Lula sobre a COP 30: “Eu quero que a Amazônia fale pro mundo”
Presidente aposta que a realização no Brasil do evento que debate a mudança do clima será essencial para amplificar o debate em torno do financiamento.
Por Humberto Azevedo
Durante entrevista concedida nesta última quarta-feira, 12 de fevereiro, à Rádio Diário FM de Macapá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância da realização no Brasil da da 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima de 2025 (COP-30). O evento em Belém reunirá representantes de todo o mundo na capital paraense, em novembro. Para o presidente, a COP30 em pleno coração da floresta Amazônica será fundamental para que o planeta discuta profundamente a importância do financiamento para a preservação das florestas e o combate aos efeitos da mudança do clima.
Para o presidente, a discussão deve levar em conta não somente a preservação do meio ambiente, mas ter atenção às populações que dependem e atuam do ecossistema das florestas. Segundo o presidente, a COP-30 vai permitir que a comunidade internacional tenha noção mais precisa de como vivem os moradores na região amazônica. A COP-30 acontecerá entre 10 e 21 de novembro. A estimativa é que mobilize um fluxo de mais de 40 mil visitantes e delegações dos 193 países da ONU durante os principais dias de debate. O Governo Federal está investindo, via Novo PAC, mais de R$ 4,7 bilhões na preparação de Belém e do estado para o evento de 2025, em áreas como infraestrutura, saneamento, turismo e hotelaria e melhorias na região portuária.
“Quando decidimos fazer a COP30 em Belém é porque quero que a Amazônia fale pro mundo. Eu quero que eles venham ver a exuberância da Amazônia, a qualidade humanista do povo do norte do país, do povo do Amapá, do Pará, de Roraima, do Amazonas. (…) Nós queremos discutir seriamente. Vão financiar ou não? Na COP de 2009, eu era presidente. Lá, os países ricos prometeram 100 bilhões de dólares para que os países que tivessem a floresta em pé mantivessem a floresta. Não deram. Depois, prometeram 300 bilhões. Não deram. Agora, a necessidade já é de 1 trilhão e 300 bilhões de dólares. Fica cada vez mais difícil”, comentou Lula.
“Estamos cobrando do mundo desenvolvido, que já desmatou toda a sua terra, que eles financiem para que os países que ainda têm floresta, mantenham elas em pé. Para mantê-las em pé, precisamos garantir comida na boca de quem mora lá, de quem trabalha, de quem pesca, de quem atua nos seringais. (…) Todo mundo dá palpite na Amazônia, mas pouca gente conhece. Então, quando decidimos fazer a COP no Pará era porque a gente queria que parem de falar na Amazônia e venham conhecer. Não ache que lá só tem mato. Embaixo de cada copa de árvore tem um trabalhador, um seringueiro, um pescador, um pequeno proprietário de terra, um trabalhador rural. E essa gente precisa ser respeitada”, prosseguiu.
Com informações de assessoria.