Em 2023, Brasil bate recorde de pessoas com trabalho e carteira assinada; Em visita ao Piauí, Lula afirma “meu jogo é gerar emprego, aumentar o salário e distribuir renda”
100,7 milhões de pessoas ocupadas representam a maior quantidade desde 2012. Destas, 38 milhões têm carteira assinada, o melhor resultado desde 2014. Dados foram divulgados pelo IBGE na última sexta-feira, 21 de junho.
A população brasileira ocupada alcançou o recorde de 100,7 milhões de pessoas em 2023. Os dados divulgados na última sexta-feira, 21 de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fazem parte do módulo Características adicionais do mercado de trabalho da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Em entrevista à Rádio Meio Norte também na última sexta-feira, quando da sua passagem por Teresina, capital piauiense, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou que o compromisso do governo federal, desde quando foi eleito em outubro de 2022, é com a criação de oportunidades que geram empregos e renda para trabalhadores e empresários.
No ano passado, essas 100,7 milhões de pessoas representaram a maior estimativa da série iniciada em 2012. O contingente representou acréscimo de 1,1% em relação a 2022 (99,6 milhões de pessoas) e de 12,3% frente à população de 2012 (89,7 milhões de pessoas).
Em relação a 2022, o total da população em idade de trabalhar expandiu-se 0,9%, e foi estimada em 174,8 milhões de pessoas. Com o avanço simultâneo das duas populações, o nível da ocupação ficou estimado em 57,6%, em 2023. Este nível de ocupação refere-se à comparação entre as pessoas efetivamente ocupadas e o conjunto da população em idade economicamente ativa. Neste quesito, o índice é o maior após o máximo da série, de 58,3%, registrado em 2013.
O número de pessoas com carteira assinada no setor privado também registra marca histórica, alcançando 37, 7 milhões de pessoas, ou 37,4% da população ocupada, maior índice desde 2014, quando foi de 39,5% das pessoas com trabalho. No setor público, o número de pessoas com contrato formal de trabalho mantiveram sua participação em torno de 12% em 2023, equivalente a 12,2 milhões de trabalhadores.
MENOS SINDICATOS
Enquanto o mercado de trabalho registra avanços, a sindicalização segue perdendo força entre os trabalhadores. Em 2023, apenas 8,4% dos ocupados eram associados a algum sindicato, o equivalente a 8,4 milhões de pessoas. O número representa uma queda de 7,8%, ou de 713 mil pessoas, em relação ao ano anterior, quando havia 9,1 milhões de ocupados sindicalizados (9,2% do total), e chegou novamente ao menor patamar da série histórica, iniciada em 2012 (16,1%). Os dados também são do IBGE.
PIAUÍ
“O meu jogo agora é esse: fazer a economia brasileira voltar a crescer, muito investimento no ensino profissional, no ensino técnico, nas universidades e no ensino fundamental. O meu jogo é fortalecer a escola de tempo integral no Brasil inteiro, gerar emprego, aumentar o salário, distribuir renda, porque é isso que deixa o povo feliz”, complementou Lula antes de participar de uma agenda de anúncios voltados para o estado do Piauí.
Na oportunidade, Lula descreveu avanços e investimentos do governo federal para o país, com destaque para os novos campi de institutos federais.
“A verdade é que o Piauí teve uma transformação social extraordinária. Houve muita política de inclusão social. Você se lembra quando tinha uma ou duas escolas técnicas? Nós vamos para 20 agora. Tem mais três chegando aqui. Uma em Altos, uma em Barras e outra em Esperantina. Isso porque a gente quer formar mão de obra qualificada, porque nós queremos exportar inteligência, queremos exportar conhecimento”, disse Lula.
“Nós já aumentamos o salário mínimo nos últimos dois anos. Já fizemos isenção do Imposto de Renda para as pessoas que ganham até R$ 3 mil. Já tivemos um crescimento da massa salarial de 11,7%, 85% dos acordos feitos pelos trabalhadores brasileiros são com ganho real acima da inflação, o PIB cresceu o triplo daquilo que os adversários diziam e vai crescer mais este ano. Somos o segundo país a receber investimento externo direto e temos consciência de que as coisas estão acontecendo”, acrescentou o presidente brasileiro.
ARROZ
Na entrevista à emissora de rádio Meio Norte, afiliada ao grupo Bandeirantes, Lula defendeu mais uma vez a decisão do governo em importar até um milhão de toneladas de arroz para manter os estoques e controlar o preço dos produtos. O leilão realizado pelo governo no dia 6 de junho foi cancelado dias após uma série de denúncias contra as empresas que venceram o primeiro edital de licitação em que seriam comprados pelo governo 263 mil toneladas de arroz. O caso levou o então secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, a ser demitido.
“O povo não pode pagar R$ 36 em um pacote de 5 quilos. Esse arroz está caro. Tomei a decisão de importar um milhão de toneladas. Por que vou importar? Porque o arroz tem que chegar na vida do povo a R$ 20 um pacote de 5 quilos. Que compre R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá pra ser um preço exorbitante. E vamos, inclusive, financiar áreas de outros estados produtivos de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos financiar, oferecer o direito de os caras plantarem e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, emendou o presidente Lula.