Festejos juninos e evento do ministro Gilmar Mendes, em Portugal, que esvaziaram a semana em Brasília, levaram o governo do presidente Lula a adiar o anúncio do plano Safra para a próxima semana. (Foto: Divulgação / Secom-PR)

Governo adia anúncio dos Planos Safras para próxima semana

Decisão foi tomada após reunião do presidente Lula com os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; e da Fazenda, Fernando Haddad.

 

Por Humberto Azevedo

 

O governo federal adiou para a próxima semana o anúncio dos plano safras 2024/2025 destinados ao agronegócio e à agricultura familiar, que estava inicialmente previsto para ser lançado nesta quarta-feira, 26 de junho.

 

A decisão foi tomada após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros da Agricultura, Carlos Fávaro – senador licenciado pelo PSD de Mato Grosso (MT); com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira – deputado federal licenciado pelo PT de São Paulo (SP); e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

 

De acordo com informações de bastidores, o adiamento teria sido decidido após constatação que esta semana na capital federal estaria completamente esvaziada, em virtude dos festejos juninos na região Nordeste e também com a realização do “12º Forum de Lisboa” pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) – ligado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, na capital portuguesa que acabou atraindo boa parte das autoridades e da opinião pública.

 

Uma fonte ouvida pela reportagem refuta por completo a suposta informação de que o adiamento se deu devido ao fato do governo federal não ter recebido a confirmação de presença de produtores rurais ao evento no Palácio do Planalto, em meio as insatisfações do setor.

 

“Isso não procede! Isso é invencionismo de parte dos setores da mídia que querem continuar alimentando rusgas entre o governo e setores do agronegócio”, confidenciou a mesma fonte a reportagem do portal RDMNews.

 

NOTA FPA

 

Já a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu uma nota à imprensa lamentando “profundamente” o adiamento do plano safra. De acordo com a entidade que representa os ruralistas com assento no Congresso Nacional, o adiamento demonstra uma “total desorganização e ineficiência do governo federal”.

 

A nota, que não foi assinada pelo presidente da FPA – deputado Pedro Lupion (União Brasil-PR), ressalta também “que os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira semana de vigência do plano”. Lupion, apesar de ser filiado ao partido que comanda os Ministérios das Comunicações, da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional e do Turismo, é tido pelos próprios ruralistas como um parlamentar com completa falta de tato e sensibilidade de negociação.

 

A FPA, presidida por Lupion, afirmou ainda que “todos os problemas que estiverem na proposta inicial ainda precisarão ser corrigidos, o que leva mais tempo ainda para a chegada do crédito real aos produtores”.

 

“Uma sinalização preocupante do governo federal diante da crise enfrentada pelo setor. Entendemos que o momento é urgente e exige isonomia governamental para que possamos enfrentar os desafios de continuar contribuindo com grande parte do PIB brasileiro, da geração de emprego e renda, além do alimento de qualidade e sem inflação na mesa do brasileiro”, complementou o texto emitido pela FPA.

 

“CERTAMENTE MAIOR”

 

Na última semana, o ministro Haddad afirmou que o valor do novo plano safra será “certamente” será maior que o de 2023. Informações de bastidores apontam que o plano safra empresarial alcançará números bem superiores ao ofertado, em 2023, que foi de R$ 364,22 bilhões. Já o plano voltado para os agricultores familiares disponibilizou R$ 77,7 bilhões. 

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