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Lula em entrevista nos estúdios da rádio “Verdinha” do grupo Verdes Mares, afiliada da TV Globo no Ceará, em Fortaleza - capital daquele estado. (Foto: Reprodução Internet)

“Uma pena. Quem perde é o Brasil”, lamenta Lula sobre decisão do Copom em manter taxa de juros a 10,5% ao mês

Em entrevista a uma emissora de rádio na capital cearense, Lula criticou ainda o presidente do BCB, Roberto Campos Neto, a quem o chamou de “rapaz”; Segundo o presidente, só de juros, o país pagou em 2023 R$ 790 bilhões. “Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro para investir aqui dentro”.

 

Por Humberto Azevedo

 

Em visita ao estado do Ceará para inaugurar obras e anunciar novos investimentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira, 20 de junho, a manutenção da taxa básica de juros, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), em 10,5%, conforme decidido nesta última quarta-feira, 19 de junho, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

 

Em entrevista à rádio Verdinha, do grupo Verdes Mares – afiliada da TV Globo naquele estado, Lula afirmou que com a Selic alta, o gasto é “de má qualidade”. “Foi uma pena. Quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro. Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro”, lamentou.

 

Na oportunidade, Lula fez um desafio ao mercado e a setores da imprensa que cobrem a economia. Ele argumentou que investimentos do governo federal em projetos de infraestrutura econômica e social são tratados como gasto pela mídia, que é, por outro lado, complacente em relação à taxa Selic.

 

“Isso [juros] tem que ser tratado como gasto. Eu não vejo o mercado falar dos moradores de rua, dos catadores de papel, dos desempregados, das pessoas que precisam do Estado: o povo trabalhador e a classe média, que pagam imposto neste país”, comentou lançando a provocação. 

 

O presidente afirmou também que os recursos aplicados em desenvolvimento econômico e social são de “qualidade” porque geram retorno para a sociedade como emprego e renda, ao contrário com os gastos com juros, que deixam felizes àqueles que possuem títulos da dívida pública e garantem um maior rendimento quando a taxa de juros é maior.

 

CAMPOS NETO

 

Questionado sobre críticas que fez, na última terça-feira, 18 de junho, ao presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Roberto Campos Neto, Lula reiterou o que afirmara.

 

Tratando o presidente do BCB como “esse rapaz”, Lula lembrou que a lei que garantiu autonomia ao cargo daquela autarquia frente ao Poder Executivo provocou uma anomalia: “Autonomia para atender quem? Só de juros foram R$ 790 bilhões que a gente pagou’, DESTACOU, em referência aos gastos do governo federal com relação a rolagem da dívida pública apenas em 2023.

 

“Os bancos privados preferem, ao invés de oferecer crédito, ganhar dinheiro com a taxa de juros”. complementou o presidente, referindo-se a aplicações bancárias atreladas aos títulos ancorados na dívida pública e emitidas pelo Tesouro Nacional.

 

Lula destacou também que quem garante o fluxo de crédito produtivo no Brasil são os bancos públicos como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF), Banco da Amazônia (BASA), Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

Com informações da Agência Gov.

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