• Home
  • Região Norte
  • Missão da ONU conhece plano para que porto de Belém também ofereça leitos em transatlânticos na COP-30
Missão da ONU, técnicos dos governos federal e do estado conhecem o Porto de Outeiro situado na capital paraense. (Foto: Rafael Neddermeyer / COP30 Amazônia)

Missão da ONU conhece plano para que porto de Belém também ofereça leitos em transatlânticos na COP-30

Atualmente voltado ao transporte de carga, o Porto de Outeiro vem recebendo obras de infraestrutura para receber passageiros e atender as necessidades da COP-30 da Amazônia. Lula indicou ainda o embaixador Côrrea do Lago para assumir a presidência da COP-30.

 

Por Humberto Azevedo

 

Os técnicos da secretaria das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês) conheceram o Porto de Outeiro, que está sendo preparado para receber as embarcações transatlânticas com a finalidade de ampliar o número de leitos ofertados pela cidade de Belém do Pará, que sediará em novembro a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30).

 

O planejamento do governo brasileiro para a contratação de dois navios transatlânticos, com capacidade de fornecer aproximadamente 4,5 mil leitos para os participantes da COP-30 guiou a visita da missão da ONU a região portuária da capital paraense nesta quinta-feira, 23 de janeiro.

 

O secretário-extraordinário para a COP-30 da Amazônia, Valter Correia, destacou que o governo federal tem buscado uma série de possibilidades de suporte à rede hoteleira da capital do Pará, com alternativas que atendam aos diferentes tipos de público que participam dos debates, entre elas a contratação de navios transatlânticos.

 

“Vamos ampliar o Porto de Outeiro, que hoje é para cargas, e transformá-lo para poder receber os navios com algo em torno de 4.000 a 4.500 cabines. Haverá uma via exclusiva que liga o porto ao local da Conferência. Isso vai ser algo bastante interessante para poder trazer públicos de determinado padrão internacional”, explicou Correia.

 

NOVO EMBAIXADOR

 

O embaixador André Corrêa do Lago assume a partir desta quinta-feira, 23 de janeiro, a presidência da COP-30 pelo Itamaraty. (Foto: Divulgação / Secom-PR)

 

Ainda nesta quinta-feira, 23 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu o embaixador André Corrêa do Lago para assumir o comando da gestão pelo Itamaraty da COP-30. O embaixador é o atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

 

Para ele, a COP-30 é um momento importante e fundamental para debater compromissos sobre o enfrentamento às mudanças climáticas e sua realização na região amazônica é vista por ele como uma “ação estratégica”.

 

“Trazer o mundo para a Amazônia, que é uma região que não é tão visitada, que não é tão conhecida, vai permitir também mostrar a Amazônia como ela é hoje, em que ela é uma solução para o clima. Ou seja, a restauração florestal é hoje o único instrumento cientificamente comprovado de redução de emissões”, falou o embaixador.

 

MOMENTO DECISIVO

 

Para o embaixador André Côrrea do Lago, presidente da COP-30, a vinda ao país de cientistas, de inúmeros representantes das Organizações Não Governamentais (ONGs) e também que representam a sociedade civil, além dos chefes-de-Estados e vários dirigentes do segmento empresarial para discutir ações de combate às mudanças climáticas, coloca a realização desta conferência num momento decisivo.

 

Em 2024, o mundo ultrapassou a temperatura média em 1,5 grau, superando o limite seguro para o planeta. E este ano, os Estados Unidos, sob a nova gestão do presidente Donald Trump, anunciaram sua saída do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Segundo ele, esses dois recentes acontecimentos chamam a atenção para as decisões que serão tomadas durante a COP-30.

 

O embaixador também destacou as medidas adotadas pelo governo federal para diminuir o desmatamento no Brasil também foram destacados pelo presidente da COP30. Para sediar a COP-30, Belém se prepara para receber um público superior a 40 mil pessoas, de acordo com a estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Atualmente o Porto de Outeiro, em Belém (PA), só recebe embarcações de carga. Com a realização das obras de infraestrutura, o local passará a também receber transatlânticos que funcionarão como hotéis. (Foto: Rafael Neddermeyer / COP30 Amazônia)

 

Ao todo, os investimentos federais são estimados em mais de R$ 4 bilhões entre recursos do Orçamento Geral da União (OGU), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também da empresa de geração de energia Itaipu binacional, que são – em sua maioria – responsáveis pelas reformas das instalações consideradas essenciais para sediar a COP-30, assim como promover melhorias na rede hoteleira e qualificar profissionalmente inúmeros profissionais, que irão trabalhar direta e indiretamente no evento.

 

“Essa conferência tem agora, evidentemente, duas circunstâncias excepcionais. Uma delas é que este ano a temperatura durante o ano de 2024 pela primeira vez passou de 1,5 grau. Então isso é uma coisa muito grave do ponto de vista dos impactos da mudança do clima. Mas é também uma conferência que vai estar obviamente sob o impacto do anúncio de que os Estados Unidos vão sair do Acordo de Paris”, falou Côrrea.

 

“Esse governo, em dois anos, conseguiu diminuir de maneira impressionante o desmatamento e esse governo tem procurado trabalhar com todas as populações locais para encontrar soluções economicamente viáveis para alternativas, digamos, ao uso não sustentável de um território tão extraordinário”, complementou o embaixador que dirigirá a COP-30.

 

Com informação de assessoria.

  • Compartilhar:

PUBLICIDADE