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O cacau foi a grande surpresa deste carnaval, na Bolsa de Nova York

O cacau foi a grande surpresa deste carnaval. Não, o produto não foi tema de nenhuma escola de samba, muito menos samba enredo, mas deu samba na Bolsa de Nova York: os preços da commoditie dispararam recentemente, alcançando novos patamares históricos.

Os contratos para março subiram 2,41%, para US$ 6.001 a tonelada (em torno de R$ 30 mil), enquanto os lotes para maio, os mais líquidos, avançaram 1,24%, negociados a US$ 5.652 a tonelada (uns R$ 28 mil).A alta surpreendente é atribuída, pelos especialistas, principalmente aos problemas na safra da Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau.

A falta de chuvas nas principais regiões produtoras do país africano aumenta a preocupação com a próxima colheita intermediária, que deve começar em abril.O Conselho de Cacau e Café da Costa do Marfim recentemente projetou uma produção entre 400 mil e 450 mil toneladas para a safra intermediária, abaixo das 550 mil toneladas da safra passada.Leia Também:  Boa notícia: mercado da soja tem tendência de alta após o carnavalAnalistas do Citibank acreditam que os valores do cacau em Nova York podem atingir entre US$ 6.100 e US$ 6.300 a tonelada durante o próximo mês. A instituição não descarta a possibilidade de preços ainda mais altos, entre US$ 7.000 e US$ 10.000 a tonelada, caso as perspectivas de oferta na África Ocidental continuem a se deteriorar e a demanda se mantenha firme.

Com a alta do cacau o Estado se consolida como um gigante na produção de cacau – respondeu por metade da produção nacional em 2023, com 150 mil toneladas. Essa liderança se traduz em um valor de produção de R$ 1,8 bilhão, impulsionando a economia do estado e do país.Altamira, Itaituba, Medicilândia, Uruará e Novo Progresso se destacam como os principais municípios produtores, cultivando variedades como Trinitário, Nacional e Catongo.

60% da produção abastece o mercado interno, enquanto 40% conquista o mercado externo, demonstrando a qualidade e competitividade do cacau paraense.Leia Também:  Pará avança na inclusão de produtores rurais nas agroindústrias artesanaisClima favorável, solo fértil, expansão da área plantada e investimentos em pesquisa e desenvolvimento são alguns dos fatores que contribuem para essa liderança. O apoio governamental, por meio de programas de incentivo à produção e à comercialização, também é fundamental para o sucesso da cacauicultura no Pará.Doenças e pragas, mão de obra qualificada, logística e agregação de valor são os desafios que o setor enfrenta para continuar crescendo. No entanto, a expectativa é de que a produção continue a aumentar, alcançando 200 mil toneladas até 2025. A adoção de práticas agrícolas sustentáveis, a busca por qualidade e a diversificação de mercados garantem a competitividade do cacau paraense no cenário nacional e internacional.

Fonte: Pensar Agro 

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