“Passou da hora”, diz Soraya Thronicke sobre Senado ter primeira presidenta
A senadora destaca ainda que, apesar da importância e do peso do Brasil na América Latina, o país está atrás de México, Nicarágua, Bolívia, Argentina e Cuba quando o assunto é paridade de gênero na política.
Em 200 anos, o Senado Federal nunca foi presidido por uma mulher. Candidata ao mais alto posto de comando da Casa, Soraya Thronicke (Podemos-MS) afirmou que “passou da hora” de essa realidade mudar. Thronicke teve seu nome lançado como candidata à presidência do Senado durante o evento “Podemos Mulher”, realizado pelo seu partido em São Paulo, no dia 9 de março. A senadora contou que recebeu a indicação com surpresa, mas ressaltou que sabe que seu nome ganhou força para disputas desse calibre, sobretudo após a campanha para a Presidência da República, em 2022.
O Senado Federal conta hoje com a maior bancada feminina da sua história. Thronicke, vice-líder da bancada, garantiu que a maioria do grupo apoia a candidatura de uma mulher. Neste momento, além de Thronicke, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) tem candidatura confirmada. Apesar de ambos os nomes lançados, Soraya garantiu que, por consenso, uma das duas abrirá mão de concorrer à presidência para dar apoio a uma única candidatura. No último dia 10, Soraya, Eliziane e a líder da bancada feminina, Leila Barros (PDT-DF), se encontraram para discutir a eleição para a presidência do Senado, no ano que vem, com o objetivo de aumentar o protagonismo feminino na Casa. O encontro foi bem avaliado pela senadora, dizendo que saíram bastante otimistas e que ficou entendido que a união entre as partes era necessária.
“Aquele Congresso Nacional está atrasado, não é o Brasil. Eu tenho certeza que os brasileiros não têm problema nenhum com mulheres ali no centro das mesas […] A campanha de 2022 cacifou não só a mim, mas todo o meu entorno, toda a minha equipe, todas as pessoas que estiveram comigo, e ela hoje traz um peso diferente, principalmente no momento em que a gente precisa ter coragem, e isso todo mundo viu que eu tenho, que eu não me curvo, e que dentro de um nível democrático, de um nível republicano, de um nível educado, eu consigo me virar de uma forma que a gente marca uma presença”, falou a senadora sul-mato-grossense.
GÊNERO
Em sua atuação na vida pública, Soraya tem se destacado por lutar por mais espaços para as mulheres, defendendo a paridade de gênero. Foi assim na disputa para a Presidência da República e não tem sido diferente em sua atuação no Senado.
“Quem trabalha com mulheres, quem já aprendeu a trabalhar com mulheres, entendeu a importância de termos uma paridade. Apesar de sermos a maioria aqui no nosso país, nós não desejamos estar além, estar a mais […] Por mais que pareça ridículo — a gente está em 2024 —, nós estamos falando de homens que não gostam de ver mulheres assim, em uma Mesa Diretora do Senado Federal”, acrescentou.
PROPORCIONALIDADE
Ao levar o assunto a cabo, a senadora defende que as poucas parlamentares têm a obrigação de “abrir as portas e abrir a cabeça da população brasileira para que deixe de lado esse tipo de preconceito”.
“Não queremos nada mais do que o nosso tamanho. O nosso tamanho dá mais de 50% da população. A gente só está pedindo 50%”, emenda.
Por Sputinik.