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Edivan Maciel de Azevedo, secretário-adjunto de Agricultura do Acre, conversa com a reportagem do portal RDMNews durante 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal. (Foto: Humberto Azevedo / RDMNews)

“Educação, assistência técnica e regularização fundiária, nós não podemos abrir mão destes três pilares” para desenvolver e preservar a Amazônia, afirma secretário de Agricultura do Acre

Para o secretário-adjunto de Agricultura do estado acreano, Edivan Maciel de Azevedo, a sociedade precisa valorizar a produção do homem dos campos amazônicos porque é isso que garante a preservação da floresta.

 

Por Humberto Azevedo, enviado especial para Porto Velho.

 

A educação, a assistência técnica e a regularização fundiária são os três principais pilares para que possa sustentar e garantir o desenvolvimento e a preservação ambiental da Amazônia. Pelo menos essa é a avaliação do secretário-adjunto de Agricultura do Acre, Edivan Maciel de Azevedo. “Nós não podemos abrir mão destes três pilares”, resume.

 

A declaração do técnico do governo acreano, exclusiva ao portal RDMNews, aconteceu durante o primeiro dia de atividades do 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal, que foi realizado na capital de Rondônia entre os dias 8 e 9 de agosto.  Na oportunidade, o número dois da secretaria de Agricultura do Acre falou também que a sociedade brasileira e mundial precisam valorizar a produção do homem dos campos amazônicos porque é isso que garante a preservação da floresta.

 

Integram a Amazônia Legal os sete estados da região Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, e os estados de Mato Grosso e do Maranhão, situados respectivamente nas regiões do Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.

 

Edivan Maciel de Azevedo, secretário-adjunto de Agricultura do Acre, conversa com a reportagem do portal RDMNews durante 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal. (Foto: RDMNews)

“Olha, nós temos a oportunidade de juntos, com os nove estados que pertencem a Amazônia discutir os problemas que nos afligem, principalmente, lá na produção rural e no campo. Então, é um momento de sentarmos e discutirmos as estratégias, que nós temos que levar em apoio ao produtor para que ele continue produzindo com qualidade e na quantidade desejada, otimizando o espaço já aberto sempre linkado ao respeito e a preservação do meio ambiente”, iniciou.

 

“Então, nesse momento aqui, em que discutimos principalmente a questão da assistência técnica, que é fundamental e a regularização fundiária. Sem esses dois pilares, é impossível avançar a agricultura com a responsabilidade que o momento exige. Ou seja, com a responsabilidade ambiental. O produtor tem que ter a titularidade da terra para que possa ser identificado e ter um apoio técnico para produzir mais na mesma área, por exemplo. Ou seja, ter avanço na produtividade e na qualidade desta produção”, complementou.

 

“Então, são desafios enormes que nós temos e passa muito pela educação. Educação do produtor, educação do cidadão, educação ambiental para que ele possa fazer a sua produção e instalar as suas culturas com a responsabilidade que precisa ter nos dias de hoje”, completou.

 

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

 

Edivan Maciel argumentou, ainda, que para se agregar valor aos produtos da região e oferecer mais renda aos produtores, os governos amazônicos precisam localizar geograficamente cada um dos produtos extraídos das propriedades amazônidas.

 

Edivan Maciel de Azevedo, secretário-adjunto de Agricultura do Acre, conversa com a reportagem do portal RDMNews durante 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal. (Foto: RDMNews)

“É preciso que a sociedade entenda que o homem do campo está lá produzindo e ele é também um ator muito importante na preservação do meio ambiente. E isso tem um preço e esse preço a sociedade tem que pagar quando vai adquirir um produto desse e valorizar, e estimular para que o produtor continue no campo produzindo com a qualidade merecida e precisa acontecer isso. É fundamental que a sociedade abrace esse produtor valorizando o que ele produz, [dando] um valor agregado na produção. Nós defendemos lá no Acre muito a localização geográfica. Nós temos lá farinha de Cruzeiro do Sul com identificação geográfica, o açaí lá do município de Feijó também com identificação geográfica, produzido da maneira correta, e a sociedade tem que valorizar esses produtos”, defendeu.

 

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 

Questionado sobre como enfrentar o negacionismo das mudanças climáticas, o secretário-adjunto de Agricultura do Acre comentou que esse tema já é realidade e que os governos precisam encontrar maneiras para se adequar a essas novas realidades ambientais.

 

“Olha, as mudanças climáticas estão postas, não é? Não tem como dizer hoje [o contrário]. Nós temos na Amazônia hoje duas dificuldades, ora muita água, as cheias, desalojando as pessoas que estão nas cidades construídas nas beiras dos rios e afetando a produção rural ribeirinha. E, no outro momento, seca extrema em que se perde lavouras e tem-se problemas no abastecimento de água, inclusive, para [consumo] humano e esses problemas têm que ser enfrentados e tem que ser mitigados”, comentou.

 

“Por exemplo, para resolver a questão da falta de água, temos que criar sistemas de reservação [cisternas] de água na Amazônia para que o produtor possa usar tanto na criação de animais, quanto para o seu próprio uso, e também para irrigar suas lavouras. E na época da chuva, nós também precisamos ter um plano de emergência, contingência. Até para que o produtor possa se orientar a não produzir nas margens dos rios e isso ajuda que os rios não sejam assoreados e numa eventual cheia não percam a produção”, finalizou.

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