Líder do PT no Senado denuncia “alinhamento ideológico” de Campos Neto com a oposição a Lula e celebra os 72 anos do BNDES
O senador paraense Beto Faro ressalta que a manutenção dos juros altos no país, sem justificativa econômica, deixa claro o alinhamento do atual presidente do BCB com a oposição ao governo Lula; ele falou que os bancos públicos têm o compromisso com o desenvolvimento do país e com as regiões menos desenvolvidas.
Por Humberto Azevedo
O líder do PT no Senado, senador Beto Faro (PA), num artigo publicado em seu site próprio, nesta terça-feira, 25 de junho, denunciou o “alinhamento ideológico” que o presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Roberto Campos Neto, teria com a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em outro artigo, publicado nesta última segunda-feira, 24 de junho, celebrou os 72 anos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).
O senador paraense ressaltou que a manutenção dos juros altos no país, sem justificativa econômica, “deixa claro o alinhamento” do atual presidente do BCB, Roberto Campos Neto, “com a oposição ao governo Lula”.
“O presidente do Banco Central tem sido o principal interlocutor público dessa aliança. Com desenvoltura nessa função que lhe denuncia o desprezo pela autonomia da instituição pela qual deveria zelar, tem operado diuturnamente para propagar o terror fiscal e deixar claro o seu alinhamento explícito às forças de oposição ao governo federal”, comentou.
“Todos sabemos que o crédito é o motor da economia capitalista. No Brasil o crédito corresponde a 55% do PIB. No Chile, é 120% e nos EUA, beira 200% do PIB. Portanto, a decisão pela manutenção dos juros básicos colocando o Brasil no G2 dos juros reais no mundo se opõe ao crescimento do comércio, da indústria e da economia como um todo. Assim, a atitude, sem justificativa na economia, até porque não se vislumbra cenário de descontrole da inflação, prejudica, sim, o governo, mas sobretudo pune o Brasil e a maioria dos brasileiros”, opinou.
DESENVOLVIMENTO
O petista, do Pará, destacou também que os bancos públicos têm o compromisso e o dever com o desenvolvimento do país e com as regiões menos desenvolvidas.
“A segurança e conservação do bioma Amazônia, estão no centro dos investimentos do BNDES que, em parceria com o Ministério da Justiça, destinou R$ 315,5 milhões em recursos do Fundo Amazônia para o programa Segurança e Soberania na Amazônia Legal (AMAS) , voltado para o combate aos crimes na floresta. É o banco da COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas] que terá investimentos na ordem de R$ 5 bilhões, em recursos reembolsáveis e não reembolsáveis”, observou.
“O BNDES é sobretudo o banco da indústria brasileira. Financiou grandes projetos industriais que impulsionaram a indústria automotiva, siderúrgica, a indústria de papel e celulose, que são o futuro da economia brasileira. A nova política industrial, brasileira focada no desenvolvimento sustentável, tem promessa de financiamentos de até R$ 300 bilhões até 2026.Desse total, R$ 250 bilhões serão mobilizados pelo banco”, complementou.