Vladimir Putin avisa que haverá resposta nuclear caso Rússia e Bielo-Rússia sofram ataques da OTAN
Presidente russo, que se prepara para receber no final do próximo mês de outubro “encontro de cúpula dos BRICS” tomou a decisão de usar suas ogivas nucleares em reunião com as autoridades de Defesa daquele país.
Por Humberto Azevedo
O presidente russo Vladimir Putin comunicou nesta última quarta-feira, 25 de setembro, que haverá uma resposta nuclear caso a sua pátria, Rússia, e a vizinha Bielo-Rússia sofram quaisquer ataques bélicos identificados como de origem da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN).
A decisão foi tomada por Putin de usar suas ogivas nucleares em reunião com as autoridades de Defesa daquele país. A Rússia é o país que mais possui este tipo de armamento letal em todo o planeta. O fato acontece em meio aos preparativos para a Rússia receber no final do próximo mês de outubro, entre os dias 22 e 24 de outubro, o “encontro de cúpula dos BRICS” na cidade de Kazan.
A expectativa é que no evento dos BRICS, além de assinaturas de convênios e parcerias entre os países integrantes ao bloco econômico, sejam anunciadas iniciativas como a criação do “BRICS Pay” que promete acabar com o uso da moeda dos Estados Unidos da América (EUA), o dólar, como medida de conversão entre exportadores e importadores.
“Hoje estamos realizando um evento planejado, que se chama reunião permanente sobre Dissuasão Nuclear, a qual é realizado duas vezes por ano. Na agenda de hoje temos um tema relacionado com a atualização dos fundamentos da política de Estado no domínio da dissuasão nuclear. Juntamente com a Doutrina Militar, este é um documento no qual a estratégia nuclear da Rússia é oficialmente definida e detalhada. Em primeiro lugar, está fixado o princípio básico da utilização de armas nucleares, nomeadamente, a utilização de forças nucleares é uma medida extrema para proteger a soberania do país”, falou em cerimônia no Kremlin – sede do governo russo.
“Permitam-me sublinhar que sempre abordamos estas questões com a maior responsabilidade. Conscientes do poder colossal que estas armas possuem, (…) hoje, a tríade nuclear continua a ser a garantia mais importante da segurança do nosso Estado e dos nossos cidadãos, um instrumento para manter a paridade estratégica e o equilíbrio de poder no mundo. Ao mesmo tempo, vemos que a situação político-militar moderna está a mudar de forma dinâmica e devemos ter isso em conta. Incluindo o surgimento de novas fontes de ameaças e riscos militares para a Rússia e os nossos aliados”, continuou o presidente russo.
“Assim, o projeto de Fundamentos expandiu a categoria de estados e alianças militares contra os quais a dissuasão nuclear é realizada, e acrescentou à lista de ameaças militares para neutralizar as quais as medidas de dissuasão nuclear são executadas. Para que mais eu gostaria especialmente de chamar sua atenção? Na versão atualizada do documento, propõe-se que a agressão contra a Rússia por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um Estado nuclear, seja considerada como o seu ataque conjunto à Federação Russa. (…) Consideraremos esta possibilidade assim que recebermos informações confiáveis sobre o lançamento massivo de armas de ataque aeroespacial e a travessia da fronteira do nosso estado. Refiro-me a aeronaves estratégicas e táticas, mísseis de cruzeiro, drones, aeronaves hipersônicas e outras”, complementou Vladimir Putin.
“Reservamo-nos o direito de utilizar armas nucleares em caso de agressão contra a Rússia e a Bielorrússia como membro do Estado da União. Todas estas questões foram acordadas com a parte bielorrussa, com o Presidente da Bielorrússia. Incluindo se o inimigo, usando armas convencionais, criar uma ameaça crítica à nossa soberania”, finaziou o presidente russo em comunicado oficial distribuído à imprensa.