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Presidente Lula durante o encontro de cúpula dos BRICS, em 2023. Nesta semana e um dos primeiros atos da presidência brasileira no bloco econômico, foi a confirmação da Indonésio como nova integrante plena dos BRICS. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

Presidência brasileira do BRICS servirá para promover sustentabilidade, inclusão e multilateralismo, afirma especialista

“Esta é uma oportunidade única para o Brasil articular sua visão para o futuro do BRICS. Sustentabilidade e mudança climática serão questões prioritárias, criando sinergias com a COP30”, salientou a professora de relações internacionais da PUC-RJ, Maria Elena Rodriguez.

 

Por Humberto Azevedo

 

A presidência brasileira do BRICS em 2025 representa uma oportunidade fundamental para promover a sustentabilidade, a inclusão e o multilateralismo. Pelo menos é o que apontam alguns especialistas em assuntos internacionais ouvidos pela Agência de Notícias Xinhua.

 

Sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil busca fortalecer seu papel na reforma da governança global e na expansão do grupo, alinhando suas metas com a Cúpula do Clima (COP30), que também será realizada no país este ano em novembro na cidade de Belém do Pará.

 

A presidência brasileira junto ao BRICS, que se iniciou no último 1º de janeiro, tem como lema “fortalecendo a cooperação no Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável”. Em julho, acontecerá na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) a cúpula com os chefes de Estado dos países-membros.

 

A vice-diretora do centro de estudos e Pesquisas BRICS, que também é professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro (RJ), destacou a importância do Brasil poder definir sua própria agenda durante sua liderança. Maria Elena também enfatizou o compromisso do país com o multilateralismo e uma maior participação na governança global.

 

“Esta é uma oportunidade única para o Brasil articular sua visão para o futuro do BRICS. Sustentabilidade e mudança climática serão questões prioritárias, criando sinergias com a COP30. (…) O Brasil defende uma reforma estrutural que inclua mais países do Sul Global como protagonistas. A recente expansão do grupo é um sinal de sua crescente relevância, embora deva ser feita com critérios mais transparentes para garantir inclusão efetiva e clareza no papel dos novos membros e observadores”, disse Rodriguez à Xinhua.

 

SUSTENTABILIDADE

 

Por sua vez, Jhonathan Mattos, mestre e doutorando em relações internacionais, destacou a continuidade da agenda de sustentabilidade e inclusão promovida por Lula desde sua presidência do G20, no ano passado. O especialista também destacou o papel da recente inclusão da Indonésia como membro pleno do grupo, anunciada pelo Brasil nesta semana.

 

“A abordagem brasileira fortalecerá as bases institucionais do BRICS, inclusive promovendo mecanismos alternativos de pagamento para facilitar o comércio”, disse Mattos. Ele também enfatizou a importância de abordar as desigualdades globais, como aquelas vivenciadas durante a distribuição das vacinas contra a COVID-19. “Inclusão social e governança mais equitativa são objetivos centrais. (…) A economia mais dinâmica do Sudeste Asiático simboliza o espírito de expansão do grupo, reforçando a conexão com a visão brasileira de proteger os grandes pulmões do planeta: a Amazônia, a Bacia do Congo e as florestas da Indonésia”, ressaltou.

 

DESAFIOS INSTITUCIONAIS

 

Para ele, a liderança do Brasil em plataformas como o Mercosul e o G20 é uma manifestação clara de seu comprometimento com uma ordem mundial mais inclusiva. Ambos os analistas concordam que, embora o BRICS tenha amadurecido como uma alternativa às instituições tradicionais, ele ainda enfrenta desafios estruturais e institucionais.

 

“A diversidade de modelos políticos e econômicos é uma força, mas também exige maior coesão nas decisões multilaterais”, concluiu Jhonathan Mattos.

 

Entretanto, Maria Elena Rodriguez, por sua vez, considerou que a clareza nos procedimentos de adesão e governança interna serão fundamentais para o futuro do grupo. Os BRICS eram inicialmente compostos por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No ano passado, o bloco incluiu a Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã, e, esta semana, a Indonésia também foi incorporada como membro pleno do bloco. 

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