa, quero cumprimentar a senhora primeira-dama Luana Rocha [de Rondônia], agradecer pela a atenção, pelo cuidado como nos recebeu tão bem aqui em Porto Velho, saudar todos os secretários de Meio Ambiente que aqui estão, as senhoras embaixadoras representantes da ONU e externar ao Coronel Marcos Rocha, a minha alegria. Nós sabemos que temos uma pauta extensa que nós rediscutimos de maneira interna e que elas terão muito mais andamento e chances de dar certo com a nossa discussão conjunta em Brasília, principalmente. E tratamos de assuntos bem relevantes relacionados ao meio ambiente, nós estamos trabalhando e preparando uma COP, então, todos os demais assuntos, eles são relevantes, mas a questão ambiental e os nossos desafios de produzir de maneira sustentável, eu imagino ser o grande tema da Amazônia brasileira. Imaginem os senhores, o Mato Grosso produz mais de 100 milhões de toneladas de grãos. É o grande produtor de grãos no Brasil. E o Tocantins, que é o maior produtor da região Norte do Brasil, se aproximando da Bahia, para ser do Norte e Nordeste, ainda não produz 10 milhões de toneladas. Mas nós temos também, Mauro, que fazer o nosso povo e a nossa economia crescer. Nós sabemos que temos que cumprir a legislação ambiental, que temos que ter cuidado das nossas nascentes, com as nossas matas ciliares. Nós somos um estado que predominantemente o nosso território é coberto pelo bioma cerrado. Apenas 11% é bioma amazônico, mas esse mesmo cerrado nessa época do ano vai chegando aqui em Rondônia, nós vimos o que acontece nessa época do ano, Coronel Marcos Rocha com as queimadas, nós temos projetos de encontro, temos reduzido essa incidência de focos de queimadas no nosso estado, nessa época além da questão ambiental, vem também a questão de saúde, as queimadas e a poeira nessa época produz doenças respiratórias, dá uma sobrecarga nos nossos hospitais de referência, então tudo isso, nós temos que cuidar, cuidar do povo, cuidar do meio ambiente, cuidar da nossa natureza. Agora, nós não deixamos de cuidar de uma coisa, do crescimento econômico, da geração de emprego no nosso estado. Nós reduzimos muito o índice de desemprego, nós crescemos a economia e eu vi agora a pouco o Denarium falando de Roraima, e nós temos que nesses momentos falar um pouco dos nossos estados, estados que crescem, estados jovens, como é o caso de Tocantins [de] 36 anos de história, mas que precisa melhorar indicadores. Ontem eu estava no Rio de Janeiro com Cameli, recebendo um prêmio, porque nós fizemos investimento em tecnologia. Os nossos estados evoluíram, outro dia, eu estive em Brasília, recebendo com Denarium em outra vertente. Agora, nós precisamos entender e, eu entendo, isso bem, que a questão ambiental, ela é fundamental, principalmente para uma região que vai sediar uma COP, [em] que é o ambiente [o tema] mais importante de discussão do mundo. A gente sai daqui para ir para o Azerbaijão daqui a pouco, [e] nós sabemos [que] lá a discussão principal é [o] meio ambiente, da mesma forma no Pará e aí nós, que estamos na Amazônia, que temos que fazer toda essa reparação ambiental, não [podemos] permitir que o desmatamento ilegal aconteça. Nós temos feito essa redução da degradação ilegal, nós temos feito essa reparação. A questão das queimadas da mesma forma, agora eu acho o seguinte, Mauro, o desafio que você enfrentou para fazer o crescimento econômico para aumentar a produção de maneira sustentável, eu acho que você alcançou essa meta, e você também fez preservação, você tem essa consciência e da mesma forma que tem todo o setor produtivo, [e] o Tocantins da mesma forma. Nós temos uma logística interessante. O Tocantins é cortado pela ferrovia Norte-Sul que liga o Maranhão ao Porto de Santos. Então, nós viramos um ambiente de escoamento da produção de parte do Mato Grosso, de parte do Pará, de parte do Maranhão, de parte da Bahia. Hoje nós temos da mesma forma a BR-153, que atravessa o nosso estado de Norte a Sul, e temos, já em andamento, vem evoluindo, a questão da hidrovia Tocantins, que nós precisamos fazer a derrocada do Pedal do Lourenço para emitir esse escoamento de maneira mais barata. Então, eu estou falando um pouquinho do Tocantins, das suas particularidades, porque eu compreendo que nós temos que defender a questão ambiental, mas nós temos que fazer o estado crescer, nós temos que gerar dignidade para as pessoas, nós temos que produzir emprego, nós temos que produzir força econômica para dar uma saúde melhor, uma educação melhor e pra ter um estado que ele venha de em encontro a aquilo que as pessoas buscam, capacidade de investimento e atrair também os nossos empreendedores, nós temos feito isso. Então, diante de todos esses fatores, eu falei um pouco daquilo que a gente faz, porque, Coronel, se o senhor fala de um único produto que a Amazônia produz aqui em Rondônia com maior força e com boa qualidade, [que] o senhor se orgulha, e nós temos que nos orgulhar dos nossos estados, daqueles que nós representamos. Eu tenho um estado que ele tem o Jalapão, e eu fico muito feliz, agora a pouco conversava com o Brandão e ele falando dos lençóis maranhenses, um dos endereços turísticos mais bonitos para se ver no Brasil. Da mesma forma, eu tenho muito orgulho do Jalapão, das Serras Gerais, eu tenho orgulho da nossa capital, que é apanhada por um lago de 8 quilômetros de largura, que ele tem hoje um forte apelo para o esporte, esportes náuticos, para pesca esportiva e nós temos feito isso. Então, a gente, Mauro, que tem aí estados ricos na força do agro, na força do turismo, nós temos que trabalhar tudo isso para preservar, preservar é a palavra de ordem para uma Amazônia que ela cresce, que tem 30 milhões de brasileiros que moram, que nós temos que encontrar o caminho, mas sem destruir uma natureza que é muito peculiar na Amazônia, e que é o pulmão do mundo, que ele chama a atenção de um mundo que foi destruído. A gente vai nos Estados Unidos, vai para a Europa, você vê que ali não tem mata nativa, mas tem aquelas matas que são plantadas para fazer reflorestamento, que não têm biodiversidade. Então, diante de todos esses fatores, nós temos que preservar, mas temos que pensar em 30 milhões de brasileiros que moram na Amazônia, que tem que sobreviver, tem que alimentar, tem que ter dignidade, e tem que crescer junto com essa Amazônia e com esse país nosso que cresce de maneira razoável. Eu vi no ano passado, tanto o Mato Grosso que foi o estado que mais cresceu no Brasil, me parece que cresceu 10.3 ou 11.3, e o Tocantins foi o segundo com crescimento de 10.1, nós esperamos crescer novamente, mas crescendo de maneira sustentável, de maneira equilibrada, e da maneira que os brasileiros precisam, cuidando da natureza para que a gente dê razão para ser sede de uma COP que nós esperamos tanto.”