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“8 de janeiro”, de Carppio de Moraes, é uma pintura em preto sobre tela que representa o luto pelas páginas carbonizadas da Constituição Federal. A peça traça um percurso histórico da sociedade brasileira, desde a escravidão até os dias atuais, para representar um país diverso e dividido. (Foto: Fellipe Sampaio / STF)

Artistas plásticos entregam ao STF obras inspiradas na destruição ocorrida em 8 de janeiro de 2023

As peças artísticas, algumas delas feitas com destroços dos ataques proferidos por extremistas, celebram a resiliência e a democracia.

 

Por Humberto Azevedo

 

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, no exercício da presidência da Suprema Corte, recebeu na tarde desta última quarta-feira, 8 de janeiro, quatro obras de arte produzidas por artistas plásticos de Brasília (DF) inspiradas nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023. As peças, algumas delas, foram construídas a partir dos destroços resultantes das invasões ao tribunal constitucional. As peças celebram ainda a resiliência e a democracia.

 

A cerimônia integrou as ações promovidas pela Suprema Corte para lembrar os dois anos da data e contou com a presença da ministra Cármen Lúcia e dos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, também participou.

 

“É extraordinário como a arte, com a estética própria, consegue, mesmo no horror e na tragédia, extrair a beleza possível desse fragmento da realidade”, afirmou Fachin ao agradecer os artistas pela sensibilidade e pelo compromisso com a democracia e disse que as obras ocuparão um lugar especial na história da Corte.

 

Já a ministra Carmen Lúcia reforçou a importância de lembrar o passado para construir um futuro mais justo e democrático. A ministra também ressaltou que a democracia é um compromisso diário e que as instituições democráticas são resilientes, mesmo diante de ataques.

 

“Um dia para lembrar, para ensinar os que estão aqui e os que vierem depois de nós, que podem acontecer atentados à democracia”, disse. 

 

MEMÓRIA

 

As obras entregues ao STF transcendem o aspecto artístico, conforme declarou Fachin.

 

“A arte nos mostra que é possível separar a civilização da barbárie. Essas obras ajudarão a manter a memória acesa como um alerta para que não se repita a infâmia, como bem denominou a ministra Rosa Weber, que corajosamente liderou o processo de reconstrução do Tribunal”.

 

“Manto da Democracia”, de Valéria Pena-Costa, representa a toga da ministra Rosa Weber, reconstruída simbolicamente com a participação de 60 mulheres após ter sido parcialmente queimada na invasão. A obra celebra a liderança feminina e a força da união. (Foto: Fellipe Sampaio / STF)

 

“8.1 #01” é o nome da escultura em pedra mármore azul retalhada, de Marilu Cerqueira, que incorpora fragmentos de vidro, tela de dispositivos móveis e outros materiais encontrados nos destroços para simbolizar a fragmentação e a reconstrução do Tribunal. (Foto: Fellipe Sampaio / STF)

 

“…a parte é o todo!”, elaborada por Mário Jardim em parceria com Valéria Pena-Costa, tem a palavra ‘democracia’ referida no espelho quebrado e repetida nos fragmentos da peça, para representar a resiliência da democracia, que se mantém íntegra mesmo diante de ataques. (Foto: Fellipe Sampaio / STF)

 

Com informações de assessoria.

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