Brasil pode perder o Pantanal até o fim do século se tendências não forem revertidas, afirma Marina Silva
Por Carolina da Costa Lima
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil Marina Silva participou nesta quarta-feira (4) da sessão da Comissão do Meio Ambiente do Senado para falar sobre os incêndios na Amazônia e no Pantanal que atingem o país.
“Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século. Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada”, pontuou Marina.
“E portanto, a cada ano se vai perdendo cobertura vegetal. Seja em função de desmatamento ou de queimadas. Você prejudica toda a bacia e assim, segundo eles [pesquisadores], até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, continuou.
Durante a sessão com senadores, Marina Silva defendeu a criação de um marco regulatório de energia climática que exclua da meta fiscal do governo federal os recursos gastos nessas condições.
“Se tenho que agir preventivamente, como é o entendimento de Vossas Excelências e nosso, tenho que ter cobertura legal para isso”, afirmou.
Queimadas
Durante o mês de agosto, foram registrados no Brasil o maior número de focos de queimadas desde 2010. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 68.635 registros. Deste número, cerca de 80% foram registrados na Amazônia e no Cerrado.
Além das queimadas, o país enfrenta outro fenômeno climático: a seca. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), a seca é a maior registrada desde o ano de 1950. De acordo com o órgão, a estiagem tem afetado todos os estados com exceção do Rio Grande do Sul.