Trinta pessoas são roubadas e seis são furtadas por dia no DF
11 de junho de 2024
Em 2024, um total de 3,5 mil pedestres foram vítimas desse tipo de crime. Os furtos chegaram 793. Os números são menores do que os de 2023, mas não diminuem a sensação de insegurança. Especialistas cobram punições mais severas e reforço no policiamento
Entre janeiro e abril de 2024, 30 pessoas foram roubadas por dia no DF, enquanto seis furtadas a cada dia, em média (veja quadro abaixo com levantamento total até abril deste ano). Apesar dos números serem menores do que os do mesmo período de 2023, a sensação de insegurança entre os brasilienses ainda persiste. O Correio ouviu vítimas e especialistas em segurança pública para traçar uma análise do cenário dos roubos e furtos a transeuntes na capital do país.
Há cerca de 15 dias, a estudante Lara* (nome fictício), 22 anos, foi roubada enquanto chegava em a parada de ônibus. “Eu estava com o celular na bolsa da faculdade com livros e apostilas. Ele (ladrão) puxou a bolsa, revirou e levou o celular. O tempo todo ele dizia: ‘Perdeu, perdeu’. Foi aterrorizante”, descreveu. Depois do roubo, Lara mudou o caminho percorrido até a parada. E está mais atenta ao que está acontecendo em volta. “Fico sempre olhando para os lados. Perdi a paz e ando com medo”, comentou.
Sociólogo e ex-professor de MBA em segurança pública e direitos humanos, Antonio Testa analisou os dados referentes a roubos e furtos a pedestres e acredita que, apesar de ser uma média baixa, considerando o tamanho da população do DF, as estatísticas incomodam e criam insegurança nas pessoas. “O que motiva os criminosos é a impunidade jurídica. A polícia prende e a Justiça solta. A criminalidade cresce devido à certeza da impunidade. A população está refém e não pode se defender, sob sérios riscos de punição”, analisou.
O especialista orienta a população a tomar precauções e aumentar a atenção. Mas adverte: “Isso pode até levar a comportamentos paranoicos e angústia. Pensar que pode ser vítima a qualquer momento pode gerar ansiedade. O resultado é o aumento da violência e até ações de ‘justiçamento’ em situações mais graves. Em realidade, é um problema social bem complexo. E o Estado não consegue resolver a questão”, pontuou.