ENTREVISTA DA SEMANA | SENADORA ROSANA MARTINELLI (PL-MT)
Senadora até outubro, Martinelli comemora avanço na duplicação da BR-163 entre Sinop e Guarantã do Norte
Em entrevista exclusiva ao portal RDMNews, senadora do PL mato-grossense que tomou posse no dia 12 de junho em virtude da licença de saúde do titular Wellington Fagundes, falou ainda da luta da região em ver aprovada e executada o projeto da “Ferrogrãos”.
Por Humberto Azevedo
A senadora até o mês de outubro, Rosana Martinelli (PL-MT), comemorou – em entrevista exclusiva ao portal RDMNews – o avanço na duplicação da BR-163 entre as cidades de Sinop e Guarantã do Norte. “Nós conseguimos, já, avançar na questão da duplicação até Guarantã”, falou.
A senadora mato-grossense, segunda suplente do senador Wellington Fagundes (PL-MT) – que está de licença saúde até a realização das eleições municipais, comentou que a luta é ver a duplicação da BR-163, até Miritituba (PA). Assim como, ver também aprovada e executada o projeto da “Ferrogrãos”.
“Nós conseguimos, já, avançar na questão da duplicação até Guarantã. Nós conseguimos destravar, sim, e já foi para o Ministério do Transportes e está indo para ANTT agora já essa viabilidade e por onde passou, tanto na Infra como no Ministério do Transportes, já foi aprovado a viabilidade dessa duplicação”.
Na entrevista, Martinelli falou ainda que é uma militante do PL e que sempre estará a disposição do partido para as missões e os desafios que avaliarem ser ela importante para o partido. Com um discurso alinhado ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), Martinelli que é ex-prefeita da cidade de Sinop, adotou a mesma linha de críticas que o ex-presidente fazia às Organizações Não Governamentais (ONGs). Neste sentido, segundo ela, a atuação das ONGs impedem o desenvolvimento da região.
A senadora tomou posse na “Casa da Federação” na data de 12 de junho. Ela foi eleita em 2022 como segunda suplente de Fagundes. Martinelli é investigada no inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) suspeita de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro, quando milhares de bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Na entrevista, ela evitou fazer ataques ao ministro Alexandre de Moraes, mas pediu que a justiça respeite os direitos daqueles que são acusados. Mas afirmou que as várias investigações que pesam contra o ex-presidente acontece por ele ser vítima de uma “perseguição política”.
“Hoje nós estamos escoando a maioria dos nossos grãos para a Miritituba. Toda a nossa produção do médio norte hoje vai para lá. Então, uma obra essencial. Além disso, evitando muitos acidentes, né? Que é um trecho muito perigoso e tem tido e se perdido muitas vidas nesse trecho”
Em 2020, Rosana Martinelli que poderia ter sido reeleita prefeita de Sinop, decidiu há quatro meses da eleição abandonar a disputa alegando motivações familiares e alguns fatores políticos para não ser mais candidata. Se elegeu prefeito o empresário Roberto Dorner (Republicanos).
Leia abaixo a íntegra da entrevista.
RDMNews: A srª está assumindo o mandato agora, na suplência do senador é Wellington Fagundes. E quais são os projetos e ações que a srª pretende implementar aqui no mandato?
Rosana Martinelli: Olha, nós já estamos trabalhando, né, já na questão da duplicação da BR-163, de Sinop a Miritituba (PA), principalmente. E nós conseguimos, já, avançar na questão da duplicação até Guarantã. Então, a Via Brasil já tinha solicitado em dezembro e nós estamos intermediando, tentando essa interlocução para que realmente consiga prosseguir todas as etapas por todos os órgãos que têm que passar essa duplicação. Então, já foi da Infra SA [empresa pública federal vinculada ao Ministério dos Transportes], nós conseguimos destravar, sim, e já foi para o Ministério do Transportes e está indo para ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] agora já essa viabilidade e por onde passou, tanto na Infra como no Ministério do Transportes, já foi aprovado a viabilidade dessa duplicação e também algumas melhorias, como paradas, como as travessias urbanas, né? Porque entendemos que esse trecho, ele é fundamental para o desenvolvimento do Mato Grosso, né? Hoje nós estamos escoando a maioria dos nossos grãos para a Miritituba. Toda a nossa produção do médio norte hoje vai para lá. Então, uma obra essencial. Além disso, evitando muitos acidentes, né? Que é um trecho muito perigoso e tem tido e se perdido muitas vidas nesse trecho, principalmente [entre] Sinop e Guarantã, que é na divisa do estado. Então agora por causa de licenciamentos, a Via Brasil pediu, até agora, até Guarantã e nós estamos ajudando nesse destravamento para que aconteça [essa obra]. E a previsão, passando por todos esses órgãos, que se inicie na próxima seca, né, em torno de maio, junho, já para o ano que vem as primeiras obras, né? É uma, é uma ação muito importante. Outra questão é a da Ferrogrão, que é a viabilidade da Ferrogrão também, né? Para nossa região é essencial. E nem se falando também na questão de evitar acidentes, mas a descarbonização, né? Olha, olha. E o custo que vai diminuir muito o transporte dos grãos para que se chegue a Santarém, que é o porto daquela região ali de escoamento. Então, a Ferrogrão, eu acredito que é uma das principais obras estruturantes, principalmente para todo o Centro-Oeste, para toda aquela região. Então nós estamos trabalhando muito forte no que que nós podemos colaborar para que realmente consiga destravar e seguir em frente, né?
“Outra questão é a da Ferrogrão, que é a viabilidade da Ferrogrão também, né? Para nossa região é essencial. E nem se falando também na questão de evitar acidentes, mas a descarbonização, né? Olha, olha. E o custo que vai diminuir muito o transporte dos grãos para que se chegue a Santarém, que é o porto daquela região ali de escoamento”
RDMNews: Sim, essa a Ferrogrão, o que está faltando? O que tem de concreto hoje e o que que falta?
Rosana Martinelli: Ela no governo anterior, ela já estava, o Tarcísio, já tinha pedido até para que fosse feita a licitação, né? Aí o partido, foi o PSOL, entrou com um pedido de intervenção e o STF segurou dois anos. E foi mandado refazer os estudos. Esses estudos de impacto social e ambiental, estão sendo feitos. Uma parte já foi, nós estamos acompanhando. O Ministério dos Transportes já fez a devolutiva para o STF e no dia 12 agora, os últimos itens que faltam algumas dúvidas [serem tiradas], ainda remanescentes do STF, que o Ministério dos Transportes tem que mandar para o STF para que realmente possa dar prosseguimento, né?
RDMNews: Aí é que o STF vai vai decidir se acata ou não ou não o pedido apresentado pelo PSOL?
Rosana Martinelli: Justamente porque ela é extremamente viável, né? Tanto economicamente como a parte ambiental, geralmente é o que mais [se discute], é a parte indígena. E ela não afeta, e Ferrogrãos vai ter as compensações. Então é extremamente viável para todo o Centro-Oeste, principalmente para Mato Grosso, para o Brasil. O problema maior do Brasil [são as] obras de infraestrutura, né? De portos e aeroportos, né? E na nossa malha viária, e nós temos que trabalhar também tanto na malha viária, ferroviária, e hidrovias. Nós temos um potencial muito grande de expansão de grãos, de produção. E nós temos esses gargalos que ainda travam o desenvolvimento econômico, né? Então é importante que essa parte ambiental seja resolvida. É claro que o meio ambiente, ele tem que andar ao lado do desenvolvimento, porque é o desenvolvimento do Brasil. E o meio ambiente não pode travar obras estruturantes que são vitais para o Brasil. Então, o Brasil perde muito com isso, né? São riquezas, que muitos minerais, muitos minérios, nós estamos importando, né? Sendo que nós temos enormes jazidas aqui no Brasil. Então, o Brasil poderia explorar de uma forma ambientalmente correta. Só que tem muitas ONGs que hoje, principalmente, não estou generalizando, tá? Mas muitas ONGs, hoje, elas não estão com o intuito de preservar o meio ambiente, a nossa mata. Elas estão com o intuito pagos por organismos internacionais, por países, para fazer o embargo econômico para o Brasil. Porque nós não tínhamos tantas travas quando nós não éramos os campeões de exportação de milho, de soja, de carne, de algodão, né? A partir do momento que o Brasil está se tornando uma potência alimentar. Nós estamos sofrendo com muitas retaliações e principalmente muitas ONGs que que colocam travas. Dou o exemplo da moratória da soja, que é uma das minhas bandeiras também, que tem que ser revista, né? Porque hoje o brasileiro, hoje ele está abrindo suas áreas de acordo com o ambientalmente correto, como o nosso código Florestal e os organismos internacionais não estão respeitando o nosso Código Florestal. A moratória da soja [em que] você abre na área da Amazônia legal, 20%, você preserva 80% e mesmo assim, as empresas de óleo, que foi feito um tratado desde 2016, que era para ser provisório, temporário, e passou a ser definitivo, em 2016, né? É, e não podem comprar hoje. Então, isso é um embargo econômico. Não é a [preocupação] somente com a parte ambiental e nós não estamos infringindo. Então, nós temos um Código Florestal brasileiro que é o mais rigoroso do mundo, né? Que não tá sendo respeitado internacionalmente. Então, tem que ser revisto, tem que ser olhado e é uma das pautas que nós temos falado em tribuna, tanto na audiência pública semana passada com a coronel Fernanda (PL-MT), deputada federal, que foi feito e, para nossa decepção, não teve nenhum representante do Ministério da Agricultura, como do Ministério do Meio Ambiente. Então, os produtores brasileiros precisam de ajuda, né? Porque na audiência pública tinha produtores, sindicatos, reivindicando e que sejam respeitadas as leis brasileiras. Então, não, não pode acontecer. ONGs, organismos internacionais sobreporem as nossas leis.
“O problema maior do Brasil é a infraestrutura, né? De portos e aeroportos, né? E na nossa malha viária, e nós temos que trabalhar também tanto na malha viária, ferroviária, e hidrovias. Nós temos um potencial muito grande de expansão de grãos, de produção. E nós temos esses gargalos que ainda travam o desenvolvimento econômico, né? Então é importante que essa parte ambiental seja resolvida”
RDMNews: Agora, com relação a essa questão da Ferrogrãos, a srª tem procurado o ministro, atual ministro dos Transportes, Renan Filho, até para, depois de resolvida essa questão no Supremo, o Ministério, colocar isso como prioridade. A senhora tem conversado com o ministro?
Rosana Martinelli: Tivemos quarta-feira da semana [10 de julho] passada com o ministro que estava substituindo, que é o George Santoro. O Renan, ele está em licença, né? Esses dias nós estivemos lá no Ministério e nós ficamos muito felizes. Nós fomos muito bem recebidos e ficamos muito felizes, né? Que o Ministério dos Transportes está empenhado e colocando a Ferrogrão como já na malha ferroviária como uma das prioridades e colocaram conversando com a ministra que nós participamos da audiência pública também com a ministra [do Planejamento e Orçamento, Simone] Tebet falando e ela quando mostrou quais as obras que estão no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] é que realmente a Ferrogrão está e nós pedimos prioridade. Porque investimentos internacionais, muitos países têm interesse em investimentos. Haja vista, a própria ministra falou que o governo não tem recurso para ferrovias, mas nós temos conhecimento que muitos países têm interesse. Ontem mesmo tivemos aqui recebendo no gabinete uma comitiva da Arábia Saudita, né? Estreitando esses laços comerciais, educacionais, de saúde e, principalmente, turísticos. E o que mais predomina é o relacionamento comercial com a Arábia Saudita, que tem aumentado muito, né? O Brasil tem exportado muito, tem importado também produtos de lá, mas eles têm um interesse muito grande em fazer investimentos nas ferrovias brasileiras, porque todos os países que não produzem alimentos, grãos, tem o olho no Brasil hoje. Ele, todos têm esse olhar para o Brasil e na preocupação dos países, a questão da segurança alimentar. Então, eles têm interesse em fazer investimentos. O que nós precisamos é que esses projetos sejam destravados, né? Tanto para o Ministério de Transportes, quanto para o Ministério do Meio Ambiente, que tem que entrar num acordo, né? Já que vai ter compensações, né? Para [atender] principalmente a comunidade indígena, que não será afetada e ela vai ter as suas compensações também. E tem que se entrar no acordo, porque o Brasil precisa crescer, o Brasil precisa escoar os seus produtos, né? E economicamente também é extremamente viável para todos nós brasileiros.
“É claro que o meio ambiente, ele tem que andar ao lado do desenvolvimento, porque é o desenvolvimento do Brasil. E o meio ambiente não pode travar obras estruturantes que são vitais para o Brasil. Então, o Brasil perde muito com isso, né? São riquezas, que muitos minerais, muitos minérios, nós estamos importando, né? Sendo que nós temos enormes jazidas aqui no Brasil. Então, o Brasil poderia explorar de uma forma ambientalmente correta”
RDMNews: A senhora falou das das ONGs até, né, nessa questão da Ferrogrão, que é por causa de uma ação do PSOL, atrapalhou o processo e o Supremo está avaliando, fazendo os estudos de impacto socioambiental. Agora, isso também é uma demanda também que acaba se imiscuindo a questão ambiental, que seria uma questão protecionista, sobretudo dos países europeus, dos produtores agrícolas europeus. E aí muitos produtores europeus utilizam esse discurso para convencer a opinião pública europeia de que o Brasil, a América do sul, não respeita o meio ambiente. Neste sentido, como fazer para a gente passar uma imagem para os europeus de que a gente cumpre, sim, e que o desenvolvimento está associado ao respeito do meio ambiente. Como a srª vê esse desafio?
Rosana Martinelli: Olha, porque muitos preferem passar a vender uma imagem negativa do Brasil para o mundo a troco de conseguirem recursos. Principalmente essas ONGs conseguem dinheiro passando uma imagem negativa de queimadas, né? De desmatamento. E eu não estou falando que não tem. Tem, né? Mas muitos países, por exemplo, a Austrália, teve recentemente queimadas, né? De grandes proporções, né? E, não tem retaliação, não são passados de forma negativa, como tudo que acontece no Brasil, né? Por exemplo, agora tá passando a questão das queimadas do Pantanal. Claro, eu acho que a imprensa tem o dever de levar as notícias, mas não de forma tendenciosa, né, para conseguir objetivos. Então, a imprensa tem passado, e essas imagens negativas não contribuem com o desenvolvimento do Brasil. E nós precisamos reverter, nós precisamos mostrar que nós temos um é um plano de desenvolvimento, porque o Brasil hoje está investindo muito em tecnologia e os órgãos ambientais conseguem, em tempo real, saber quem está cometendo infrações contra o meio ambiente. Então, hoje o Brasil tem possibilidades e tem feito muito bem, contendo, investindo muito, né? Tanto que esse código é muito rigoroso. Qual país, que preserva 80% das suas matas? Nós, na Amazônia Legal, nós temos que preservar 80%. Se nós hoje somos o maior produtor de grãos, nós produzimos em 7,8% do Brasil e nós somos o maior exportador de grãos. Então, imagina, que se tiver possibilidade dentro do nosso código Florestal, agindo corretamente, sabendo que os órgãos ambientais hoje tem esse poder e tem o conhecimento, né, de acompanhar, eu acredito que o meio ambiente ele tem que estar ao lado do desenvolvimento, né? E nós temos que sim, procurar de todas as maneiras e eu estou fazendo a minha parte como senadora, procurar levar para o povo brasileiro, porque até muitos não têm o conhecimento, né? Do que que acontece que muitos colocam o povo brasileiro contra o povo brasileiro, né? Uns contra os outros nessa imagem, colocando o agro como o madeireiro, sempre contra a população, contra o desenvolvimento. E é muito pelo contrário. Eu venho de uma região extremamente produtiva, que é o Centro-Oeste, que é o Mato Grosso, que é a região norte, e é o Brasil que deu certo. É o Brasil que deu certo lá, onde estamos produzindo os grãos e respeitando o meio ambiente. E eu falo, claro, e os que não estão respeitando estão sendo punidos, como embargos, né? E os governos, tanto dos estados como do governo federal tem agido assim. Então, nós temos que agir assim, levar o conhecimento do mundo e não podemos ceder, como por exemplo, a moratória da soja. Nós não podemos ceder que organismos internacionais, empresas, somente com ONGs, façam e determinam o que é melhor para o Brasil. Quem sabe o que é o melhor para o Brasil é o povo brasileiro. E nós hoje fomos eleitos. Tem os senadores. Tem os representantes, deputados federais, estaduais, no poder público. É para isso. Então, nós temos que ter respeito. Então, o que está acontecendo, é o que eu vejo, e eu falo a minha opinião como um boicote econômico de muitos órgãos internacionais para os produtos brasileiros.
“Só que tem muitas ONGs que hoje, principalmente, não estou generalizando, tá? Mas muitas ONGs, hoje, elas não estão com o intuito de preservar o meio ambiente, a nossa mata. Elas estão com o intuito pagos por organismos internacionais, por países, para fazer o embargo econômico para o Brasil”
RDMNews: Agora um outro assunto, outro tema. Como a srª como mulher, a senhora está como suplente do senador Wellington Fagundes, até outubro, até as eleições, essa PEC, que alguns da imprensa apelidaram de “PEC da Anistia”, que foi aprovada na Câmara semana passada. E aí os partidos, os presidentes dos partidos políticos estão pressionando o presidente do Senado a votá-la. E o presidente do Senado está avaliando se vota ou se não vota, se vai colocar mais adiante. A PEC até cria um refis para os partidos políticos, mas a questão é, basicamente, que perdoa as dívidas aos partidos que não cumpriram as cotas das candidaturas de pessoas negras, pretas e pardas. E que diminuiria de 30% para 20% a cota feminina. Como mulher, como que a senhora vê isso? E a senhora está fazendo parte da discussão da bancada feminina aqui no Senado?
Rosana Martinelli: Sim, eu já estou aqui, já estou fazendo parte. E nós não podemos concordar, né? É, nós queríamos que realmente as mulheres não precisassem ter essas cotas definidas, né? Que sejam respeitadas, né? E nós precisamos ainda trabalhar muito para que mais mulheres ocupem os cargos. É um grande desafio para todas nós mulheres, né? E nós sabemos que quanto mulher, quando a mulher entra na política, ela entra por uma causa, um propósito, ela não entra somente para ter poder. Tem muitas Barreiras. Tem muito preconceito ainda, né? Com muitas mulheres, muitos partidos ainda. Então, nós temos que trabalhar. Concordo que não possa mexer, muito pelo contrário. Nós temos que ampliar. Nós temos que ampliar essas cotas, tá? Para que mais mulheres tenham oportunidades, tanto os índices mostram que as administrações de mulheres têm menos corrupção, são mais eficientes. Então, e é o que nós queremos, um país dinâmico, com menos corrupção, se investindo no ser humano. E a mulher tem esse olhar como administradora e eu falo como ex prefeita, né? A mulher, quando ela assume o poder, ela olha, principalmente na educação, no setor de educação dos municípios, que nós queremos e precisamos que o Brasil invista cada vez mais em educação. Se nós queremos um país melhor, nós precisamos trabalhar na educação. Investimentos maiores na educação é que realmente seja investido tanto na qualificação cada vez mais dos professores e oportunidades. É para que mais? Nós sabemos que a evasão escolar está muito grande, né? Mas precisamos reverter e eu vejo até com bons olhos até os programas que o governo está fazendo para que se volte aos alunos. Então, a mulher, ela tem uma participação muito efetiva, muito importante na política. Ela tem que ser ampliada.
“O Ministério dos Transportes está empenhado e colocando a Ferrogrão como já na malha ferroviária como uma das prioridades e colocaram conversando com a ministra que nós participamos da audiência pública também com a ministra [do Planejamento e Orçamento, Simone] Tebet falando e ela quando mostrou quais as obras que estão no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] é que realmente a Ferrogrão está e nós pedimos prioridade. Porque investimentos internacionais, muitos países têm interesse em investimentos”
RDMNews: Voltando à questão ambiental, como o seu mandato vê essa questão das mudanças climáticas. Ela está batendo na porta, o planeta está mudando, querendo ou não, são as enchentes onde não tinham, seca onde não tinha. Está ficando frio onde não tinha. O mundo está mudando. Pelo 15º mês, nos Estados Unidos, ondas de calor bateram recordes. As capotas polares estão derretendo, influenciando nas inundações das cidades litorâneas, que perderão terras com o avanço do mar. Como resolver essa questão das mudanças climáticas? Como fazer esse plano de adaptação? O Senado até aprovou recentemente um plano de contingência e de adaptação, que no Brasil não tinha, passou agora a ter. O que mais precisa ser feito para a gente se adaptar a esses novos tempos?
Rosana Martinelli: É verdade. São fatores climáticos, né? São os cíclicos, né? É, dou o exemplo da enchente que teve em 1941, né, no Rio Grande do Sul, e agora novamente, né? Então, são cíclicas que a gente vê. Se você olhar a história, né? Até nas geleiras polares tem as marcas, né, então são, e aí nós temos que cuidar justamente da questão do aquecimento global, que é importantíssimo. Só que eu vejo que o Brasil não pode pagar essa conta sozinho. Coloca, se imputa toda essa responsabilidade no desmatamento, e não é somente isso, não é só desmatamento, que é que é o problema, né?
“Eu entrei com o projeto de anistia aqui pedindo anistia para todos do 8 de janeiro porque eu acredito que foi desrespeitado o direito do cidadão, né? Foram violados os direitos e o que aconteceu e está acontecendo. É uma retaliação, principalmente com a direita, né? Com muitas pessoas, principalmente na omissão de informações. A dificuldade de você conseguir as informações processuais das pessoas afetadas e tem muitos casos, ainda, que as pessoas não foram, não tem o processo devido, não tem acusação devida e está presa há mais de um ano”
RDMNews: São emissões de gases dos países desenvolvidos.
Rosana Martinelli: Justamente e aí aí não querem [assumir suas responsabilidades], querem que o Brasil pague a conta, né? Somente sozinho. É claro que está prejudicando o mundo todo e realmente esses fenômenos estão mudando a vida e é uma tendência aí, dos próximos anos, né? Então os cientistas estão estudando, tentando entender, eles que sabem dizer melhor do que nós, né? As probabilidades, né? Mas eu vejo que, por exemplo, Amazônia, a Amazônia, ela não é só no Brasil, né? Isso que culpa só Brasil. Então lá nos outros países que que que tem a Amazônia? Não, lá não tem problema, só no Brasil. Então é e é o que eu falo, eu reitero o que nós produzimos aqui e é porque a gente repercute e está incomodando muitos países, muitos países, então querem que o Brasil pague a conta e eu, na minha opinião, não pode. É claro que nós temos que ter o desenvolvimento acompanhado com a preservação, de acordo. Eu dou o exemplo do manejo Florestal, o manejo Florestal quando o madeireiro faz o manejo florestal, é devidamente protocolado, acompanhado, ‘emplaquetado’ todas as árvores antigas. Ela é retirada e dá espaço para as filhas delas para fazer a fotossíntese, porque já a antiga ela já não faz mais a transformação, porque há prejuízo para o madeireiro cortar, derrubar uma mata, uma mata fina, que não compensa economicamente. Então são esses processos que tem que ser estudados e está trabalhando com o desenvolvimento. Está tirando o mato quando é de um projeto de manejo, quando ele é desmatado, ele não é cortado, né? Como passa? Não é um desmatamento total. Então essas práticas que nós temos que fazer e usando, né? Usando a nossa floresta, usando de forma ordenada de acordo com a nossa legislação e nós trabalharmos. E, realmente, eu acho que tem que se cobrar o mundo inteiro tem que rever muitos, por exemplo, na Alemanha agora só queimando carvão vegetal, o que que polui mais? Justamente, né. Olha a contaminação que está tendo, né? Então, e se culpa o Brasil. Então, acho muito injusto. Então todos podem fazer faz, né? Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Então, por isso tem que ser analisado como um todo, todo esse processo ambiental tem que ser olhado de uma forma diferenciada e o Brasil não pode pagar a conta sozinho.
“A dificuldade de você conseguir as informações processuais das pessoas afetadas e tem muitos casos, ainda, que as pessoas não foram, não tem o processo devido, não tem acusação devida e está presa há mais de um ano. Então, o que nós queremos é que realmente se faça justiça e não estamos acobertando quem cometeu outros crimes, tá? Quem, por exemplo, depredou o patrimônio público, cometeu qualquer tipo de irregularidade. Agora, [cercear] as pessoas de se expressarem, você não pode”
RDMNews: Complementando essa pergunta, em que o Mato Grosso não é da Bancada do Norte, mas é da Amazônia Legal, o coordenador da Bancada do Norte, o Sidney Leite do PSD do Amazonas, ele no encontro da bancada, há duas semanas, falou que um dos objetivos dele junto com a Bancada é a ideia de convidar os estados que fazem parte da Amazônia Legal a participarem mais de maneira efusiva do parlamento da Amazônia (Parlamaz), que é uma espécie de parlamento do Mercosul, que envolve os países amazônicos da região para porque os os problemas são quase os mesmos. E as soluções para se encontrar soluções conjuntas. A srª acha que é isso seria uma alternativa para essa questão ambiental, para essa questão do desenvolvimento também?
Rosana Martinelli: Eu acredito que a participação é muito importante mesmo para você colocar proposituras e também fazer as suas defesas, né? É importante. Eu acredito que quando você não participa, você não tem oportunidade. Então, quando você não ajuda, você também não pode reclamar, né? Então, acho que tem que sim. Acho que tudo o que puder contribuir, eu acho que tem ser uma soma de esforços para o melhor. Se nós queremos o desenvolvimento, se nós queremos resolver os problemas ambientais, problemas sociais, aí, nós ainda temos muitos problemas para serem resolvidos, né? Muitos, né? Principalmente na região de fronteira, nós temos muitas comunidades, extremamente. A nossa vulnerabilidade é muito grande nas nossas fronteiras e principalmente em toda a região amazônica, né? Tivemos, até semana passada, no comando-geral do Exército falando sobre isso, pedindo ao Exército o quartel lá para o município de Sinop, que seja feita uma descentralização, que esteja [presente] naquela região norte, né? Acompanhando os investimentos que o Brasil está fazendo em Roraima, o próximo investimento do exército será lá, respeitando as nossas fronteiras, eu acho que tem que participar. Eu sou extremamente a favor do diálogo, da conversa, para se achar e ser melhor para o bem comum.
RDMNews: A senhora é suplente no Senado, já foi prefeita, né, que está agora exercendo o mandato aqui na suplência do senador Wellington Fagundes. A senhora pretende participar das eleições em 2026? Qual é o plano da srª? Candidata a deputada?
Rosana Martinelli: Olha, eu sou partidária, né? É eu. Exatamente, o meu nome está à disposição, como sempre esteve, né? Eu fui vice-prefeita, fui secretária de comércio, vice-prefeita, né? Fui prefeita pelo PL. Fui convidada pelo senador para ser segunda suplente dele e do partido. Eu estou à disposição do partido, né? Exatamente do que é possível, como que eu posso contribuir, né? É, eu sou pioneira daquela região do norte, sou de Sinop, meu pai foi um dos pioneiros, eu fui madeireira, eu fui. Sou pecuarista, sou do agro, né? Então, também tenho a minha participação política e estou à disposição no que puder contribuir. Eu estou à disposição do PL.
RDMNews: A srª pretende se candidatar a deputada federal, por exemplo, ou deputado estadual?
Rosana Martinelli: Vai depender do que que o partido determinar, né, do que que, do que que é possível. E eu, o meu nome está à disposição do PL, do partido. faz muitos anos que eu estou no PL. Há mais de dez anos, né? Então eu sou uma militante do PL, então, o que o partido precisar do meu estado, né? Então, eu estou para contribuir, vamos ver, claro, vamos verificar. Tem um trabalho ainda a ser feito, né? Se precisar, eu estou à disposição mesmo, até de trabalho de bastidor, o que for preciso, eu estou aí para colaborar.
RDMNews: A senhora tem alguma perspetiva de quantos prefeitos, vereadores, vice-prefeitos que o PL vai eleger no estado de Mato Grosso?
Rosana Martinelli: Olha, nós estamos trabalhando e era uma meta do PL fazer mais de 1500 prefeitos no Brasil todo, né? Trabalhamos muito forte para que realmente se faça. Nós temos um número significativo de vereadores e a gente acredita que a gente vai triplicar essa bancada nossa aí de prefeitos. É fazer um número expressivo, triplicar. E tem possibilidades. Hoje nós somos o maior partido, o partido está crescendo, nós estamos fortalecendo o PL Mulher também, né, para que mais mulheres entrem na política incentivando, né? A nossa Michele Bolsonaro aí tem trabalhado muito em relação à questão das mulheres, o próprio Bolsonaro, para que realmente a direita tenha um espaço muito forte.
RDMNews: Agora, uma questão que nós não podemos não fazer, não é? Muitos colegas da senhora são críticos ferrenhos ao ministro Alexandre de Moraes? A srª corrobora essas críticas? Como que a senhora vê essa situação?
Rosana Martinelli: Olha, eu entrei com o projeto de anistia aqui pedindo anistia para todos do 8 de janeiro porque eu acredito que foi desrespeitado o direito do cidadão, né? Foram violados os direitos e o que aconteceu e está acontecendo. É uma retaliação, principalmente com a direita, né? Com muitas pessoas, principalmente na omissão de informações. A dificuldade de você conseguir as informações processuais das pessoas afetadas e tem muitos casos, ainda, que as pessoas não foram, não tem o processo devido, não tem acusação devida e está presa há mais de um ano. Então, o que nós queremos é que realmente se faça justiça e não estamos acobertando quem cometeu outros crimes, tá? Quem, por exemplo, depredou o patrimônio público, cometeu qualquer tipo de irregularidade. Agora, [cercear] as pessoas de se expressarem, você não pode. E nós sempre trabalhamos com isso, do direito à liberdade e de liberdade de imprensa. E o que nós estamos percebendo? É que está sendo tirado de forma gradativa, tanto a liberdade da imprensa, a liberdade do cidadão, que muitos tiveram as suas redes sociais bloqueadas. Não pode falar, né? É claro que o fanatismo, é, a gente não pode, é muito perigoso. O radicalismo é perigoso, mas você tem direito de ter um posicionamento e é isso que nós defendemos. Então nós entramos com o projeto de anistia justamente para defender as pessoas que foram lesadas em seus direitos de liberdade, que o brasileiro hoje é livre. Isso nos é permitido pela Constituição. E essa falta de informação, essa maneira como muitos estão sendo tratados, porque não podem ser nivelados todos da mesma maneira, do jeito que foi. Então, eu acredito que tem que ser revisto, tem que ser olhado diferenciado, separar realmente quem cometeu crimes. A polícia tem as imagens, têm poder para diferenciar, sabe muito bem. Então, as pessoas, elas não podem, e muitas estão pagando muito caro. Estão com tornozeleiras, foram libertados bandidos perigosos, então hoje em nome de uma democracia, está se cometendo muitas irregularidades, né? E eu falo que teve, por exemplo, muitas invasões, já aqui, em 2013, 2016, 2017 e nada? Já teve invasão, quebra-quebra, e não aconteceu nada, né? Não foram tratados e nem as pessoas identificadas, não foram tratadas da maneira [como agora]. Então, eu acho, não, eu tenho certeza, tem muitas pessoas sendo injustiçadas. Então, precisa, nós entendemos, respeitamos os poderes, né? Então, nós respeitamos o STF, mas também a Câmara dos deputados e o Senado tem que ser respeitado. Cada um no seu direito, cada um no seu quadrado, cada um fazer o seu serviço. Então, é isso que nós estamos pedindo. Não pode, a partir do momento que você publicitar você correr risco ou sofrer retaliação de qualquer maneira do seu órgão de imprensa que você trabalha. Mesmo você fazendo uma reportagem, você falando a verdade, você ser punido ou você ser demitido; E está se impedindo de exercer o seu direito. Né? O seu trabalho. Então, isso tem acontecido. Muitos advogados, hoje, não estão tendo nem o direito, fazem requerimento, fazem requerimento, fazem requerimento, e não tem nem resposta nos processos, né? Então isso é um desrespeito com o cidadão e com o seu devido merecimento e das suas funções. Eu acho que a gente cada um tem que ser respeitado e o cidadão brasileiro tem que ser respeitado, então é isso que eu acho. E acredito, e eu estou lutando por isso, para que a liberdade dos brasileiros seja respeitada.
RDMNees: Para encerrar, como a senhora está vendo esses processos contra o ex presidente Jair Bolsonaro? Os vários inquéritos, que agora já estão, alguns mais adiantados, outros ainda estão em fase inicial, mas alguns já foram até encaminhados para a PGR?
Rosana Martinelli: Perseguição política. Perseguição política. Eu acredito que muda-se o governo, o Brasil, o governo tem que olhar para frente. Tem que trabalhar, tem que fazer as designações que ele foi eleito. Não tem que um governo ficar perseguindo e ficar falando do outro governo 24 horas dando desculpa por não fazer corretamente ou não fazer as suas atividades corretamente, usando muitas vezes de acusações muito fortes, que em muitos casos com o próprio presidente foram vistos, foi exatamente perseguição política e foi usada como para camuflar ações do próprio governo, né? Então, se planta uma notícia aqui para camuflar, um aumento da gasolina, um aumento do gás, né? Então, acho que tem que ter seriedade política, ela é muito séria e a política tem que ser feita para o bem comum. Ela não pode ser uma perseguição. E o governo que está próximo, ele tem que olhar para o povo, que o povo deu um voto de confiança para que ele trabalhe para que melhore a vida do cidadão brasileiro. Então tem que olhar para frente, fazer o melhor, não olhar para trás, faça melhor, né? Se acha que o governo anterior não fez? Faça melhor que ele. É isso que o povo brasileiro quer, é isso que o brasileiro quer, que espera. E o brasileiro está cansado de perseguição política, dessa polarização é que não está levando [a nada], não está agregando. Nós temos que pregar a união, a paz e trabalhar. O brasileiro é um povo extremamente trabalhador, que quer oportunidades, né? Então, o brasileiro ele não quer somente privilégios, ele quer ter dignidade e trabalho, oportunidades é o que o brasileiro precisa. E é o que eu acho.