Incêndios no Pantanal disparam mais de 1000%, alerta INPE

Por Caroline Saiter, do DCM

Incêndio no Pantanal. Foto: Bruna Obadowski
Os dados são do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Em Mato Grosso do Sul, que abrange 60% do Pantanal brasileiro, foram registrados 698 focos de incêndio entre janeiro e junho de 2024. No ano passado, foram 62 no mesmo período. Já no Mato Grosso, onde está localizado 40% do bioma, foram 495 focos de incêndio neste ano, contra 44 em 2023.

No total, os dois estados contabilizaram 1193 focos de incêndio entre 1º de janeiro e 7 de junho deste ano, enquanto no mesmo período de 2023 foram registrados 106 focos de incêndio.

Especialistas indicam que o período de incêndios no Pantanal, que geralmente ocorre entre julho e agosto, pode durar até seis meses. Este ano, no entanto, os incêndios começaram mais cedo, acompanhados de uma seca severa.

Em Corumbá, uma das principais cidades do Pantanal sul-mato-grossense, não chove há mais de 50 dias, segundo meteorologistas locais. Uma densa fumaça se concentra sobre a cidade devido aos incêndios florestais e à baixa umidade do ar.

O Corpo de Bombeiros, que deflagrou a Operação Pantanal em abril, informou na última terça-feira (4) que conseguiu conter incêndios em três parques estaduais na região: Pantanal do Rio Negro (Pantanal), Nascentes do Taquari (Cerrado) e Várzeas do Rio Ivinhema (Mata Atlântica). Uma aeronave do governo do estado está sendo utilizada para identificar e direcionar o combate às chamas.

Seca no Rio Paraguai, principal bacia do Pantanal. Foto: TV Morena/Reprodução

Seca recorde no rio Paraguai

A falta de chuva está afetando gravemente o Rio Paraguai, que abrange 48% do Mato Grosso e 52% do Mato Grosso do Sul. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o nível do rio em Ladário, cidade vizinha a Corumbá, tem registrado quedas ou estabilidade na medição há cerca de um mês.

A média histórica para este período era de 3,85 metros, mas na última sexta-feira (7), a régua de Ladário marcava apenas 1,38 metros, indicando uma redução de 2,47 metros.

Em 13 de maio deste ano, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou “situação crítica de escassez” na bacia do Rio Paraguai, válida até outubro. A decisão foi baseada na queda drástica do nível d’água do rio.

De acordo com o comunicado da ANA, “o nível d’água do rio Paraguai em abril de deste ano atingiu o pior valor histórico observado em algumas estações de monitoramento ao longo de sua calha principal, sendo que o cenário de escassez ocorre desde o início deste ano na Região Hidrográfica do Paraguai”.

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